Kant’s Aesthetics by Alain de Botton’s
28 February 2015
... mas, pelo sim, pelo não, a partir de agora, só temas bíblicos... (II)
Guido Reni, 1620 a 1625
Artemisia Gentileschi, 1610
Alessandro Allori, 1535/1607
Massimo Stanzione, 1643
Giovan Battista Tiepolo, 1720
A única parte que importa é
"pagou já este mês, voluntariamente,
depois de ser questionado pelo 'Público'"
"pagou já este mês, voluntariamente,
depois de ser questionado pelo 'Público'"
Indivíduo dirige-se, voluntariamente, à esquadra, depois de apanhado pela polícia
27 February 2015
... mas, pelo sim, pelo não, a partir de agora, só temas bíblicos... (I)
Lot e as filhas
Simon Vouet, 1633
Jean-François de Troy, 1721
Joachim Wtewael, 1770
Jacob van Loo, 1614 – 1670
Gustave Courbet, 1844
(+ aqui)
26 February 2015
25 February 2015
"Tatlin envisioned that the four different structures in the tower would rotate at different speeds. (...) According to his proposal, the large cylinder at the bottom rotating very slowly would house the legislature. The pyramid above it, moving faster, the executive branch. The second cylinder, which would turn even faster, a press bureau. And, finally, the half sphere at the very top, moving faster than all the others, a radio station, broadcasting news and propaganda" (Manuel Arriaga, Rebooting Democracy")
O PEQUENO MILAGRE
Há semanas, no espanhol “El Confidencial”, Carlos Prieto escrevia: “Chegou 2015, o ano em que tudo ou nada poderia mudar para sempre, e ocorreu um pequeno milagre cultural: os economistas convertidos em ícones pop”. Exemplificava, a seguir, com a visita recente de Thomas Piketty, autor de “O Capital No Século XXI” – coisa “próxima da ‘beatlemania’” –, e com o aparecimento do novo ministro das finanças grego, Yanis Varoufakis, sublinhando “a sua pinta mais de estrela do rock que de economista”, “o seu aspecto de quem acaba de sair de um concerto”, bem como o facto de ser casado com a notória artista plástica, Danae Stratou, e de, acima de tudo, impor-se instantaneamente “na qualidade de "sex-symbol", algo que não abunda na esquerda europeia”. Será, porventura, apressado traduzir já a velha categoria de "groupie" para "varoufuckie" – elas, contudo, existem e não se escondem – mas o fulgurante “pequeno milagre cultural” tornar-se-á mais evidente se repararmos, por exemplo, na contrastante história de uma banda como os Wave Pictures: década e meia de actividade à média de um álbum por ano, mais cerca de duas dezenas de álbuns “de homenagem”, colaborações e compilações e outros tantos singles e EP, e onde chegaram eles?
Não muito mais longe do que ao estatuto do velho economista manga-de-alpaca, popular entre os colegas da empresa e anónimo para o resto do universo. Canções e álbuns óptimos como Long Black Cars (2012), Beer In The Breakers (2011) ou If You Leave It Alone (2009) não têm escasseado mas, dificilmente, David Tattersall, Franic Rozycki e Jonny Helm se verão alguma vez assediados por multidões de "varoufuckies". Great Big Flamingo Burning Moon é tão excelente e peculiar quanto os anteriores – a canção-título fala do flamingo que Tattersall viu desenhado “sobre uma enorme lua em fogo, suspensa sobre o céu de Portugal” –, com o bónus de ter sido gravado em parceria com o lendário figurão-poeta-artista-fotógrafo-punk-agitador-lunático, Billy Childish. Reivindica como seus os Who, Troggs, Creedence Clearwater (dos quais interpreta "Sinister Purpose" e "Green River") e Modern Lovers mas não faz segredo de que ambiciona as cátedras de Morrissey e Jarvis Cocker. Bom trabalho lá no escritório, rapazes!
Ó Fiolhais, como é que você se atreve a dizer essas coisas a um homem cuja "tese de doutoramento sobre a epistemologia da Linguística estrutural abriu inesperadamente acesso à questão da relação entre a fenomenologia (Husserl, Heidegger, Derrida) e as principais descobertas científicas do século XX, a saber a teoria do átomo e da molécula, a biologia molecular, interdito do incesto e exogamia como nó do social (Lévi-Strauss), a dupla articulação da linguagem e a teoria das pulsões de Freud"???!!!...
