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High Places - 03/07-09/07
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High Places - High Places
Mary Pearson e Rob Barber fabricam “cadavres exquis” sonoros em miniatura, construídos a partir da sobreposição de múltiplas lâminas transparentes de gelatina electro-acústica. No seu covil de Brooklyn, ela, menina de conservatório na classe de fagote, e ele, designer “free-lancer” e professor de História de Arte, com o único auxílio de um computador arcaico e de um programa de edição e montagem do tempo em que eles ainda vinham em disquetes, captam, desfiguram, multiplicam e distorcem sons de electrodomésticos, do virar das páginas dos livros, de chaleiras, do vento, dos dois gatos de Mary, do caminhar sobre folhas de árvores, de insectos, pássaros, e até de instrumentos musicais tal como nos habituámos a conhecê-los. No primeiro concerto que deram, ocuparam-no integralmente com uma versão de “Autobahn”, dos Kraftwerk, para glockenspiel e fagote.
Agora, em 03/07-09/07 (compilação de singles e dispersos avulsos) e em High Places, consideravelmente mais elaborados do que nessa estreia pública a que soam? A Young Marble Giants perdidos no labirinto de uma colmeia. A Young Marble Giants repetindo, incansavelmente, três compassos de uma partitura de Steve Reich. A Young Marble Giants perdidos no labirinto de uma colmeia e repetindo, incansavelmente, três compassos de uma partitura de Steve Reich. A Young Marble Giants tocando “steel drums” num palco subaquático. A Young Marble Giants perdidos no labirinto de uma colmeia e repetindo, incansavelmente, três compassos de uma partitura de Steve Reich, tocada em “steel-drums”, num palco subaquático. Muito bom.
(2008)
4 comments:
"“cadavres exquis” sonoros em miniatura, construídos a partir da sobreposição de múltiplas lâminas transparentes de gelatina electro-acústica"
E no entanto, depois desta introdução, cheguei a temer o pior. Mas afinal, lá parece que desbomba. ;)
A receita não te pareceu recomendável, foi isso?
Não, não foi. Eu é que me divirto a tentar apanhar o sentido dos teus textos pela primeira meia-dúzia de palavras, e neste a coisa parecia poder pender para o outro lado. :)
Fica a faltar dizer no texto que a Mary Pearson é... Oh meu deus.
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