25 November 2012

NO LONGER "NU"


















Mumford & Sons - Babel 

Quem conhece a natureza profunda da coisa pop (em considerável medida, pura superfície) nunca leva demasiado a sério as sucessivas "scenes" que ela, periódica e impassivelmente, pare. Do "merseybeat" ao "shoegaze", de Bristol a Seattle, do "britpop" à "new wave of new wave", do "freak"/"psych"/"free folk" ao "nu-folk", após a conclusão do canónico processo de descoberta, frenético "hype" e inevitável demolição final, já terá sido motivo de desmedido contentamento, se, de cada uma delas, tiver emergido um par de talentos razoáveis ou, vá lá, com muita sorte, um pequeno génio. O que, na realidade, com maior ou menor pressão dos mecanismos de selecção natural e êxito variável, até tem acontecido. 



No caso do "nu-folk" londrino ("scene" antiquíssima, de há cinco anos), tudo foi excepcionalmente promissor: The First Days Of Spring (2009), dos Noah & The Whale, era óptimo, Been Listening (2010), de Johnny Flynn, não lhe ficava atrás, Sigh No More (2009), dos Mumford & Sons, inventava uns Pogues com menor teor alcoólico e mais adrenalina épica, Laura Marling, com Alas I Cannot Swim (2007), I Speak Because I Can (2010), e A Creature I Don’t Know (2011), reivindicava todas as passadeiras vermelhas e de Emma-Lee Moss (aliás, Emmy the Great), Eugene McGuinness e demais frequentadores do Bosun’s Locker, de Fulham, e da Big Chill House, de King’s Cross, aguardavam-se proezas não menores. Porém, Last Night On Earth (2011), dos Noah, surgiu, decepcionantemente débil, dos outros, continua-se à espera, e, agora, sobre Babel, dir-se-ia serem as "outtakes" de Sigh No More que, há três anos, foram, justificadamente, preteridas: molde idêntico mas a pender (já?) para a produção em série. Nada de grave, no fundo, se, por fim, apenas restar a belíssima Laura Marling.

4 comments:

Pedro said...

Olha que eu, correndo todos os riscos de estar completamente enganado, diria que o Been Listening é de todos o disco que melhor sobreviveu a estes (poucos)anos. Mas também acho que se daqui sobreviver uma Laura Marling adulta não estamos mal (apesar de eu ser mais Johnny Flynn)

Tiago Pereira said...

É tudo fraquinho e, com alguma vontade, safa-se a darling Marling.

Anonymous said...

É tudo fraquinho MENOS a miss Marling!

Anonymous said...

é tudo giro.

nuno