11 February 2011

PAUL DOORS: SCRIPTWRITER/DIRECTOR (I)























Vamos esquecer que a alma delicada que nunca seria juiz porque "não suportaria a ideia de ser responsável pela privação de liberdade de outra pessoa, ou de ter de fazer um juízo quase moral sobre ela" é exactamente a mesma que defende, sem pestanejar, os "julgamentos sumários". Haja quem o faça mas ele não é capaz. O que importa agora, porém, é o seu sonho de "escrever um argumento para cinema", estando mesmo "determinado a ir a Londres tirar um curso de argumentismo que a irmã, Catarina, lhe descobriu" e a sua veneração por "Clint Eastwood [que] está para lá de todas as classificações".

Estas coisas comovem. Tanto que apetece contribuir de alguma forma para que esse sonho lindo possa vir a concretizar-se. É, pois, com os mais veementes desejos de uma fulgurante carreira cinematográfica que, inspirando-nos, precisamente, na figura de Clint Eastwood (não confundir com o artista vienense preferido de Santana Lopes, Klimt Eastwood), lhe sugerimos um punhado de obras que - pela óbvia afinidade com alguns dos seus traços de personalidade - lhe poderão nutrir o impulso criativo:

- Revenge of the Creature (1955), a estreia de Eastwood no ecrã e matéria-prima ideal para uma narrativa autobiográfica;

- Never Say Goodbye (1956), um empolgante manifesto político;

- For A Few Dollars More (1967), hipótese para uma "remake" incluindo submarinos alemães;

- Hang'em High (1968)/The Good, The Bad And The Ugly (1966), um díptico sobre a dilacerante tragédia interior de um justicialista paradoxalmente sensível;

- Any Which Way You Can (1978), um tratado de táctica política em 3D.

(continua)

(2011)

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