03 March 2012

FILOSOFIA PARA CRIANÇAS


(cortesia de mr. apostate)

Convenhamos que, aos 81 anos, pular do ateísmo para o teísmo por via de uma daquelas interrogações filosóficas que costumam despontar por volta dos 14 anos - "Se o universo teve um começo, então, a pergunta é inevitável: o que produziu esse começo? Quem deu o primeiro pontapé na bola cósmica?" - é mais consequência dos efeitos devastadores da "segunda infância" (e/ou do cagaço mal resolvido da morte) do que de sabedoria.

E, já agora, acerca de Richard Dawkins: afirmar que "Dawkins tem direito ao seu ateísmo, mas já não tem direito a pensar que esse ateísmo tem certificado científico. A ciência não prova a não-existência de Deus. Deus é um assunto não-científico por excelência, porque Deus não está ao alcance do método científico", é um bocadinho... errr... ignorante. É ele próprio, Dawkins, que, no "espectro de possibilidade teísta", justamente por escrúpulo científico e pela impossibilidade de prova de uma coisa ou do seu contrário, se situa, de 1 a 7, em 6.

Se bem que, algures entre o 6 e o "apateísmo", é onde se vive melhor.

(2012)

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