PESSOAL ACTIVO: 44.900; PESSOAL NA RESERVA: 210.930; DISPONÍVEIS PARA O COMBATE AOS INCÊNDIOS: CERCA DE 750 (quando davam um "contributo muito importante", eram 1500)
FAÇAMOS DE CONTA QUE ISSO FAZ ALGUM SENTIDO E QUE, SENDO A "RECLAMAÇÃO" ATENDIDA, O DR. SOARES ATÉ TINHA UMA VAGA IDEIA ACERCA DE QUEM E MELHOR, SUPONHO QUE POR VIA ELEITORAL, LÁ COLOCAR (... O TOZÉ FLORIBELLA?); A DÚVIDA, NO ENTANTO, É: COMO SE ACEDE AO CONTACTO DIRECTO COM A "MAIORIA DA POPULAÇÃO"?
Os Beach House têm uma canção e tocam-na e
cantam-na muito bem. É, aliás, a mesma canção que já haviam repetido por dez
vezes em Teen Dream (2010) e que, em igual número de sucedâneos, voltam a
incluir no alinhamento de Bloom. Embora os 7 052 389 169 humanos que
constituem a população do planeta (descontando Alex Scally e Victoria Legrand,
o duo Beach House) no instante em que escrevo possam sentir uma natural
dificuldade em o confirmar, Victoria assegura que, desta vez, se trata de uma
obra sobre “o insubstituível poder da imaginação e a forma como ele se
relaciona com a intensa experiência da vida”. Poderá resultar de um insanável
défice no meu “insubstituível poder da imaginação” mas nunca seria devido às
suas propriedades decorrentes da “intensa experiência da vida” que me ocorreria
recomendá-lo como dieta sonora de Verão.
Na verdade, isso deve-se a motivos assaz
diferentes: é, justamente, naqueles dias e semanas em que as elevadas temperaturas
tendem a paralisar o funcionamento do cérebro, a reduzir o metabolismo até
valores pouco acima do coma e as “intensas experiências de vida” não são, de
todo, recomendáveis, que a música dos Beach House deverá ser considerada como
terapêutica de primeira linha. Esta infusão de "dream-pop" que destila, em diluição homeopática, meia molécula de
Mazzy Star e um pouco menos do que isso de Cocteau Twins (análises
laboratoriais mais rigorosas conseguirão detectar outros vestígios), esta
espécie de suave tinnitus benigno em
regime de beatitude pós-coital que recupera as qualidades opiáceas de Julee
Cruise/Badalamenti e as converte em papel de parede para moradia de férias à
beira-mar é tudo o que poderíamos desejar até que o amável Outono regresse.
NO FUNDO, ISTO DE GOOGLAR EM VEZ DE YAHOOAR É APENAS UM HÁBITO PARVO COMO OUTRO QUALQUER...
Diz o mini-wanna-be-Supergrass: "a culpa é de quem adubou o terreno, não de quem colheu os frutos", "o Supergrass pode ter sido um bad boy mas sempre nos avisou para não andarmos na má vida como ele" e "o nosso bad boy é bad mas menos bad do que o deles".
12ª pedrinha: "O semanário 'Sol', propriedade da empresa Newshold, passou a ser gerido por angolanos, Ana Bruno foi afastada: este ano, a empresa conseguiu passar a dominar, de forma indirecta, o jornal 'i' (...) e tem tentado também reforçar a posição de 15% no grupo Cofina ('CM', 'Sábado' e 'Record') e prepara-se para a corrida à privatização da RTP, depois de ter contratado no final do ano um dos administradores da televisão pública, José Marquitos"("Expresso" de hoje);
13ª pedrinha: "Miguel Relvas foi o ministro escolhido para representar Portugal na Feira Internacional de Luanda. (...) A última visita de Miguel Relvas a Luanda foi em Janeiro, por ocasião do programa 'Prós & Contras' que a RTP foi ali realizar. Uma iniciativa lida, na altura, como um sinal de aproximação da televisão estatal portuguesa a Angola, com vista ao possível interesse dos angolanos na privatização de um dos canais da RTP"("Expresso" de hoje);
QUE É COMO QUEM DIZ: À PORTA DO POLITEAMA, MINUTOS ANTES DE SE COMEÇAR A VER UMA XUNGUICE DO LA FÉRIA, A CABEÇA NÃO PODE ESTAR A FUNCIONAR BEM
SINFONIETAS DE BOLSO
Field Music - Plumb
O mundo pop divide-se em duas partes:
aquela que é habitada pelas bandas e músicos que, durante uma temporada,
engarrafam todas as vias de acesso da imprensa, da rádio e da Internet, para,
na temporada seguinte, recolherem de novo à inexistência; e a outra onde, sem
nunca, verdadeiramente, gozarem do bronzeado do "hype", alguns se aplicam a escavar uma galeria de túneis na
qual vão acolhendo a pequena mas – eventualmente – crescente seita de fiéis que
lhes presta culto. Refeitas as contas, existirá, talvez, uma terceira parte
mas, porque essa é sobejamente conhecida, não autorizemos que, agora, nos
desconcentre do essencial. Que é Plumb, dos Field Music (inamovíveis cidadãos
da segunda metade do mundo), e mais recente demonstração do que o prog-rock poderia ter sido se,
realmente, tivesse corrido bem.
