01 January 2008

MÚSICA 2007 - IV (CD & DVD)
(a classificação, por ordem decrescente, deverá ser vastamente relativizada)



1 - THE NATIONAL - BOXER

2 - Robert Wyatt – Comicopera

3 - Rachel Unthank & The Winterset – The Bairns

4 - Hanne Hukkelberg – Rykestrasse 68

5 - Mirah & Spectratone International – Share This Place: Stories And Observations

6 - Beirut – The Flying Club Cup

7 - Gogol Bordello – Super Taranta

8 - Jens Lekman – Night Falls Over Kortedala

9 - The Fiery Furnaces – Widow City

10 - Bruce Springsteen – Magic

O álbum que marcou indelevelmente 2007 – In Rainbows, dos Radiohead – nunca entraria numa lista dos 50 melhores, do ponto de vista estritamente musical. Porque, não tendo sido, mais uma vez, um ano em que fosse possível identificar sinais proféticos de alguma transformação germinando profundamente nas entranhas da pop – qual foi a última vez que isso aconteceu? quando voltará a ocorrer? –, a verdade é que, se seleccionar um top-10 foi um acto de consagração da sobreexcelência da dezena eleita, não foi menos uma violenta injustiça para muitos dos que acabaram por ter de ser excluídos. Que conste, pois: todas as fúrias do inferno deverão justissimamente abater-se sobre quem optou por não incluir aí Sweet Warrior, de Richard Thompson, Shades of Dorian Gray, de Danny Cohen, Kismet, de Jesca Hoop,
Population, de The Most Serene Republic, The Unfairground, de Kevin Ayers, Apples, de June Tabor, Armchair Apocrypha, de Andrew Bird, Les Piqûres D’Araignée, de Vincent Delerm, A Love Of Shared Disasters, dos Crippled Black Phoenix, The Great Unwanted, dos Lucky Soul, Lucas, dos Skeletons And The Kings Of All Cities ou, para não agravar perigosamente demais o caso, White Chalk, de PJ Harvey. Mas não houve mesmo nada, nadinha, que se possa dizer ter sido “a marca” de 2007? Pronto, para não estragar as festas, façam então o favor de reparar na emergência do factor eslavo/balcânico dos Beirut e Gogol Bordello.

(2008)

10 comments:

Anonymous said...

Ainda não encontrei o disco nº2. Já procurei, mas ainda não encontrei.

Beirut é sofrível.

Anonymous said...

Aliás, o nº3, o nº3 é que ainda não encontrei.

João Lisboa said...

Há por aí uns sítios onde se consegue chegar a ele.

Nunes said...

Por mera curiosidade: não gostas de Animal Collective?

João Lisboa said...

"não gostas de Animal Collective?"

Consegui gostar do Feels. Este último irritou-me bastante.

menina alice said...

És grande, João Lisboa. Por instantes cheguei a temer pelo primeiro lugar, tanto foi o tempo que demoraste a "publicárziu", mas foi um daqueles momentos de questionar fés. Já passou. Bom 2008.

João Lisboa said...

"És grande, João Lisboa".

Epá, não exageres... é só 1.74m.

Bom 2008!

ps - espero que isto não vá agravar diferenças de opinião entre gente que muito amamos...

Anonymous said...

Obrigado. Já o consegui ouvir. Parece-me bastante bom. A versão da "Sea song" é muito, muito boa.

menina alice said...

Os que muito amamos são tolerantes e bons. E, com 1,74m já me levas uns bons 12cm. A perspectiva é logo diagonal.

Anonymous said...

Já o conhecia razoavelmente dos artigos publicados no «Expresso», mas a minha admiração pelo seu blog é imensa. Eu tb tenho um, mas é bastante modesto. Aqui, assiste-se a uma verdadeira inciclopédia musical cheia de óptimos textos que funcionam - para mim - como um verdadeiro farol que ilumina muito do que deveremos ouvir. Em relação à sua lista, só tenho penha que não apareça a Bjork, tal como em 2006 (salvo erro) já lamentava a ausência de Howe Gelb com «'sno angel» Mas isto são, roubando a frase a Sérgio Godinho, «pequenos delírios domésticos».

Rui Gonçalves