THE BROTHERHOOD OF THE UNKNOWN * (I)
(* segundo David Thomas: "The first Pere Ubu record was meant to be something that would gain us entry into the Brotherhood of the Unknown that was gathering in used record bins everywhere")
Minotaur Shock - Chiff-Chaffs & Willow-Warblers
Tudo começou quando David Edwards decidiu apropriar-se do computador Atari de um budista de partida para o Tibete em demanda espiritual. Em lógica sequência, vendeu-o a um hippy e comprou um PC. O resultado foi a transformação de Edwards em Minotaur Shock, dois EP iniciais — Bagatelle e Motoring Britain — e, agora, este primeiro CD de longa duração. Tal como aos igualmente óptimos Manitoba e Boards Of Canada (ou aos bem mais antigos Ultramarine), foi-lhe colado o rótulo de "folk-tinged electronica" ou "futuristic fractured folk-music". A preguiça catalogadora é o que é mas até nem tem mal. Embora Chiff-Chaffs & Willow-Warblers seja consideravelmente mais do que isso.
O quê, então? Talvez a banda sonora para uma narrativa serenamente esquizóide realizada a partir de vertiginosas flutuações de "pitch" como ondulações de maré, interferências de rádio sobre extáticas transcrições sonoras do momento da aura epiléptica, obstinações de micro-melodias justapostas a frenesins de arritmia caótica, aguarelas bucólicas para rebanho, jardim zen e estenografia dadaísta, polaróides do luar nos Alpes de Urano, estilhaços microscópicos de ornamentos barrocos enxertados num monólogo de insectos, exercícios de aquecimento para os primeiros três segundos de uma cerimónia de defuntos, divertimentos para caixa de música e pianola num circo de gnomos, "rêveries" de absinto vertido a conta-gotas sobre uma paisagem de Legos, coreografias mecânicas para um exército liliputiano no palco de um clube de jazz. Provavelmente, a música que se escutará quando ao engenho do universo começar a faltar a corda. (2002)
9 comments:
e o que aconteceu ao budista do princípio?
Foi à vida dele. Não tens nada a ver com isso.
Só espero que não o tenham proíbido de reencarnar.
Oh João, conheces aquela do monge budista que responde ao discípulo ansioso pelo Conhecimento, «Vai lavar a loiça»? Estiveste lá perto
Lembro-me de te ter contado a do venerado mestre zen que, quando torturado por um cruel senhor feudal - e para grande decepção dos seus discípulos que esperavam dele um outro porte -, berrou todo o tempo que nem um vitelo desmamado. Ao ser libertado, dirigiram-se a ele e interrogaram-no acerca disso. Naturalmente, respondeu: "Pois se me doía!..."
conclusão: não sabes que foi feito do budista.
Pode ser que eu venha a saber dele um dia destes. Depois digo-vos.
"Pode ser que eu venha a saber dele um dia destes"
Tens contactos nesses meios? Acesso directo ao Grande Canal Cósmico da Reencarnação? Problemas com o Governo Chinês?... tem cuidado!
tenho as minhas fontes. Conheço uma loja de chineses, e o puto da máqina registadora pareceu-me impressionável. Sim!
Pelas lojas de chineses chega-se lá? Vou já ali à esquina.
A continuação aqui:
http://coisaruim.blogspot.com/2007/08/quando-o-rapaz-chins-carregou-no-enter.html
Brevemente, num ecrã perto de si.
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