E que se deixa, facilmente, sintetizar numa
frase de "(I Keep Thinking About) A New Thing": “I don’t want to simplify it,
eloquence is overrated”. Exactamente: se, em cada canção de Plumb, existe um
número de ideias e pontos de vista (melódicos, rítmicos, tímbricos e
harmónicos) vastamente superior aquele sobre o qual muitos edificariam uma
discografia inteira, de um total de quinze, dez não atingem os três minutos, o
grande épico ("A New Town") queda-se pelos 3’58” e o álbum integral não avança
para lá dos 35'. Coisa precisamente no polo oposto do anterior – Field Music
(Measure), 2010 - que, em formato duplo, ia além de uma gloriosíssima hora. Não
simplificar nem carregar na verborreia. Ou experimentar uma de cada vez.
Rapidamente. Como Brian Wilson, modularmente, em Smile, santo padroeiro de
Peter e David Brewis, neste comboio de assimétricas sinfonietas de bolso.
Duvido muito que, se o começarem a escutar agora, no final do ano, o tenham já
decifrado por completo.
OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, BOM ZEUS! ISTO É BOM DEMAIS PARA SER VERDADE, EU NÃO MEREÇO...
"Parceria entre Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Escola Bíblica Maná:no dia 1 de Novembro de 2004 em Lisboa, foi estabelecido uma parceria entre a Escola Bíblica Maná e a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Através deste feito é agora possível aos alunos que frequentaram a Escola Bíblica Maná, a frequência do curso 'Ciências das Religiões' da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, mediante a apresentação de certos requisitos obrigatórios para a prática do curso".
Nota 1: será que, por associação de ideias, deveremos passar a tratar o Supergrass por "Senhor Abade"?
VIVAM MARX, ENGELS, LENINE, ESTALINE, MAO TSÉ-TUNG, KIM IL-SUNG, KIM JONG-IL, MICKEY MOUSE, WINNIE THE POOH, DUMBO E A BRANCA DE NEVE!!! (Kim Jong-Un adapta o marxismo-leninismo para os meninos da sua idade)
E QUE TAL SE ESTES 100 MOÇOS SAÍSSEM, DE VEZ, DA SUA "ZONA DE CONFORTO"?
NÃO HÁ QUEM EXPLIQUE A ESTAS DESGRAÇADAS CRIATURAS DO "SERVIÇO PÚBLICO" QUE O HIGGS É ATEU E QUE O POBRE DO BOSÃO SÓ SE TORNOU NA "GOD PARTICLE" PORQUE "GODDAMN PARTICULE" PODIA OFENDER ALGUMAS ALMAS SENSÍVEIS? OU É APENAS A FUNDAÇÃO TEMPLETON A FAZER O SEU TRABALHINHO?
SUPERGRASS (APÓS O ENORME SUCESSO DO SEU CONCERTO DE SÁBADO) COMEÇA A GRAVAR NOVO ÁLBUM, UMA HOMENAGEM AOS PET SHOP BOYS E DUSTY SPRINGFIELD INTITULADA "NOTHING HAS BEEN PROVED"
“Today we’re younger than we’re ever going to be” é, possivelmente, a forma que Regina
Spektor encontrou para dizer “hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”.
Fiona Apple, que escreve e canta como se todos os dias fossem o último da vida
dela, prefere assinalar a efeméride com frases como “You didn’t see my
valentine, I sent it via pantomime, while you were watching someone else, I
stared at you and cut myself”. Por outras palavras, se nem uma nem outra
pertencem ao clube dos praticantes da pop como dispensador de felicidade
instantânea, poderão, contudo, deixar-se objectos cortantes próximo de Regina
sem perigo de maior mas, à cautela, já não deverá afirmar-se outro tanto acerca
de Fiona. A aproximá-las e (também) a separá-las o facto de ambas serem "singer-songwriters" que têm no piano a
sua ferramenta sonora de primeira escolha e a circunstância de o produtor do
álbum de Spektor – Mike Elizondo – ter sido, justamente, aquele que, em 2005,
foi imposto pela editora de Fiona Apple para reconfigurar a primeira versão
(assinada por Jon Brion e pouco do agrado da entidade patronal) do anterior Extraordinary Machine, episódio que deu origem a uma insurreição de fãs
interneticamente organizados e a duas encarnações diferentemente óptimas da mesma
obra.
