DÉCIMO SEXTO COMUNICADO DO C.A.L.A.
(Comité de Apoio a Laurinda Alves)
Diva - real. Jean-Jacques Beineix, 1981
Mas por que motivo nunca ninguém se terá lembrado de pôr isto no cinema?...
"Se fosse cinema, as imagens da multidão a entrar e a sair do Metro seriam filmadas com a luz certa, no tempo certo. O desfile incessante de gente que sobe e desce escadas a correr, que se acotovela nas plataformas para chegar às portas, que olha sem ver, que ouve uma música que é só sua, que passa distraída sem se deter com nada nem ninguém porque tudo ali é feito de pressa, é incrivelmente cinematográfico.
Há uma urgência subterrânea que empurra e puxa as pessoas, que abre e fecha portas, que faz avançar os comboios na escuridão dos túneis onde o ronco metálico é mais ou menos acelerado conforme a proximidade das estações. O Metro tem um cheiro próprio e um embalo vertiginoso que arrasta as imagens das luzes reflectidas nos vidros. Luzes encarnadas, néons verdes e azuis de fora, mais o branco-gelo sempre aceso no interior, que risca ao comprido as janelas onde se vê o negativo das caras e dos ombros dos que vão sentados. Tudo isto faz outro filme dentro deste filme de multidões". (aqui)
(nota: recomendamos vivamente a leitura integral do post - não por uma mera questão de militância que poderia ser, legitimamente, atribuída ao C.A.L.A. mas em virtude da superior densidade do pensamento laurindiano que merece ser partilhado por todos)
(2009)
25 January 2009
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4 comments:
Sem querer ser repetitivo, volto a dizer que, no blog da Laurinda, o que me dá verdadeiro gozo são os comentários lá deixados.
Afinal o mundo está repleto de pessoas boas e com imenso amor para oferecer. Todos tão bonzinhos... o problema são os outros. Os outros é que é uma chatice que nem um olá ao motorista do autocarro dão. Sem os outros o mundo seria um local perfeito.
Mas, caro/a instorm, não pode ignorar que, se esses comentários aparecem, é porque a candidata Laurinda tratou de criar as condições favoráveis para que isso acontecesse.
Devemos-lhe isso e muito mais.
Sem dúvida nenhuma.
A revista Xis era/foi/é a bíblia.
Eu é que me divirto mais com as palavras dos seus apóstolos. Fazem-me lembrar filmes de domingo à tarde, daqueles sempre com 'happy endings'. No entanto, imagino-os sempre com uma banda-sonora de filme de terror.
Seu - dela, Lau-Lau - eterno devedor me reconheço
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