08 December 2016

Pois é, mas não dava muito trabalho ter reparado que "os resultados dos testes TIMMS [que] colocaram os alunos portugueses do 4º ano de escolaridade à frente da Finlândia nos resultados de Matemática" referem-se a avaliações realizadas em 2015. Portanto, avaliam alunos que entraram para a escola em 2011. Ora, as modificações realizadas por Nuno Crato - nomeadamente, os exames no 4º ano - só começaram em 2013. Quer isto dizer que tiveram dois anos de Maria de Lourdes Rodrigues/Isabel "amestrada de Boston" Alçada (empate técnico para o galardão de pior ministra) e mais dois de Nuno Crato (o grande reformador que morreu na praia). Por isso, estes resultados não determinam coisíssima nenhuma: não é possível identificar tendências (positivas ou negativas) ao fim de 2, 3 ou 5 anos, são precisas séries mais longas. Ou seja, qualquer ministro da Educação dos últimos 10 ou 15 anos (do PS, PSD, ou CDS) os pode reivindicar como seus. Exactamente como sucede com o PISA que avaliou alunos do 7º e 12º ano, há cinco e dez anos integrados no sistema educativo. (ler também OMQ, daqui para a frente)

1 comment:

Ricardo A. P. Reis said...

As reformas educativas não se podem aplicar em regimes neoliberais que lutam por resultados (ler "lucros") imediatos. Querer ver resultados imediatos em políticas educativas é como querer ler a história do marxismo num livro do JRdS.
Toda a gente quer dividir os louros do sucesso, parecem o Marcelo com a selecção de futebol. Mas ninguém quer dividir as despesas que os pobres coitados vão ter agora por fugirem ao fisco...