Radicais livres (II)
Michel Mourre et Serge Berna au café Mabillon la veille de l’action écrivent l’intervention de Notre Dame
"Aujourd’hui, jour de Pâques en l’Année sainte,
Ici, dans l’insigne Basilique de Notre-Dame de Paris,
J’accuse l’Église Catholique Universelle du détournement mortel
de nos forces vives en faveur d’un ciel vide ;
de nos forces vives en faveur d’un ciel vide ;
J’accuse l’Église Catholique d’escroquerie ;
J’accuse l’Église Catholique d’infecter le monde de sa morale mortuaire,
d’être le chancre de l’Occident décomposé.
En vérité je vous le dis : Dieu est mort.
Nous vomissons la fadeur agonisante de vos prières,
car vos prières ont grassement fumé les champs de bataille de notre Europe.
Allez dans le désert tragique et exaltant d’une terre où Dieu est mort
et brassez à nouveau cette terre de vos mains nues,
de vos mains d’orgueil,
de vos mains sans prière.
Aujourd’hui, jour de Pâques en l’Année sainte,
Ici, dans l’insigne Basilique de Notre-Dame de France,
nous clamons la mort du Christ-Dieu pour qu’enfin vive l’Homme".
23 February 2015
A MODULAÇÃO DA TENSÃO
Em The Joy Of Music, Leonard Bernstein descreve os momentos de frustração e martírio por ele vividos no Upper Dubbing – o terceiro andar do departamento de som dos estúdios da Columbia Pictures, na Califórnia –, quando aceitou compor a banda sonora para Há Lodo No Cais (1954), de Elia Kazan: “Tinha-me deixado arrebatar pelo entusiasmo ao aceitar o encargo de escrever a partitura, na medida em que, até aí, tinha recusado ofertas semelhantes. (...) Sentia-me já tão embrenhado em todos os detalhes da música que ela se me afigurava a parte mais importante do filme! (...) Mas, às vezes [por opção do realizador, do produtor ou dos montadores de imagem e som], um dos temas que tinha sido imaginado com princípio, meio e fim, deveria terminar sete compassos antes do fade out previsto. É evidente que, para um compositor, isto constitui uma decepção, é de enlouquecer. (...) Dei por mim a suplicar por um Sol bemol que, com tanto carinho, tinha escrito...”. Nestas situações, porque a máxima de Hollywood “o compositor deve escutar sempre atentamente a música que gravou antes de seguir para a montagem pois pode ser essa a última vez que a ouve” é implacável, uma das soluções possíveis para evitar dissabores, é o próprio realizador ser também autor das bandas sonoras dos seus filmes.
É um clube relativamente restrito mas com sócios de respeito: foi inaugurado por Charlie Chaplin que, desde As Luzes da Cidade (1931), assinou todas as partituras dos seus filmes e continuou com Satyajit Ray (cerca de 40 títulos), Clint Eastwood (primeiro em Bronco Billy e, depois, de Imperdoável a As Pontes de Madison County, Mystic River, Million Dollar Baby, As Bandeiras Dos Nossos Pais, A Troca, Outra Vida ou J. Edgar), Alejandro Amenabar (Os Outros, Abre Los Ojos, Lengua de Las Mariposas, Tesis ou Mar Adentro), David Lynch (Eraserhead, The Alphabet, Lady Blue Shanghai, Bird Of Flames), Hal Hartley (em nome próprio ou sob o pseudónimo Ned Rifle, em grande parte dos seus filmes), Mike Figgis (Dia De Tempestade, Morrer Em Las Vegas, A Perda Da Inocência, Miss Julie, Time Code, Suspension Of Disbelief) ou Robert Rodriguez (dos Sin City a Kill Bill Vol. 2). Com John Carpenter, ilustre membro da mesma sociedade, tudo aconteceu por motivos bem mais prosaicos: ainda estudante da Escola de Cinema da University Of Southern California, em Los Angeles, tanto ele como os colegas, para a concretização dos projectos académicos, viam-se obrigados a gerir orçamentos mínimos: “Ninguém tinha dinheiro para encomendar uma partitura ou contratar um compositor e uma orquestra. Desenrascávamo-nos como podíamos. Daí que eu tenha começado a compor bandas sonoras muito simples para os nossos filmes. Quando me tornei profissional, exactamente pelas mesmas razões, continuei a fazê-lo. Era rápido e barato”. Alguns desses filmes escolares foram, recentemente, redescobertos pelo responsável do arquivo da Universidade, Dino Everett, mas, na colecção, continua ausente a jóia da coroa, Lady Madonna, filme-tese de licenciatura de John Carpenter, com banda sonora para piano do próprio que, obstinadamente, ele se recusa a ceder.
