NÃO, NÃO É ESSE
Kurt Vile - Childish Prodigy
Às vezes, é preciso ser um santo para conseguir perdoar certas coisas aos pais. E o nome é uma das piores. Mr e Mrs Vile poderiam não ter um apelido simpático mas, ou por pura ignorância, ou fruto de um assaz peculiar sentido de humor, chamar Kurt ao jovem Vile foi condená-lo irremediavelmente a uma vida inteira de piadas a propósito do quase homónimo (e, de facto, homófono) Kurt Weill. Sim, esse é mesmo o nome real do autor de Childish Prodigy e – psicanalisando forte e feio a pobre criatura –, muito provavelmente, a explicação para a sua total ausência de personalidade própria. Já que mimetizar o parceiro de Bertolt Brecht seria abusar demasiado da sorte, Kurt V (também da banda War On Drugs... outro nome pouco feliz) optou por se imaginar como uma espécie de Springsteen com os vincos das calças à maneira de Tom Petty, aqui e ali, um reflexo sonâmbulo de Thurston Moore em hipoglicémia, mais além, um avatar pelintra de Mick Jagger. E, contudo, mal por mal, se havia guarda-roupa catártico que lhe poderia assentar na perfeição seria o de Jim Morrison, uivando tresloucado “Father, I want to kill you. Mother, I want to fuck you!". Mas parece que essa ideia não lhe ocorreu.
(2009)
15 December 2009
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1 comment:
pffff... não percebi!
comparações descabidas. absurdas.
parece escrito por um gajo do ipsilon. acho que o bonifácio teria adorado escrever isto.
perguntar-lhe se o foi ver ao frágil é um abuso, não é?
o 'vosso' critério deve ser mais ou menos este: como não percebo nada de música das duas uma, ou gosto e digo bem, ou odeio e faço escrita criativa para os meus amigos acharem o máximo - e ainda recebo comentários a roçar o insulto no meu blogue.
continuarei a ser o seu leitor mais episódico.
boas festas!
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