03 August 2008

O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (V)

Laurinda Alves



"A entrada da Ellipse Foundation é muito performativa porque em vez de ter portas clássicas a marcar a transição entre o espaço de fora e o de dentro, como acontece nos museus de arte contemporânea por toda a parte, esta é feita de longas tiras de plástico transparente. Quase como se fossemos entrar num talho, salvo seja".

(2008)

6 comments:

Anonymous said...

Há um texto mítico desse grande pensador português que foi Eduardo Prado Coelho:

(Na altura do caso Gisberta)

"«Um crime inesperado surgiu nos jornais: um certo número de jovens das Oficinas de S. José, no Porto [...] acabou por reconhecer que tinha havido um crime [...] Que nos impressiona nestes factos? A aparente indiferença aos aspectos éticos dos problemas [...] Mas, quanto a mim, há um terceiro factor a ter em conta: a questão da música (e do corpo dançado). As festas, com grupos rock que provocam um exacerbamento dos sentidos e o mergulhar numa experiência colectiva de tipo oceânico, em que a divisão entre o eu e o outro se desvanece: a indiferença perante o risco de morrer (que se revela nos jovens adolescentes das favelas brasileiras), o modo como se organizam em gangs, tudo isto multiplica as “cidades de deus” de que falava o filme de Fernando Meirelles. Ora as discotecas, com a sua violência nocturna, são pequenas festas deste tipo em que se mergulha todos os dias. Há uma pergunta que nos atravessa e horroriza: como foi possível ir tão longe na experiência do vazio? Uma das respostas parece-me óbvia: desesteticizando a arte que se transforma em mero ambiente aquático onde a identidade se esbate.»

Anonymous said...

Salva seja, se ainda forem a tempo. O desvario começo no Indy, creio, com uma notícia negrológica

João Lisboa said...

Manuel: obrigado, obrigado, obrigado, obrigado.

Anonymous said...

«desesteticizando a arte que se transforma em mero ambiente aquático onde a identidade se esbate»

Vou andar os próximos seis meses a tentar descodificar o sentido desta coisa...

Táxi Pluvioso said...

Está correcto. Descascar uma banana tem o mesmo efeito performativo.

Anonymous said...

Depois do acordo ortográfico preciso de tradução! Não entendi a diferença entre a arte contemporânea e as tiras de plástico. Achava que era a mesma coisa.