NOVO NÚMERO DA "PLENITUDE" A NÃO PERDER!

Com o primeiro domingo de Março, a mais estimulante revelação da imprensa mensal, a "Revista Penitude" (que, desinteressada e generosamente, o "Público" distribui em encarte gratuito), traz-nos mais uma mão-cheia de óptimos artigos e crónicas assinados por destacadas figuras da elite intelectual portuguesa. O editorial de Belmira Antunes Branco abre-nos logo o apetite: "Essência livre de mão em mão. Pedra angular incidente, resistente. Somatório de brevidades que o tempo tornou possível. Candeia acesa para provocar paradigmas contraditórios, exclamações e outros mais acessórios. Desbravar o que ainda não existe, subir ao cume da Rocha e em serenidade exaltar a força extensa e criadora da simplicidade. Vento impetuoso que faz alvoraçar os porquês das letras até ao seu estado mais vivo - no lugar de todos os encontros onde os fantasmas não resistem ao desvelo acutilante da hora solar do meio-dia. Espada aguçada de liberdade, raíz que prende aos princípios, porto fértil de muitos mundos, lugar comum de certeza, fio condutor de benignidade, expressão fiel do ser e do viver, palavra transparente de verdade, peculiaridade assumida, ousadia, independência. Humanidade".

Bispo Edir Macedo

De entre os cronistas, merecem destaque Joaquim Jorge, biólogo, que nos explica que "a descentralização é um sistema político"; José Branco, gestor financeiro, prosseguindo a sua cruzada do número anterior contra os torpes esbirros da exploração capitalista ("O crash financeiro surgiu porquê? Porque os grandes 'sábios', os grandes 'catedráticos' deste mundo jogaram cartas viciadas, lançaram dados enganadores, enfim, lindos quadros, mas verdadeiros embustes. Conclusão? Foi isto que nos arranjaram e agora são os mesmos que nos tentam vender 'outro peixe': ESPECULAÇÃO!! CRASH!! DEPRESSÃO!! DESEMPREGO!! DESESPERO!! CRIME!!"); Aroldo Martins, presidente da TV Record Internacional, entregue à missão de desmistificar "o destino" ("Existe uma concepção errada do que é o destino. A definição comum é: fim pré-determinado que orienta as acções e os acontecimentos na vida dos homens. (...) Mil vezes não, isto não é assim"); o arguto e insubstituível bispo Edir Macedo brandindo o gládio do Senhor Jesus contra o mercado livre de Satanás ("O ministério do Filho de Deus provou a existência activa dos espíritos malignos, os quais operam livremente nos que estão distantes de Deus, obscurecendo pensamentos e atitudes"); e a surpreendente Cristiane Cardoso, escritora (curiosamente, filha do bispo Macedo), alertando para que "sempre que falar para Deus o desejo existente dentro de si de querer fazer a diferença neste mundo, lembre-se: deverá estar preparado para ser mal-tratado, pisado, humilhado, confrontado, mal-interpretado e incompreendido. Esse é o preço que temos de pagar para que nos tornemos verdadeiros filhos de Deus".

A escritora Cristiane Cardoso

Já imprescindível é, também, a página de crítica musical de Hugo Miguel Ferreira ("Vivam a vida em eterno sorriso. Não só esboçado nos lábios, mas também cravado no coração, pois é demasiado efémera - a vida") assim como a riquíssima publicidade de clínicas de estética, produtos de beleza, cabeleireiros, spas e - numa edição dedicada à mulher, em que colaboram Maria de Jesus Barroso, a motard, Joana Lemos ("Considero-me uma mulher 'de centro às direitas'. Gosto muito, deste Governo, por exemplo") ou a deputada europeia, Assunção Esteves) -, para além da que lhe define o perfil editorial, as da "Caminhada pelo Dia Internacional da Mulher" da "Associação Ressoar - Record" e a do "Desafio da Fé", na sexta-feira santa, no estádio do Restelo.

O "Público", o seu director e os responsáveis pela "Revista Plenitude" continuam de parabéns!

(2009)