É QUE JÁ NEM PENSO DUAS VEZES:
COISA-NET DO ANO INSTANTÂNEA!
"O mundo rural português está a despovoar-se e, com ele, vai paulatinamente morrendo uma cultura tradicional e uma relação particular com a paisagem e seus usos. À semelhança de outros países europeus, assiste-se a um processo de pós-ruralização, com implicações em diversos domínios: económico, psicológico, social, cultural.
Estas transformações formam uma malha complexa e sobreposta de realidades. Não existe um antes e um depois. As formas ancestrais de viver o rural (ainda) coexistem com novos usos da paisagem, com novas actividades e prioridades, muitas delas ligadas a uma dimensão ociosa.
Paradela: Rego de água e corvos
Perante este cenário, existe hoje um imperativo de defesa e documentação de realidades paisagísticas rurais, para além da perspectiva ambiental em sentido estrito. A paisagem enquanto sobreposição de elementos naturais de fauna, flora e geologia, mas que inclui também elementos de intervenção humana, sejam arquitectónicos, agrícolas, saberes, utensílios, etc.
Uma realidade que abrange todas as dimensões da paisagem é a acústica. Quais os sons que a nossa paisagem rural incorpora? Quanto deles já desaparecerem irremediavelmente? Estamos habituados a olhar o mundo que nos rodeia, mas quanto tempo nos dedicamos a escutar a 'música' da paisagem? O que podemos aprender acerca das comunidades rurais através da dimensão sonora?" (aqui, descoberto pelo Paulo que avisou "andam a guardar e a distribuir os sons das aldeias").
Artigo de Mário Lopes no "Público"
(2009)
22 December 2009
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