Sete anos depois, é o percussionista
Charley Drayton quem ocupa o lugar vago de Brion/Elizondo na condução das
operações de um álbum que, sem se aproximar sequer do estatuto de “o terceiro
maior título de sempre” (esse pertence ao segundo de Fiona, When The Pawn... – acrescentem-lhe mais 87
palavras), dá pelo nome de The Idler Wheel
Is Wiser Than the Driver Of the Screw And Whipping Cords Will Serve You More
Than Ropes Will Ever Do. E que, previsivelmente, tem na dimensão rítmica
(tanto acústica como construída a partir de "samples" de sonoridades
“encontradas”) o eixo de estruturação e o motor das canções, como que uma
máquina disciplinadora dos –
nunca verdadeiramente submetidos – demónios que, não desistindo de bolçar enormidades como “I ran out of
white doves’ feathers to soak up the hot piss that comes from your mouth every
time you address me”, ocupam por inteiro o assombrado universo das canções de
Fiona Apple.
What We Saw From The Cheap Seats não nos
deixa sem fôlego exactamente do mesmo modo apenas porque o perfil das canções
de Regina Spektor, sem abdicar de baralhar as regras ao nível microscópico, não
foge excessivamente do cânone clássico. Mas, mais secamente austero ou
polifonicamente quase barroco, o filme que Spektor nos convida a ver dos lugares da geral, de "Ballad Of A Politician" (“You love so deep, so
tender, your people and your land, you love them till they can’t recall who
they are again”), à fantasmagoria das salas de museu de "All The Rowboats"
(“masterpieces serving maximum sentences, it’s their own fault for being
timeless”) ou à literal sufocação operática de "Open" (“wires round my fingers,
potentially lovely, perpetually human, suspended and open”), não é propriamente
programa familiar para fim-de-semana à tarde.
(subsistem dúvidas quanto à justeza da expressão "carregado de livros")
António Filipe, deputado do PCP e professor, desde 2001, de Ciência Política na Lusófona de uma das cadeiras que Relvas teve de fazer – Quadros Institucionais da Vida Económico-Político-Administrativa:"Nunca o vi, nunca foi meu aluno e nunca constou das listas electrónicas das turmas. Nunca o avaliei. Nem sabia que tinha sido lá aluno";
Feliciano Barreiras Duarte *, actual secretário de Estado do próprio ministro Miguel Relvas **, e outro dos responsáveis por esta disciplina:"Nunca avaliei Miguel Relvas, nem foi meu aluno";
Nuno Cardoso da Silva, ex-dirigente do PPM, responsável pela cadeira de Teoria do Estado da Democracia e da Revolução:"Não fui professor, nem avaliei Miguel Relvas. Nunca o vi na universidade, soube da licenciatura pelos jornais";
Pereira Marques, ex-deputado do PS e professor de Introdução ao Pensamento Contemporâneo (disciplina concluída por Relvas com 18 valores), a tempo integral na universidade: "Não foi meu aluno. Não o avaliei. Nunca o vi na universidade". (aqui)
... e dava, realmente, jeito obter estas 10 respostas...
"(...) Aos trinta e tal anos, têm nas mãos o poder sonhado desde que, na Covilhã, em Vila Real ou na concelhia dos betos de Cascais, ouviram o tal cacique e decidiram, num arroubo adolescente, ser como ele. Com uma diferença: o cacique, mal ou bem, ainda tinha algumas ideias na cabeça, fruto de um tempo (Marcelismo, 25 de Abril, PREC) em que todos os portugueses viviam a política como uma escolha decisiva entre modelos de sociedade. O ex-jotinha já medrou nos anos 80, os anos da normalização democrática, do desenvolvimento e da Europa. Não teve que escolher muito, excepto os patronos certos, não teve que lutar muito, excepto uns tantos golpes baixos a adversários e inimigos (os primeiros fora do partido, os segundos dentro, como disse o Churchill e ele sabe porque ouviu esta no bar), não teve que pensar muito, excepto no soundbite seguinte. Nunca leu, nunca estudou, nunca trabalhou seriamente. A política é para ele, eterno jotinha, um jogo. Só que agora a parada é mais alta (...)".(post integral aqui)
ISTO QUE VOSSELÊNCIAS PERPETRARAM ESTÁ MAL, ESTÁ MESMO TOTALMENTE MAL, É INTOLERÁVEL IMAGINAR QUE O POSSAM TER SEQUER PENSADO; MAS, PRONTO, ATÉ DEZEMBRO, FAZEMOS DE CONTA QUE NÃO DEMOS POR NADA, E VEJAM LÁ SE, PARA O ANO, NÃO TORNAM... (é isto, não é?...)
