01 June 2008

VIDA E PENSAMENTO DOS GRANDES VULTOS NACIONAIS
(OU A CULTURA DA BOLA) (I):
 
CRISTIANO RONALDO




Por que motivo nunca se pergunta a "uma pessoal normal num patamar de vida diferente de uma pessoa normal" (a própria matéria-prima de quase toda a ficção) algo de tão necessário como "pensas muito?" No caso de Cristiano Ronaldo, para além de desatenção indesculpável, é injustiça cruel. O pensamento ronaldiano é conceptualmente rico e complexo, fertilmente contraditório, esteticamente arguto.


RONALDO, O BERKLEYANO:

Como o seu maître-à-penser, George Berkeley (1685-1753), Ronaldo descrê da possibilidade de conhecimento objectivo do real e tende para a conclusão de que tudo aquilo que podemos apreender acerca de um objecto é tão só a percepção que dele temos:

"Aquilo que, na maioria das vezes, as pessoas lêem ou ouvem, pensam que é a realidade e a verdade. Constroem uma imagem que não é a realidade, que é um erro".


RONALDO E A QUESTÃO SOCIAL:

"Há muitas pessoas mazinhas no mundo".


RONALDO, O ESTETA:

"A minha sala de cinema... cadeiras confortáveis, adormeço a maioria das vezes, dá logo a moleza".



(gratidão eterna à n)

(2008)

4 comments:

pauloduartebarbosa said...

A questão filosófica principal está muito para além de um simples "pensas muito?":

"Pensas muito quando estás a dormir?"

Esta é a verdadeira dúvida existencial que precisa ter resposta urgente.

João Lisboa said...

O comentário é justo e pertinente.

pauloduartebarbosa said...

Não é o que ele diz quando se queixa que toda a gente lhe faz sempre as mesmas perguntas e que nunca ninguém lhe perguntou se pensava muito quando estava a dormir?

ND said...

Ah! :D