"4. Nenhuma forma de sincretismo pode aceitar a crítica. O espírito crítico faz distinções, e distinguir é um sinal de modernidade. Na cultura moderna, a comunidade científica entende o desacordo como instrumento de avanço do conhecimento. Para o Ur-Fascismo, o desacordo é traição.
5. O desacordo é também um sinal de diversidade. O Ur-Fascismo cresce e procura o consenso explorando e exacerbando o natural medo da diferença. O primeiro apelo de um movimento fascista ou prematuramente fascista é contra os intrusos. O Ur-Fascista é, portanto, racista por definição.
6. O Ur-Fascismo nasce da frustração individual ou social. Tal explica porque uma das características típicas dos fascismos históricos foi o apelo às classes médias frustradas, sentindo mal-estar por qualquer crise económica ou humilhação política, assustadas pela pressão dos grupos sociais subalternos. No nosso tempo, em que os velhos 'proletários' estão a transformar-se em pequena burguesia (e os 'lumpen' se auto-excluem da cena política), o fascismo irá encontrar nesta nova maioria a sua audiência" (Umberto Eco, Como Reconhecer o Fascismo/Da Diferença Entre Migrações e Emigrações, 1997)
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