19 March 2020



"Duas palavras gregas (com roupagem latina) dominam a actualidade mundial. Se, por um lado, a formulação que ouvimos todos os dias («coronavírus») fere os meus ouvidos de helenista/latinista – pois como é que um substantivo («corōna») pode qualificar outro substantivo («vīrus»)? -, por outro lado tenho-me entretido com os pensamentos ziguezagueantes sobre estas duas palavras, suscitados pela sua repetição permanente. Sentado ontem ao balcão de um pequeno restaurante de Coimbra, enquanto o noticiário televisivo repetia em tons histéricos o nome «coronavírus», dei por mim a pensar como as palavras têm a sua história; e como as pessoas a quem o ensino actual nega a possibilidade de estudar Grego e Latim passam ao lado dessa história. Por via da herança grega e latina, palavras como «corōna» e «vīrus» têm uma história milenar, cuja viagem (pelo menos a reconstruível) começa com Homero e tem ponto de passagem no Novo Testamento (...)"

4 comments:

Music lover said...

Como diz a Laurie Anderson, “ Only the experts can deal with the facts”.

Táxi Pluvioso said...

O Fachocelo deu a machadada final naquele bairro feliz, no preciso dia em morre um porco capitalista, suspende a democracia:

https://www.youtube.com/watch?v=A4wdbibV3IM

t. said...

Devo andar particularmente sensível, vou pois começar por reforçar os agradecimentos pelo que vai publicando. Não conheço melhor.

Eis agora um premonitório guia, embora há muito que eu ando perplexo (Thomas Feiner): https://youtu.be/8lgS4i6m0jw

João Lisboa said...

Obrigado.