07 May 2021

(sequência daqui) Não foi a única vez em que (se o conceito tem autorização para existir) a reapropriação cultural teve lugar. Deslocada para Memphis aos 19 anos e definitivamente dedicada â música, não apenas descobriu a Memphis Soul da Stax Records (de Aretha Franklin, Booker T. & The M.G.’s, Carla Thomas, Otis Redding e Rufus Thomas), mas também as branquíssimas bluegrass, folk, country, e a tradição musical das Appalaches, coisa à qual, por entre histórias e lendas de vadios e vagabundos moídas no almofariz transcultural e alimentadas a "lap-steel guitar", ukulele e banjo (“instrumento de origem africana”, sublinha), haveria de chamar "organic moonshine roots music". Sobre ela pairavam também Mississippi John Hurt, Memphis Minnie, Dolly Parton, Etta James e a Carter Family que iriam fertilizar o terreno onde a sua música cresceria: “No meio musical, quando se fala de ‘roots’, pensa-se em folk, blues, Americana... Eu prefiro pensar na minha música como uma planta: tem as raízes que lhe permitem crescer, florir e desenvolver-se em todas as direcções. Se começar a partir do solo, das raízes, e as estudar, acabarei por descobrir-me a mim mesma, crescerei e transformar-me-ei naquilo que daí haverá de surgir”.(segue para aqui)
 

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