31 October 2014

O Chico da Vaticano S.A, aquele gajo fixolas e modernaço que só a direita sociopata abomina, deu a bêncão à associação de bravos profissionais que lidam com o demo, autênticos ninjas do Sinhor, na qual militará a estrela da rentrée do PdC. Aleluia! 

O mafarrico a fazer show-off
O método de alfabetização soviético 
(à atenção de Raquel Freire)

(daqui via Malomil + todo aqui)
Continua intenso e estimulante o debate ideológico no PS


... e - observando, agora, da perspectiva do Tó que venceu o Tó - é no maravilhoso baldio do "tão rápido quanto possível" de uma missão que "não é fácil" que poderão lançar-se as férteis sementinhas do oh quão ansiado consenso no "arco da governação"!...
Há que denunciar a gigantesca conspiração em curso que coloca agentes da oposição a sabotar o Citius, jihadistas a fazer explodir o sistema de colocação de professores e Illuminati infiltrados a redigir os discursos do primeiro-ministro!!!

30 October 2014

28 October 2014

SCOTT O)))

  
Em Dezembro de 2012, David Peschek, de “The Quietus”, a propósito da publicação de Bish Bosch, tentava explicar a transfiguração de Scott Walker desde os tempos dos Walker Brothers até à actualidade dizendo que seria algo semelhante a um dos miúdos dos One Direction converter-se numa combinação de John Zorn, Diamanda Galás, Ligeti e Sunn O))). No mesmo número, em conversa com Walker, John Doran confidenciava-lhe que o álbum – em imagem que o próprio reconhecia como não muito feliz – o fazia pensar numa orquestra de zombies assassinando-se com os instrumentos, escutada por um público igualmente composto por zombies que, em vez de gritar “Brains! Brains!”, urrava “Brahms! Brahms!” Scott terá soltado uma rara gargalhada e respondido: “Obrigado. Acabou de compor o meu álbum seguinte”. Poucas vezes uma publicação terá sido tão profética. Soused, acabado de editar, é uma gravação a meias com os Sunn O))) – os espectros de Zorn, Galás e Ligeti nunca foram parentes demasiado afastados do Scott Walker que saiu da crisálida com Tilt (1995) e, em The Drift (2006) e Bish Bosch, completou a metamorfose numa aterradora borboleta nocturna – e, se a comparação de Doran era, talvez, excessivamente gráfica, a verdade é que essa atmosfera crepuscular de assombração sempre foi o habitat natural de Walker. 



Aparentemente predestinados para, um dia, se cruzarem, a voz e os demónios de Scott e as guitarras de Stephen O'Malley e Greg Anderson (herdeiros de Rhys Chatham e Glenn Branca numa variante glacial da estética do "drone" sonoro que os inventores de etiquetas classificam – entre outros rótulos "prêt-à-porter" – como "heady metal") coabitam da forma mais desejavelmente desconfortável, entregues à edificação de desmedidos painéis de um pavor quase táctil, imensas catedrais de cinzas habitadas por uma multidão de clones do coronel Kurtz, trasladado dos fotogramas de Coppola e condenado para toda a eternidade a viver “the horror... the horror”. Não por acaso, a primeira das cinco longas faixas tem o título de "Brando" e, nela, Scott Walker, qual penitente de missa negra S&M, uiva “A beating would do me a world of good”. Uma maré alta do mais puríssimo mal ameaça transbordar e não é aqui que encontrará algum obstáculo.
Não tem mesmo nada que saber, é o fim do mundo!

The Dream Academy - "Please Please Please 
Let Me Get What I Want" (The Smiths)

Se tudo correr bem, lá pela festa do Rei Urso deve estar concluído

Meeeeedo!...

27 October 2014

"Há alguém particularmente incompetente, parecido com o Crato? Não há. Houve ministros bastante maus, mas eram relativamente cultos, tinham feito a Universidade de Coimbra, tinham tarimba nas Humanidades. Crato não fez. Saber o grego, o latim, a história clássica, é muito bom para um político, dá-lhe um peso e uma gravitas que os ministros não têm, por isso chegam ao poder e não sabem o que hão-de fazer. As Humanidades em Portugal estão pelas ruas da amargura. Nuno Crato tem algumas semelhanças com o alto funcionário do Ministério da Educação, Sousa Neto, uma figura que aparece em 'Os Maias', de Eça de Queirós. Só diz disparates"

