E.R.
Gogol Bordello - Trans-Continental Hustle
Os últimos concertos dos Gogol Bordello em Portugal tinham deixado crescer a suspeita que a infatigável máquina pagã produtora de ajuntamentos freneticamente orgiásticos tinha entrado em piloto automático e deixara de conhecer outros andamentos senão aqueles que, sem pausas, oscilavam apenas entre o febril e o histericamente apopléctico. Até Super Taranta (2007), esse registo funcionara sem falência sob a supervisão de produtores como Steve Albini e Jim Sclavunos mas parecia óbvio que era indispensável alterar algumas regras do jogo.
O serviço de reanimação dirigido por Rick Rubin, convocado de urgência, ter-se-à aplicado a fundo. A terapêutica, porém, sem atingir órgãos vitais, poderá ter reforçado alguma contaminação new-age (contraída, julga-se, no convívio com Madonna e agravada pelo misticismo tropical do Brasil, para onde Eugene Hütz foi viver) sem ter chegado a desencadear novos e revigorantes estímulos criativos. A situação é estacionária e o prognóstico mantém-se reservado.
(2010)
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