“Tudo o que é moderno no cinema resulta de investigação tecnológica, metafísica e existencial. A moderna audiovisualidade do cinema tem pouco a ver com as iluminadas artes clássicas da literatura, do teatro ou da pintura – até da música; tem tudo a ver com exploração endoscópica, cirurgia plástica, alteração química, terapia de electrochoques e estimulação nervosa. E, quando o cinema aparenta ser natural, romântico, clássico, é, justamente, quando é mais artificial, mais inumano, mais irreal”, afirma Philip Brophy em 100 Modern Soundtracks (2004), uma das quais é, exemplarmente, Escape From New York (1981), de Carpenter: “No mundo predominantemente bombástico do cinema, uma partitura assente sobre a repetição de uma única nota é improvável. (...) Escape From New York é isso que propõe e sacraliza a sustentação de uma só nota como dispositivo primário de modulação da tensão”.
Desde 1970, com The Resurrection Of Broncho Billy, John Carpenter tem sido o autor das bandas sonoras da maioria dos seus filmes (Veio do Outro Mundo, de 1982, entregue a Ennio Morricone, foi uma das poucas excepções), de Dark Star a O Nevoeiro, Assalto à 13ª Esquadra, Christine ou Halloween, que no subgénero de “terror”, transportam uma poderosa e singular carga expressiva. Passa, agora, a figurar também no seu CV a contribuição para um género a que ainda não se entregara: a banda-sonora para filmes imaginários. Lost Themes, fruto de prolongadas "jam-sessions" com o filho, Cody, entre sessões de jogos de vídeo, é, previsivelmente, uma colecção de mini-soundtracks geradas em baterias de sintetizadores (sempre a sua arma favorita), pura cenografia sonora em demanda de uma narrativa capaz de estruturar as várias sequências e instantes de ansiedade, pânico e beatitude “espacial” que, em temas como "Obsidian", "Abyss" ou "Domain", praticamente sugerem um argumento ímplicito. Um, naturalmente, por cada par de ouvidos que os escutem e que se achem disponíveis para encetar a outra metade do trabalho de que John Carpenter se dispensou nesta espécie de revisão e prolongamento (aqui e ali, redundante) de todas as suas inconfundíveis marcas de autor.
22 February 2015
O frater que maltratou o padrinho da Augusta Ordem explica que actuar à margem da lei era o prato do dia lá no escritório (coisa que a própria D. Esmeralda sabia)
("DN")
O mais belo e acabado exemplo do pequeno-médio-intelectual-armado-ao-pingarelho: fã do Fernando Nobre e das "16 marcas de iogurte muito bom para os povos economicamente, mas também ao nível da formação do seu próprio corpo", ávido de "sonho e utopia", teorizador do papel da "classe média desde a Grécia Antiga" e da "Polónia, hoje bastante liberal", candidata a aliada da Alemanha-"âncora de uma futura Europa estável", visionário que "não acredita que esteja a acabar o Modelo Social Europeu" mas profetiza que "num futuro longínquo a escravatura se imponha novamente".
Sartre, volta, tudo te está perdoado!
21 February 2015
STREET ART, GRAFFITI & ETC (CLIII)
"A life-size statue of Hollywood’s real golden boy Oscar, bent down on his hands and knees huffing lines of cocaine, was installed Thursday morning. The guerrilla art piece, dubbed 'Hollywood’s Best Party', is the velvet-roped handiwork of Los Angeles street artist Plastic Jesus. It was installed at the intersection of Hollywood Blvd and La Brea Avenue in Los Angeles (next to Elvis Presley’s Hollywood Walk of Fame star, no less) and was timed to appear just prior to the big Academy Awards ceremony on Sunday" (aqui)
20 February 2015
Claro que "a troika deve reparações a Portugal": por ter imposto um programa tão querido e fofinho que obrigou o governo a ir para além dele
O Estado não era laico?
("Sol")
Votem no Tó, votem... ("o custo total deverá rondar os três milhões de euros – na sua maioria custeados pelo orçamento municipal") que ele nunca deixará cair o destacamento multi-kulti da Almirante Reis nem os gebos do ludopédio... custe o que custar!
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