Miguel Graça Moura
(por Pedro Mexia - parte III; continuação daqui)
"Claro que o que Miguel faz a Rachida em termos sexuais é um mimo comparado com a sua imparável 'descarga' cultural. Eis um homem que entre duas pranchadas diz 'George Steiner, ensaísta americano nascido em Paris em 1929'. Ou 'Sabe-se pouco sobre a vida de Hieronymus Bosch [...] Terá nascido à volta de 1450 e morreu em 1516'. Não há facto cultural que não seja feito conversa de engate. Entre duas sem tirar, o maestro, momentaneamente refractário, discorre sobre Tintoretto, a descolonização, a arquitectura do Pompidou, Rachmaninov, Visconti, a história da valsa, a sexualidade em Roma e as diferenças entre maoísmo e confucionismo. E depois, enquanto descansa de novo, retoma: 'Regressemos a Ingmar Bergman'. Rachida admite: 'É muita areia para a minha camioneta'. E para a nossa também". (Pedro Mexia na "Ler" de Maio)
(2010)
9 comments:
Dessa estou safo; não possuo camioneta
http://fuckyeahpost-punk.tumblr.com/
Já foi para os favoritos.
:)
Mas levei, de bom grado, figuras com indiscutível graça e batuta, a visitarem o meu modesto tugúrio
"Não há facto cultural que não seja feito conversa de engate" grande verdade.
Oh rapazes, "O Prazer" já cá anda há quase um ano.
Só agora é que descobriram-no? Decerto, Pedro Mexia é já incontornável no universo, cof cof, ou melhor, no nosso rectângulo blogueiro
""O Prazer" já cá anda há quase um ano"
Acontece frequentemente com as grandes obras. Muitas vezes, só bastante depois de terem sido publicados, os maiores autores são descobertos. Este é mais um caso.
Imaginem quando o homem morrer (salvo seja). Génio à vista...
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