09 August 2009

KIND OF BLUE


De novo "o Provedor" (ou cada tiro cada melro):

"Assumir-se num texto assim apresentado que se gosta ou não do grupo sobre o qual se escreve, como aconteceu com João Bonifácio, não é muito diferente de um jornalista político declarar as suas preferências partidárias numa reportagem de campanha eleitoral" *

"O provedor não percebe a indignação causada pela sua sugestão de que os editores procurassem, em articulação com João Bonifácio, alterar uma passagem do seu texto que os adeptos do Belenenses (o clube de futebol que joga no Restelo) poderiam considerar insultuosa (...) nenhuma falange de apoio a um clube desportivo, cuja natureza reside no culto do vigor físico, aceitará de ânimo leve tão redutora descrição".
**

* por acaso, muitas reportagens, ficariam, assim, bastante mais claras... já o que isso terá a ver com crítica musical beats me...

** agora, percebe-se por que motivo "o provedor não percebe": é que utilizar a palavra "velhinhos" pressupõe carência de "vigor físico" e a gebalhada do ludopédio (isto é, em provedorês, uma "falange de apoio a um clube desportivo") não tolera que se insinue que lhe falta força na verga. Podia era ter esclarecido logo no início da polémica que o debate se travava ao nível da conversa de caserna e tinha-se perdido muito menos tempo com o assunto.

A questão é, pois, outra: o que é o azul?

E, para além do famigerado lápis dessa cor (apropriadíssimo ao contexto), poderá encontrar-se aqui explicações de (igualmente apropriada) natureza musical - "O blues (...) nasce de um sentimento de tristeza e melancolia típico dos escravos das plantações de algodão que o usavam para embalar uma vida sofrida (...) na língua inglesa, 'blue' (que é uma cor fria) significa igualmente 'tristeza' e 'melancolia'" - ou psicológica - "Eva Heller refere, na sua obra Psicologia das Cores, que "sendo o azul uma cor passiva e a mais sossegada de todas", é natural que tenha presença assídua nas caixas de calmantes e de medicamentos indutores de sono".

(2009)

4 comments:

Beep Beep said...

"Assumir-se num texto assim apresentado que se gosta ou não do grupo sobre o qual se escreve, como aconteceu com João Bonifácio, não é muito diferente de um jornalista político declarar as suas preferências partidárias numa reportagem de campanha eleitoral"

Alguém ensine a esta peça a diferença entre crítica e reportagem, pelo amor de Peter Hook!

Ah, mas...

"Sucede que o texto de João Bonifácio, sobre um festival de música rock realizado no Estádio do Restelo, em Lisboa, era apresentado não como artigo de opinião mas como matéria noticiosa, consistindo porém num híbrido de reportagem, crónica e crítica à actuação dos músicos. Esta circunstância criou equívocos e acabou por baralhar alguns leitores, que reclamaram dizendo que o autor devia ater-se ao relato do sucedido e não a apreciações pessoais."

Este gajo não sabe que os idiotas que reclamam pensam que as críticas devem ser imparciais, seja lá isso o que for? Que se estão a cagar para essas considerações?

Quem tiver paciência para ir comentar, força. Eu não tenho tempo p acompanhar tudo.

Beep Beep said...

PS: E estar-se-iam a cagar completamente para as considerações pessoais, caso estas dissessem "Os Killers são geniais e, apoiados por um cartaz de luxo, deram um concerto magnífico, mostrando que são das melhores bandas pop da década!"

João Lisboa said...

Não há pachorra.

nick name jackson 4 said...

Peter 'Hook' Pan