02 January 2009

NONO COMUNICADO DO C.A.L.A.
(Comité de Apoio a Laurinda Alves)




A candidata pessoana

Há cerca de dois anos, Laurinda Alves deu um importante contributo para o conhecimento e exegese do inesgotável corpus pessoano, revelando um texto inédito do autor da Mensagem a que tivera acesso. Inevitavelmente, todos aqueles autoproclamados intelectuais que, no fundo, apenas se alimentam da inveja e da intriga - geradas em planos vibratórios inferiores de energias negativas - sobre ela lançaram imediatamente o seu fel, pondo em causa a autenticidade do poema. Num genuíno e admirável gesto de paz e bom entendimento (sentimentos que sempre a animam e determinam as suas atitudes), Laurinda - sabendo perfeitamente que, se equívoco havia, decerto não era dela - estendeu uma mão fraterna e agradeceu "sinceramente o contributo dos leitores e dos especialistas para desfazer um equívoco que não era só meu e, por isso, podia ser perpetuado. Aqui ficam os textos e as cartas, escritos em vários tons, a desfazer todas as dúvidas. Verifico, com surpresa, que ainda há pessoas que vivem convencidas de que nunca se enganam nem se deixam enganar”. Sinais de nobreza de alma como este são raros e merecem, por isso, ser recordados. O poema de Pessoa - que disso mesmo fala -, esse, permanece, ávido de leitores que, como Laurinda, o saibam entender e transformar em guia para a vida.

Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes mas
não esqueço de que minha vida é a
maior empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor
da própria história. É atravessar
desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da
sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã
pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma
crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir
um castelo…


(2009)

8 comments:

Anonymous said...

Que horror. Até uma criança vê que esse poema tem a marca do "Lado Negro da Net" (aquele com mensagens de amor e paz universal em flash, poemas recitados pelo Vítor de Sousa com acompanhamento musical do Kenny G, etc).

João Lisboa said...

Parece-me detectar algumas vibrações negativas nesse teu comentário, Manuel...

Olavo Lüpia said...

Isto é, a todos os títulos, nas palavras imortais de Camões, «uma cena absolutamente tripante»...

gorgulho said...

"Não dá para acreditar, man..." Antero de Quental

bookworm said...

ah, então é esta a origem deste poema horr...[cóf] tão lindo. até estou arrepiada, acredita. deve ser da comoção. até me engasguei e tudo.

Anonymous said...

Eu estava com vontade de falar, mas já começo a sentir as minhas vibrações negativas... Tem graça que onde trabalho há quem tenha esta poema afiado à mercê da ignorância alheia (e de quem o lá pôs) como se fosse do Pessoa...

Anonymous said...

»Tem graça que onde trabalho há quem tenha esta(!?) poema afiado(!?)»
Eu bem que sentia as vibrações... corrijo para "este" e "afixado".

João Lisboa said...

Verifico, com agrado, que a ninguém foi indiferente. É o que importa.