21 April 2009

PIPE OU PAS DE PIPE



"O mítico cachimbo de Mr. Hulot, uma das personagens cómicas mais amadas do cinema francês, foi censurado numa publicidade para não quebrar as leis antitabagistas de França. Na publicidade a uma retrospectiva na Cinemateca de Paris, Mr. Hulot guia a sua 'scooter' Velosolex, vestido com o seu incontornável chapéu e gabardina beige, tão singulares quanto o cachimbo - mas agora este foi substituído pelo símbolo da Metrobus, o grupo que faz a gestão da publicidade nos transportes públicos de Paris. A razão da censura parece ter sido o receio de o cachimbo violar, 'directa ou indirectamente', as leis da publicidade a tabaco e álcool. 'Eu realmente não percebo o alvoroço em torno do assunto', disse o porta-voz da Metrobus à agência de notícias Reuters. Mr. Hulot, interpretado por Jacques Tati entre 1953 e 1951, é uma das personagens mais famosas do cinema francês, pelo que a censura ao seu cachimbo tem criado algum tumulto. O 'Libération' foi um dos jornais que brincou com o assunto, fazendo notar que Mr. Hulot não está a usar capacete, que o seu veículo é antigo e muito poluente e que o rapaz que leva atrás não está sentado de forma segura. 'Porque não levar mesmo a sério o respeito à legislação?', pergunta. A ministra da Saúde, Roselyne Bachelot, revelou-se preocupada, acrescentando que a excessiva preocupação com o cumprimento destas leis 'está a tornar-se ridículo'". ("Público")


René Magritte (1928-1929)

"Macha Makeïev, comissário da exposição que se intitula Tati, deux temps, trois mouvements, recusou inicialmente a proibição, mas o acordo da Cinemateca Francesa com as redes de Metro e Autocarro, em que a publicidade é extensamente utilizada, obrigou a contornar o problema de outra forma, cedendo à eliminação do cachimbo nos cartazes afixados nesses locais. Segundo afirmou Makaïev, 'ainda propus substituir o cachimbo pelo caligrama ceci n’est pas une pipe, mas eles não aceitaram. Propus então mascarar o cachimbo de forma tão evidente que saltasse à vista de todos'. Surgiu assim a ideia do moinho de vento amarelo, cujo absurdo resultaria certamente adequado num filme do próprio Jacques Tati. O realizador Costa-Gavras, ex-presidente da Cinemateca, afirmou ao 'Le Parisien' que a situação 'é absurda e risível. Acho que o faria [a Tati] morrer de riso'". (aqui)


Ceci est bien une pipe (fresco de Pompeia, sec. I)

(2009)

2 comments:

fallorca said...

On faits des pipes a Pompeia? Et sont'ils frêches? d'ac...

Anonymous said...

Seeing these kind of posts reminds me of just how technology truly is ubiquitous in this day and age, and I can say with 99% certainty that we have passed the point of no return in our relationship with technology.


I don't mean this in a bad way, of course! Societal concerns aside... I just hope that as the price of memory falls, the possibility of copying our memories onto a digital medium becomes a true reality. It's one of the things I really wish I could see in my lifetime.


(Posted on Nintendo DS running [url=http://kwstar88.livejournal.com/491.html]R4 SDHC[/url] DS NePof)