Nota: é curioso como, na caixa de comentários, já há um ano, havia sugestões de investigação interessantes em que ninguém pegou...
RECORDAR É VIVER (XL)
"'Eu quero chegar a casa, depois de ganhar as eleições, todos os dias e quero que a minha filha tenha orgulho daquilo que está a ser feito', disse o porta-voz do PSD, acrescentando: 'Eu no lugar do engenheiro Sócrates tinha vergonha, euse fosse parente do engenheiro Sócrates escondia que era parente dele'" (Supergrass, em 29.04.11)
A VATICANO S.A. RECOMENDA A MÃOZINHA SANTA AOS SEUS FUNCIONÁRIOS NUMA TENTATIVA DE DIMINUIR O NÚMERO DOS CASOS DE PEDOFILIA
The Who - "Pictures Of Lilly"
04 July 2012
E SÓ MAIS UM PORMENOR: ENTÃO A OH QUÃO MAGNÍFICA UNIVERSIDADE LUSÓFONA RECEBE O SUPERGRASS DE BRAÇOS ABERTOS, OFUSCADA COM O SEU ASSOMBROSO CURRÍCULO PROFISSIONAL, E, DEPOIS, DESPACHA O NOSSO SUPER-HERÓI COM UM... 11???!!!... E TU FICASTE-TE, SUPERGRASS?
DEPOIS DO LAPSO DA "VISITA DO BUSH AO MÉXICO"; DOS OUTROS DO "MAL CONHEÇO... SÓ ESTIVE UMA VEZ COM ELE... OK, ESTIVE VÁRIAS MAS SEMPRE EM LUGARES PÚBLICOS... PRONTO, ESTÁ BEM, ATÉ TIVEMOS REUNIÕES DE NEGÓCIOS E QUAL É O MAL DE TEREM SIDO NA SEDE DA ONGOING?..."; DO LAPSO DAS TELEFONADELAS AO "PÚBLICO" (MAZÓMINHASENHORA, PEÇO IMENSA DESCULPA SE FUI UM BOCADINHO TROLHA!...) E, AGORA, MAIS ESTE, SERÁ CORRECTO AFIRMAR-SE QUE SUPERGRASS É RE-LAPSO?
Mas alguém duvida que o Supergrass fosse capaz de concluir este Plano de Estudos da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Lusófona entre dois SMS e três telefonemas para os jornais? Poderia ter algumas dificuldades na cadeira de Política, Ética e Vida Quotidiana mas Etologia e Antropossociobiologia papa ele todos os dias ao pequeno-almoço
Há uma dificuldade intrínseca e dificilmente
removível na missão de levar a sério uma "singer-songwriter"
sueca de tendência folk/country e a gravar em Nashville. Será, possivelmente,
apenas um preconceito idiota: na verdade, se a contribuição de origem
escandinava para a música popular tradicional norte-americana “branca” não foi
tão importante como a das ilhas britânicas, nem por isso deixou de existir. E,
vendo bem, não é menos legítima Anna Ternheim do que a legião de bandas
inglesas de blues do final dos anos 60. Até porque, do ponto de vista do
recrutamento dos parceiros de expedição de Anne pela América profunda, nada
existe de reprovável: Matt Sweeney (cúmplice de Cat Power, Bonnie "Prince"
Billy, Guided By Voices, Six Organs Of Admittance, Yo La Tengo) enquanto
produtor, o lendário Cowboy Jack Clement, Will Oldham...
Também não é pelo lado
da escolha de reportório – versões de temas alheios e originais – nem do
guarda-roupa musical (mui sóbrios arranjos acústicos de guitarras,
discretíssimas secções de cordas e vestigiais acordeão e bandolim) que o
edifício vacila. Porque, na verdade, nem vacila. Simplesmente, da sua exacta e
mais que perfeita bissectriz entre tradições americanas e o seu posterior
reflexo europeu (ver Sandy Denny, Nick Drake, Martin Carthy), traduzida em
amáveis aguarelas melódicas e macios afagos harmónicos, solta-se muito mais a
sensação de "coffee-table music" para
salões de classes A e B do que tudo aquilo que – com mais ou menos alegada
autenticidade, mais ou menos terra agarrada à voz e aos instrumentos – preferimos
escutar num disco que reinvindica o género de paternidade que The Night
Visitor escolheu para si. E é impossível afastar a suspeita de que, um
só passo para o lado errado, e Anna Ternheim chamar-se-ia Norah Jones.