Trabalho num local que deveria ser um exemplo maior na sensibilização para as questões ambientais, mas onde a própria direcção faz de cega com os vários sacos de 100 litros que todos os dias dali saem e cujo conteúdo é uma salada de plástico, metal, papel, matéria orgânica, cartão, etc. Os visitantes, na sua maioria, têm idêntico comportamento, diante dos filhos.
Estas manobras ai-tão-amantes-que-somos-da-sustentabilidade!, como muitas outras que partem do eleitoralismo popularucho que lhes faz de alavanca são absolutamente vomitivas.
Quanto ao matrimónio dos coisos, é compreensível, não podes negar. É que, podendo ser transportado de Volvo/Audi/BMW, a pinta (ler nódoa tb dá :) da imagem é muito maior e, depois, um 'chauffeur' é para a vida...
entre a educação que recebi de um comunista, militar de patente intermédia, com direito a chauffeur e que se recusou sempre a sentar no banco de trás (herdei o cabrão do lado simbólico :) e a sair do país em comissões com garantias de conforto (casa, carro, escola para os filhos, etc.), eis-me na encruzilhada da emigração inevitável. Soube há poucos anos que ele não considerava importante as filhas terem estudos superiores e a minha história com ele é a que enfrento de novo, agora com os cabrões dos filhos dos cabrões que o lixaram a ele. Eu e muitos milhares.
Apetece-me uma revolução, desta vez à séria (embora não faça mais nada desde que comecei a falar :) gente com coragem, foda-se, sem medo de perder o que pertence ao banco, de facto.
Por isso tenho saudades dele, do meu pai, da coragem dele, catano, que foi denunciado, que estudou a vida toda, e até conseguiu calar-se quando, tendo eu saido de casa, percebi a decência de homem que foi, admitindo o preconceito da educação, no meu regresso.
Emigrar, agora, será (também) por ele, tal como regressar, sem as tretas do património pessoal.
5 comments:
Trabalho num local que deveria ser um exemplo maior na sensibilização para as questões ambientais, mas onde a própria direcção faz de cega com os vários sacos de 100 litros que todos os dias dali saem e cujo conteúdo é uma salada de plástico, metal, papel, matéria orgânica, cartão, etc. Os visitantes, na sua maioria, têm idêntico comportamento, diante dos filhos.
Estas manobras ai-tão-amantes-que-somos-da-sustentabilidade!, como muitas outras que partem do eleitoralismo popularucho que lhes faz de alavanca são absolutamente vomitivas.
Quanto ao matrimónio dos coisos, é compreensível, não podes negar. É que, podendo ser transportado de Volvo/Audi/BMW, a pinta (ler nódoa tb dá :) da imagem é muito maior e, depois, um 'chauffeur' é para a vida...
Sois sábia, senhora. :-)
t'es un sage, pas moi:
entre a educação que recebi de um comunista, militar de patente intermédia, com direito a chauffeur e que se recusou sempre a sentar no banco de trás (herdei o cabrão do lado simbólico :) e a sair do país em comissões com garantias de conforto (casa, carro, escola para os filhos, etc.), eis-me na encruzilhada da emigração inevitável. Soube há poucos anos que ele não considerava importante as filhas terem estudos superiores e a minha história com ele é a que enfrento de novo, agora com os cabrões dos filhos dos cabrões que o lixaram a ele. Eu e muitos milhares.
Apetece-me uma revolução, desta vez à séria (embora não faça mais nada desde que comecei a falar :) gente com coragem, foda-se, sem medo de perder o que pertence ao banco, de facto.
"Apetece-me uma revolução, desta vez à séria"
Nada menos provável. Ou talvez. A verdade é que, ninguém, em lado nenhum, vê um boi à frente. Excepto os donos dos bois todos.
Por isso tenho saudades dele, do meu pai, da coragem dele, catano, que foi denunciado, que estudou a vida toda, e até conseguiu calar-se quando, tendo eu saido de casa, percebi a decência de homem que foi, admitindo o preconceito da educação, no meu regresso.
Emigrar, agora, será (também) por ele, tal como regressar, sem as tretas do património pessoal.
Ninguém possui nada, somente ilusões de posse.
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