COM BI E MORADA
B Fachada - Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado
Das onze canções, cinco têm título com nome de gente. Mas todas, de um modo ou de outro, acabam por ser micronarrativas em torno de figuras ou personagens com BI e morada – reais ou ficcionados – facilmente identificáveis. Uma delas, o “Zappa Português”, é ele próprio, Bernardo Fachada, com declaração de intenções e plano de acção irónica e minuciosamente detalhado: "Vou casar discretamente e ser um belo pai presente, ter pouca vida social e ser senhor de Portugal, vou candidatar-me à presidência, vou fazer concertos de Natal, vou insistir na persistência, eu vou ser o Zappa nacional". As outras - da "Conceição" ("com tanta fufa que há para aí, tu tinhas logo que ir com essa"), à "Soraia", prestadora de apoio afectivo em quartos de hotel, ou ao "Zé", gabiru do género-"pai, sou ministro!" - encadernadas em artesanato folqueiro com ocasional vibração eléctrica, abrem mais uma janela na cabana FlorCaveira de onde, lançando o olhar sobre "a selva", Fachada gargalha a lengalenga "já toquei na Zé dos Bois, Zé dos Bois, Zé dos Bois".
(2009)
2 comments:
O Bernardo estava a ir muitíssimo bem até se assemelhar demasiado com os Ena Pá 2000.
Acreditei nele e na sua mais valia para o desenvolvimento da cara região de Trás-os-Montes, terra de gente orgulhosa.
sophia
Convem não brincar com "cosas serias". Trás-os-Montes, fico-me pelo da Né Ladeiras. O resto? O resto é um pateta-flor-alegre-caveira com palavras sempre pop.
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