08 January 2009

CONTROLO IDEOLÓGICO DA INFORMAÇÃO
(a propósito deste post da Pastelaria)



Está um tempo magnífico como, há muito, não acontecia. Temperaturas a fugir para o zero (e, em lugares privilegiados, descendo bem abaixo disso), agradável frequência de aguaceiros, ventania ainda insuficiente mas, quando ocorre, com uma já muito simpática violência. Nevoeiro opaco e um país coberto de neve durante semanas e seria a perfeição. E, contudo, sempre que, nos noticiários, se aborda as "previsões meteorológicas", falam-nos de "agravamento das condições climatéricas". "Agravamento" é lá para meados de Março, na altura em que a temperatura começa a subir acima dos 20º e, durante intermináveis meses, não pára a escalada até aos horrores do Verão que só terminam - com sorte - já Novembro caminha para o final. É evidente que um e outro pontos de vista acerca do que é "agravamento" decorrem de concepções puramente ideológicas sobre o que será o conforto térmico e ambiental. Mas por que raio haveremos de estar submetidos a este tirânico controlo ideológico da informação por uma das correntes de pensamento - e logo a mais reaccionária - e não exigir que, de modo claro e objectivo, nos comuniquem apenas que "as temperaturas vão descer" ou que "vai cair neve nas terras altas"? Disto nem o Pacheco se atreve a falar...

(2009)

7 comments:

Ana Cristina Leonardo said...

eu sabia que tu havias de saltar em defesa deste frio de merda.

João Lisboa said...

Maricas!

Anonymous said...

Eu nunca mais usei aquecedores desde que li uma reflexão no Moby Dick acerca do tema. Só que ontem rapei um frio do demónio de Dante na cama. Hoje trouxe um aquecedor...

João Lisboa said...

Maricas!

Ana Cristina Leonardo said...

quando conseguires sair à rua com -20 a gente conversa... Mas também é verdade que com -20 em Paris rapei menos frio do que com 4 em Lisboa.

menina alice said...

Eu este ano - talvez em derivado da idade ou então porque isto está mais rijo - ando muito friorenta. Mas, ainda hoje, deixei o carro na revisão e, como o meu magnífico casaco azul-teia, luvas e caxicól, revigorei-me toda no frio até ao sítiondéquetrabalho. Adoro sentir aquele quase queimar na cara.

João Lisboa said...

"Adoro sentir aquele quase queimar na cara"

A meus braços!...