06 October 2009

FAÇAM UM MIMO À VOSSA INTELIGÊNCIA 
E DÊEM-SE AO TRABALHO DE LER ISTO:






(2009)

11 comments:

joão P. carvalho said...

tenho uma dor no meu peito desde o dia em que ouvi a jornalista dizer que o Medina estava comissão de honra do antónio costa para estas eleições. :( o santana não pode justificar tudo...

Táxi Pluvioso said...

Bolonhês existe sim. Era D. Afonso III.

Anonymous said...

Caro João,
Medina Carreira (MC) é agora o arauto da educação, da política, da justiça, da economia, enfim de todas as matérias que julgue necessárias para esgrimir as farpas da tradição contra os novos tempos. Já agora tb gostaria de o ouvir a esgrimir a sua (MC) erudição a favor da música clássica e contra a música popular, certamente que os argumentos utilizados seriam mais ou menos os mesmos.
Considero muito estranho que estes discursos tentem passar uma esponja sobre todo o conhecimento científico produzido até agora no domínio da educação e, porque é necessário encontrarmos aliados, chamemos às nossas causas figuras que pouco sabem da evolução da educação e apenas pretendem vender ideias ultrapassadas e cuja adaptação seriam um grande retrocesso civilizacional. Penso que as posições teóricas, sejam elas quais forem, não podem olhar para o passado e não proceder a uma avaliação "despreconceituosa" do que resultou e do que não resultou. Não fazer isso parece-me que abona pouco a favor da ciência.
Em segundo lugar a ciência deverá deixar-se de arrogâncias intelectuais e admitir que é apenas um dos campos do pensamento e da actividade humana e acima de tudo pensar que é permeável ao erro (Kuhn, A Estrutura das Revoluções) e, como tal, por-se no seu devido lugar. A abordagem científica da educação é, por isso, uma abordagem tão subjectiva como outra qualquer. Chamar a um blog científico afirmações de circunstância por quem realiza generalizações convenientes para o blog em questão parece-me pouco honesto, intelectualmente falando.
Tal como me parece um tanto arrogante pensar-se que um cânone musical é mais válido do que outro. Democracia é, também, um "certo" confronto de ideias com as "autoridades" do pensamento do momento. Assim, as várias propostas julgarem-se as únicas plausíveis, quando vivemos em democracia, torna os debates numa caricatura daquilo que deveriam ser, sob a égide de velhos autoritarismos. Autoridade, democracia e educação ficariam mais enriquecidas com outro tipo de debates e não pura e simplesmente regressar a velhas formas de pensamento, ignorando contextos actuais.
Pensar que a educação "científica" das nossas Universidades potenciam o pensamento crítico, aquele que é capaz de fazer a verdadeira separação entre o conhecimento útil e aquele que é verdadeiramente útil é intelectualmente pouco válido. E como estão repletas as nossas universidades de homens e mulheres que pensam tal e qual Medina Carreira. Essa forma de pensamento melhorou a educação? Ou transformou-nos em "subordinados" do Estado, ansiosos por um lugarzinho que não conteste os procedimentos da cátedra?
Saudações,
Lúcia Duarte

Anonymous said...
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João Lisboa said...

"de todas as matérias que julgue necessárias para esgrimir as farpas da tradição contra os novos tempos"

Da tradição contra os novos tempos? Qual tradição? Quais novos tempos? Onde leu isso? Ajude-me.

"gostaria de o ouvir a esgrimir a sua (MC) erudição a favor da música clássica e contra a música popular, certamente que os argumentos utilizados seriam mais ou menos os mesmos"

Claro que nunca ouvirá. E a razão porque nunca os ouvirá é - imagine só! - exactamente a mesma porque estou de acordo com Medina Carreira. Vá, lubrifique as meninges e pense um bocadinho.

"estes discursos tentem passar uma esponja sobre todo o conhecimento científico produzido até agora no domínio da educação"

A palavra problemática, aqui, é "todo". É favor ler o texto do Nuno Crato.

"a ciência deverá deixar-se de arrogâncias intelectuais e admitir que é apenas um dos campos do pensamento e da actividade humana e acima de tudo pensar que é permeável ao erro "

A ciência digna desse nome nunca duvidou que é permeável ao erro. Mais: identificá-lo e ultrapassá-lo é uma preocupação permanente. E, se é, sem dúvida, "apenas um dos campos do pensamento e da actividade humana" não deixa de ser aquele que, com todas as falhas e imperfeições, mais nos tem ajudado a ser francamente menos falíveis. O resto é religião, fé, superstição e obscurantismo. Caso ainda não tenha conhecimento suficiente deste blog, recomendo que invista nisso: tenho nenhuma paciência para "ciências ocultas".

"as várias propostas julgarem-se as únicas plausíveis, quando vivemos em democracia, torna os debates numa caricatura daquilo que deveriam ser, sob a égide de velhos autoritarismos"

Ciência não tem rigorosamente nada a ver com democracia. Em ciência, a teoria certa não se vota, demonstra-se. E volta a demonstrar-se. E outra vez ainda.

"E como estão repletas as nossas universidades de homens e mulheres que pensam tal e qual Medina Carreira"

Pronto, agora compreendi! De que planeta acabou de chegar?... (não, infelizmente, não estão, é... como dizer?... exactamente o oposto)

João Lisboa said...

"o Medina estava comissão de honra do antónio costa para estas eleições"

Isto, sim (caso seja verdade - tenho de confirmar), preocupa-me. Ou não.

(à suivre)

agent said...

E o novo single dos Vampire Weekend?

Anonymous said...

"E o novo single dos Vampire Weekend?"

O João Lisboa, crítico musical, está a ser gradualmente ofuscado pelo João Lisboa, crítico social.
A solução seria o crítico musical ter um blog autónomo para os seus específicos leitores, mas não me parece que o João Lisboa, editor, esteja para aí virado.
Enfim, lá teremos de continuar a gramar o Medina Carreira para ler os nossos "postezinhos" de música.

João Lisboa said...

"O João Lisboa, crítico musical, está a ser gradualmente ofuscado pelo João Lisboa, crítico social"

Não é verdade. Posso garantir que se dão ambos muito bem.

"A solução seria o crítico musical ter um blog autónomo para os seus específicos leitores, mas não me parece que o João Lisboa, editor, esteja para aí virado"

Não está mesmo. O JL editor é um madraço do piorio.

"lá teremos de continuar a gramar o Medina Carreira para ler os nossos "postezinhos" de música"

Como diz o outro, "é a vida".

cd said...

O Sr. João Lisboa deve apenas aqui falar de música, e em particular de pop - nada de fado, música étnica ou sequer clássica; nem por aproximação.
De resto não deve ter preocupações com mais coisa nenhuma nem fazer juízos críticos ou ter pensamentos originais para além de morrissey ou de Lloyd Cole. Tão pouco das suas veias literárias (poupe-nos ao tédio da literatura, também, por favor...)
Deverá cingir-se ao que conhece, domina, ilucida e tão bem encasula; e desse modo não aborrecer os seus fiéis leitores musicais com partículas, questões e matérias mais próprias da espécie humana.
De outro modo ver-se-ão obrigados a comprar o Expresso e a carregarem quilos de inutilidade para casa.
Um horror.

João Lisboa said...

:)