05 January 2013


14 comments:

Anonymous said...

So nao percebo o que é que o pensamento de Marx (mesmo pobre) tem a ver com o "pensamento" do Pedro e da Laura. So compreendo à luz de que Pacheco Pereira tem de estar sempre a lutar contra os seus demónio de infância. Como que a dizer " olhem eu vou escrever isto mas nao sou marxista" . Será?

alexandra g. said...

Certas pessoas não poderão nunca ser lidas com imparcialidade (não me demorarei em considerações sobre isto, que não interessam a ninguém).

Quando leio o Pacheco Pereira assaltam-me fantasias com aquela biblioteca dele. Sem ele, claro. Muitas fantasias. Começam sempre por uma investida nocturna de acesso obrigatório por uma janela nos fundos. Lá dentro, sombras. Na mão, uma lanterna.

João Lisboa said...

"Pacheco Pereira tem de estar sempre a lutar contra os seus demónio de infância"

Francamente, psicanálise dispenso.

João Lisboa said...

"assaltam-me fantasias com aquela biblioteca dele"

Oh sim!...

Anonymous said...

Ainda bem, mas o texto é do Pacheco Pereira.

João Lisboa said...

Dispenso a psicanálise. Ponto. Nos textos do PP ou em outra coisa qualquer.

Anonymous said...

Ainda bem, embora as fantasias na biblioteca do Pacheco Pereira possam ser interessantes do ponto de vista da psicanálise.

João Lisboa said...

"do ponto de vista da psicanálise"

Mas é exactamente esse "ponto de vista" charlatão de pseudo-ciência do sec. XIX - inexplicavelmente ainda vivo no XXI - que eu dispenso.

alexandra g. said...

Sem querer dar uma de advogada de defesa do J.L., ou sequer de aliada circunstancial, coisas para as quais não tenho jeitinho nenhum, sempre lhe digo, Anonymous, que racional é a escolha das palavras (e a palavra "fantasia" veio à baila porque eu a trouxe, certo?). Lá o que a Psicanálise faz com elas, isso...

Anonymous said...

Alexandra g.

Foi o JlL que falou em psicanálise. Eu só queria entender o que é que o pensamento marxista tem a ver com o" pensamento" do Pedro e da Laura?
Ainda não entendi e não penso que a psicanálise me ajude neste particular?

alexandra g. said...

Foi o Anonymous quem a insinuou, a Psicanálise.

Agora vou ali abaixo buscar pizzas com o dinheiro que poupei em sessões...

João Lisboa said...

" Eu só queria entender o que é que o pensamento marxista tem a ver com o" pensamento" do Pedro e da Laura?"

Então, releia lá o texto do PP com atenção.

Anonymous said...

Alexandra g.

Bom apetite

João Lisboa

Está difícil porque o PP fala em "marxismo pobre e rudimentar" e mais adiante em "marxismo vulgar". Não cita fontes, nem obras de Marx em que se baseia ficando assim difícil contrariar ou contra argumentar.
Todos sabemos que PP critica e contesta este governo . Na minha opinião so lhe fica bem. Sabemos igualmente, que PP ha muito tempo abandonou uma visão marxista do mundo. Sao opções.
Agora, num texto de critica a um governo neo-liberal (estou a ser generoso, porque nem eles entendem bem o que isto seja) dizer que se aproxima do marxismo vulgar ou rudimentar, seja lá o que PP entende por isso, parece-me nao so deselegante intelectualmente , como me leva a deduzir que PP teme pela critica que faz a este governo de direita, ser confundido com a esquerda marxista. Tudo bem escusava era de dizer que Marx foi um percursor do neo liberalismo, embora pobre e rudimentar. Naomlhe fica bem tanta simplificação.

João Lisboa said...

" O discurso do "economês", que é hoje uma parte importante do discurso do poder, é uma espécie de marxismo pobre e rudimentar, que acredita a seu modo que a "infraestrutura" condiciona a "superestrutura", ou seja, que é a "economia" que determina a "política". Marx ainda falava da "acção recíproca" e, quando teve que defrontar a questão da arte e da literatura, ainda abriu caminho a uma autonomia complexa da "superestrutura", mas isso é muito complicado para mentes simples educadas por manuais escolares que estavam igualmente impregnados deste marxismo vulgar. Depois, com as modas mediáticas e os blogues, este marxismo vulgar virou uma vulgata liberal com muita facilidade.


Vai tudo com muitas aspas, porque a "economia" é aqui sinónimo de meia dúzia de ideias simples sobre as empresas, mais preconceitos do que ideias, e a "política" é uma gestão técnica condicionada pela "economia" que gere rendimentos, subsídios, impostos, gastos e poupanças, e cujo valor é "libertar" a "economia" das suas baias na Constituição, nas leis, nos sindicatos, nos "direitos adquiridos", nas "ideias antiquadas", no "Portugal do passado" que precisa de ser desmantelado por um "projecto de futuro" com ajuda de muita "coragem" autoproclamada e do memorando salvífico da troika. Parece um programa de uma "jota", e é um programa de uma "jota": ideias feitas, retórica grandiloquente, palavras cheias de "projecto geracional", de "Portugal de futuro", de "amanhãs que cantam" em versão reaccionária. A isto soma-se alguma presunção adâmica e um milenarismo profético - "estamos a mudar Portugal" - que, se tudo não estivesse já tão gasto e mole, mataria de ridículo quem o enunciasse".