23 September 2008

... ... HÃ???!!!... ...



"A ministra da Educação anunciou, esta segunda-feira, que um dos objectivos do Executivo é alcançar 100 por cento de aprovações no final do ensino básico [9º ano], frisando que Portugal começa a reunir todas as condições para alcançar essa meta" (aqui)

(2008)

15 comments:

Anonymous said...

a próxima será que o ministério da Saúde quer reduzir o número de mortes em 100%.

João Lisboa said...

Reduzir?!!!... que falta de ambição... Ministério da Saúde digno desse nome só pode querer erradicar a 100% TODAS AS DOENÇAS!!!

E um palacete para cada família!

E uma ucraniana para cada português!

E a afirmação internacional da diplomacia portuguesa pondo fim a todos os conflitos, guerras e disputas territoriais!

Desta é que vai ser... ou então a Lulu está a abusar dos ácidos: Lulu In The Sky With Diamonds.

João Lisboa said...

nota: não tinha reparado que era redução "a 100%"; de qualquer modo, a utilização da palavra "reduzir" parece-me frouxa e tíbia; nem sequer o céu deverá ser o limite!

Anonymous said...

bem visto joão. por acaso lembro-me de há uns anos um professor de psiquiatria começar uma aula com essa canção dos beatles ("lucy in the sky with diamonds" é beatles não é?)

Anonymous said...

Já agora uma dúvida: qual a taxa de reprovações na(s) disciplina(s) em que o João Lisboa dá aulas?

João Lisboa said...

"qual a taxa de reprovações na(s) disciplina(s) em que o João Lisboa dá aulas?"

De 0 ao que tiver de ser.

Táxi Pluvioso said...

Aprovados ou reprovados vão saber a mesma coisa, portanto é igual ao litro.

Anonymous said...

"Aprovados ou reprovados vão saber a mesma coisa, portanto é igual ao litro."

Hmm... isso seria verdade se todos soubessem o que é um litro.

RL

Anonymous said...

foi com surpresa (mas provavelmente só porque sou ingénua) que reparei que no Público não se escreveu uma linha a este propósito. cheira-me que todo o barulho que devia ser feito por causa desta notícia obscena vai ser abafado. onde estão agora os teus colegas? (desculpa, não queria ofender-te)

João Lisboa said...

"onde estão agora os teus colegas? (desculpa, não queria ofender-te)"

Ofender é chamar (a esses, aos que ao ler notícias destas, aqui sim, deviam sair para a rua aos 200 000 e ficam em casa) meus "colegas".

Aliás, dei anteontem com isso no Público numa daquelas chamadas minorcas de cabeça de página para onde costumam chutar o que "não cabe" nas notícias "importantes".

Anonymous said...

entendeste-me mal. quando pedi desculpa pela ofensa era precisamente por causa da maldade incluída em "colegas". o pun era intended.

e continuo sem ouvir um piu a este respeito. está bonito, está...

Cristina Gomes da Silva said...

...e desde quando é que as reprovações são caminho para aprender? Não defendo as passagens administrativas, defendo uma escola pública que se preocupe mesmo com a aprendizagem dos seus alunos, que se preocupe mesmo com a redução das taxas de insucesso (ou de mortalidade escolar, se queiserem). São estas as verdadeiras preocupações de uma escola séria. E, sim claro, as classificações são "de 0 até onde tiver de ser", mas não esquecer também que a "classificação, classifica o classificador" P. Bourdieu dixit

Anonymous said...

A Ministra pode ter muitos defeitos, mas não me parece burra ou ignorante. Aliás, ela disse que este objectivo já tinha sido alcançado por "outros países da Europa com os quais nos comparamos o fazem"(http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1016551). Que países são esses? Grécia ou Dinamarca? Espanha ou Holanda? Eu confesso a minha quase completa ignorância sobre o actual sistema de ensino, mas, em teoria, não me choca que no final do ensino básico (ou mesmo até ao fim dele), no quadro de um eficaz apoio escolar, um aluno não reprove desde que não seja um reiterado faltoso. É óbvio que se trata de um modelo de escola inclusiva (não sei se se diz assim), discutível (como todos os outros modelos), mas nada de escandaloso. Pelo menos para quem não pensa como a Filomena Mónica...
Quanto ao Magalhães, estudos à parte, não deixa de ser um programa que vai permitir o acesso à informática por parte de crianças mais desfavorecidas ... só por isso nunca seria "péssimo".
nuno (vai anónima porque me esqueci da palavra passe)

João Lisboa said...

"...e desde quando é que as reprovações são caminho para aprender? Não defendo as passagens administrativas, defendo uma escola pública que se preocupe mesmo com a aprendizagem dos seus alunos, que se preocupe mesmo com a redução das taxas de insucesso (ou de mortalidade escolar, se queiserem). São estas as verdadeiras preocupações de uma escola séria. E, sim claro, as classificações são "de 0 até onde tiver de ser", mas não esquecer também que a "classificação, classifica o classificador" P. Bourdieu dixit"

1º) A "redução das taxas de insucesso" é algo de inteiramente diferente de "100% de sucesso".

2º) A reprovação não é um "caminho para aprender" mas apenas a radiografia de uma doença. É batota (feia, suja, infame) mostrar a um doente terminalmente doente a radiografia falsa de um corpo saudável.

3º) As "verdadeiras preocupações de uma escola séria" teriam de começar pelo encerramento compulsivo de ESEs e Piagets, fazer regressar a formação de professores às universidades e matar no ovo a peçonha das "ciências" da educação.

João Lisboa said...

"não me choca que no final do ensino básico (ou mesmo até ao fim dele), no quadro de um eficaz apoio escolar, um aluno não reprove desde que não seja um reiterado faltoso. É óbvio que se trata de um modelo de escola inclusiva (não sei se se diz assim), discutível (como todos os outros modelos), mas nada de escandaloso. Pelo menos para quem não pensa como a Filomena Mónica..."

Claro que podem "não reprovar". Ficam na mão com um certificado que se limita a atestar que, durante "x" anos frequentaram aquela escola. Mas que nada garante quanto a aprendizagens. É muito bom para apresentar nas estatísticas europeias... tal como a burla das "novas oportunidades".

Ah, e eu penso MUITO como a Filomena Mónica. Em mais radical, até.

"Quanto ao Magalhães, estudos à parte, não deixa de ser um programa que vai permitir o acesso à informática por parte de crianças mais desfavorecidas"

"Estudos à parte", claro, claro...