08 February 2010

NÃO ASSINO, NÃO VOU



Aquilo que o "chefe máximo" mais desejaria era um pequeno e patético ajuntamento (menos do que as manifestações de professores - ou, encolhamos generosamente a escala, de enfermeiros ou funcionários públicos -, para enfrentar a enormidade da conspiração socrática, é irrelevante) de blogueiros y sus muchachos, tentando,desajeitadamente, acertar com o ritmo das palavras de ordem e tropeçando, incomodadíssimos, nos cartazes mal amanhados. Isto, ou se tem a escola-CGTP/Bloco, ou nem vale a pena meter-se nessas andanças. A "Tea Party" lisboeta, só por absoluta singularidade cósmica, não será um chazinho-Tupperware que oferecerá aos Santos Silva da vida uma belíssima oportunidade de esticar o dedo e apontar "a meia dúzia" de "reaccionários" que não pensam noutra coisa senão em sabotar a magnífica obra do "bem amado líder". PRECs, de direita, de esquerda, ou apenas herdeiros da "common decency" do Orwell - até nem me custa a acreditar que este possa ser um deles -, há um ou dois por século. Não estiveram no último (fosse de que lado fosse), azarinho. Não calha a todos (olha aqui outro, mas a sério). Mas, por Toutatis, não ofereçam, de borla, munições ao biltre.

(sim, apesar dos ecos aqui e ali)

(2010)

7 comments:

Anonymous said...

Fazes mal. A revolução na China começou num táxi.

João Lisboa said...

Mas, aqui, ninguém pretende começar nenhuma revolução (pelo menos, espero que não pretenda!...). O que era preciso eram umas centenas de milhar à porta de S. Bento. E não serão umas dezenas de blogueiros que o irão conseguir, no intervalo do almoço, que, entre a patanisca e o Twitter.

João Lisboa said...

Está aí um "que" ectópico.

Anonymous said...

Não, não está. Não sou ectópico. Também não sou, nem fui revolucionário. Ao contrário de ti. O que chamei a atenção foi para uma coisa muito simples : as coisas grandes começam muitas vezes por pequenas. Em número é claro...

João Lisboa said...

O "que" ectópico era no final do meu comentário!... :)

A questão é que aqui, neste caso, não é suposto haver "começos": é algo que tem de ser feito e era melhor (e até seria possível) que fosse feito logo bem. Ou prevês um crescendo de "levantamentos cívicos" que começa com mil e acaba com milhões e sangue nas ruas (ok, também pode ser sem sangue nas ruas...)?

(yup, fui "revolucionário", é verdade, aprendi a farejar uma táctica coxa à légua)

Lola said...

Comentários no Brasil:
"Também o “Arrastão”, da esquerda trotskista, concorda com a iniciativa mas não quer se associar aos processo liderado por blogues de “direita”."

"Dentre as listas de principais blogs portugueses nota-se a ausência do “Jugular”, onde a dita namorada do primeiro- ministro escreve."

Mas achei duas frases que talvez expliquem tudo:

"O problema dos socialistas é que eles não sabem que o homem comum é um filho da puta idiota.
O problema dos libertários é que eles não sabem que o homem comum é um filho da puta covarde."

Não vai correr sangue e não vai haver multidões.

João Lisboa said...

"O problema dos socialistas é que eles não sabem que o homem comum é um filho da puta idiota.
O problema dos libertários é que eles não sabem que o homem comum é um filho da puta covarde."

Yup.