Pedro Arroja
A teoria sexual do catolicismo e o Cristo priápico
Axioma: (ou a angústia do filósofo no momento de calçar as chuteiras) "Todas as doutrinas ou filosofias saídas do protestantismo, como o liberalismo, o socialismo, mas também a ciência económica, passado um tempo, fazem um homem sentir-se como se estivesse fechado num campo de futebol, onde sobre as linhas laterais e de cabeceira se erguem muros inexpugnáveis. Apodera-se dele uma espécie de depressão intelectual onde, depois de saber tudo, já não tem mais nada a dizer".
Primeiro corolário: (ou o sensato apelo à prática em detrimento da excessiva teoria) "Existe obviamente uma teoria sexual do catolicismo e nos últimos dias eu procurei expô-la com a clareza possível. É uma sexualidade extraordinária, cheia de romance, de tensão, de racionalidade e de aventura. Mas os ensinamentos sexuais que os jovens hoje recebem em Portugal e que, mais tarde, eles próprios procuram, através de livros, revistas e até de filmes, são de inspiração essencialmente protestante. Os temas são 'Como excitar uma mulher', 'Como provocar um orgasmo num homem', 'O sexo anal', etc. É óbvio que quem aprender assim, em abstracto, pelos livros, nunca vai ter uma sexualidade satisfatória".
Segundo corolário: (ou 'lá por ser católica não quer dizer que não tenha o seu ladozinho kinky') "[Será que] as mulheres não podem chegar ao céu? Claro que podem. Desde que sejam conduzidas por um Homem. Por Cristo em primeiro lugar, por um padre católico em segundo, ou por um homem que seja tão parecido com Cristo, ou com um padre católico, quanto possível". (exemplo aqui)
Primeira conclusão: (ou 'the horny Christ theory') "O que é que Cristo escondia, o que é que ele continha e não podia revelar? Não era alegria, não. Era tensão sexual. (...) Uma biografia recente do Papa João Paulo II, revela, alegadamente segundo os seus próximos, que ele se auto-flagelava frequentemente. A ser verdade, não é difícil antever porquê e em que altura da vida terá adquirido tal hábito. (...) Um homem em estado de castidade é um homem permanentemente apaixonado, é um romântico, um aventureiro, um homem que passa o tempo a sonhar e a imaginar, e que acredita que pode realizar todos os seus sonhos. É o homem cujo espírito está permanentemente concentrado numa figura feminina. (...) Em Cristo reunem-se todas as características do homem romântico, e do homem romântico por excelência. Existia, porém, algo de mais na personalidade e na vida de Cristo, algo que tem sido um mistério permanente para quem procura explicar a Sua vida e o Seu comportamento na terra. (...) Não, não era a alegria. Era a tensão".
(continua - todas as citações daqui)
(2010)
2 comments:
O meu comentário nada tem haver com assunto por si abordado; mas vai ver os Sonic Youth ao coliseu?
António-7ºB
Se o Chesterton fosse português e não tivesse miolos era o Pedro Arroja.
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