"Passos Coelho é desinteressante. Mais uma vez falta-lhe cultura humanística. Para não falar no Sócrates, que nem licenciado é, pretende ser engenheiro. José Sócrates é uma espécie de Dâmaso Salcede, cuja única preocupação na vida é ser 'chic a valer', imitando tudo o que se faz em Paris. Passos Coelho, um fruto das juventudes partidárias, é um produto inexistente no século XIX"

"Enquanto eu não tiver um deputado que vá chatear todos os dias, porque tenho uma enorme capacidade de maçar as pessoas, voto em branco. Eu sei que é ridículo votar em branco, mas não tenho outra maneira de protestar" * (MFM)


* ter, até tem...
É o pugresso, carago (ainda mais avançado na versão de Braga)!

É, realmente, inexplicável, ele não ser admitido no clube dos meliantes
Espelho meu, espelho meu, porque não são eles todos como eu?

26 October 2014

Contribuição extraordinária de solidariedade com os juízes do Supremo Tribunal Administrativo
 
Esta outra machetada faz lembrar a célebre denúncia do PCP, no "Avante" de Dezembro de 1964 (les beaux esprits...)

"Avante" nº 349, de Dezembro de 1964
"Que segredos se encontram debaixo das togas dos juízes supremativistas administrativos? E quantas das mulheres desses especialistas em código processual sexual se lamentarão em casa, agora: 

— Pronto, as minhas amigas já sabem do teu problema. Saiu tudo no teu acórdão

Jurisprudência lançada, no Orçamento Rectificativo de 2015 (não falta assim tanto), o Governo terá uma nova linha de receitas para salvar as contas de Portugal:  

Mulher contribuinte com mais de 50 anos não pode ter mais filhos, em princípio. Assim, se perder tempo com inutilidades na cama, já não se lhe aplica o quociente de menos 0,3 % no IRS por cada membro do agregado dependente (filhos menores e idosos a cargo). Aliás, estava a pensar fazer isso com crianças e idosos em casa? (...) 

O Tribunal Constitucional deverá apreciar a legalidade de um corte definitivo do 13º orgasmo, porque há mulheres que abusam do Tesouro, apesar da idade. E pronto, não há maneira de falar de sexo sem falar de sexo, é um aborrecimento e uma porcaria" (aqui)

Chrissie Hynde (n. Akron, Ohio, 7 de Setembro de 1951)
Stanley Kubrick - Chicago, 1949






(daqui via OC)
Jack Bruce (1943 - 2014)

Rope Ladder To The Moon - real. Tony Palmer (1969)

25 October 2014

23 October 2014

O entusiasmo pelo estudo

O conteúdo parece ser "juicy" mas a dimensão histórico/tricológica da imagem não é de menor interesse

LIMPAR O PÓ AOS ARQUIVOS (XXI)

UMA HISTÓRIA DA AMÉRICA

 
O "Antigo Testamento" da música popular norte-americana foi publicado há trinta anos. Chama-se "Mystery Train" (subtítulo: "Images of America in Rock'n'Roll Music") e o seu autor é Greil Marcus que, honestamente, logo na abertura, reconhece a dívida para com diversos textos sagrados anteriores: "Studies In Classical American Literature" (D. H. Lawrence), "Love And Death In The American Novel" (Leslie Fiedler), "Let Us Now Praise Famous Men" (James Agee), "I Lost It At The Movies" (Pauline Kael), "Democracy In America" (Alexis de Tocqueville) e, "in a way that is still pretty mysterious to me", as "short stories" de Hemingway. A secção dos "profetas" é dedicada ao obscuro Harmonica Frank e a Robert Johnson. Segue-se-lhe o "cântico dos cânticos" em louvor de The Band, Sly Stone, Randy Newman e Elvis Presley. No prólogo, há duas citações cruciais. Uma é de Leslie Fiedler (retirada de "Cross the Border, Close The Gap"): "Ser americano (ao contrário de ser inglês, francês ou outra coisa qualquer), mais do que herdar um destino, é, precisamente, imaginar um destino; pois, se somos realmente americanos, fomos sempre mais habitantes do mito do que da História". A outra é de Robbie Robertson: "A música nunca deveria ser inofensiva"



The Band (Levon Helm, Garth Hudson, Rick Danko, Richard Manuel e Robbie Robertson) era, sem dúvida, o exacto género de grupo que praticamente exigia ser escutado/comentado/analisado sob o imenso pano de fundo da História americana. Ou, como diria Leslie Fiedler, do mito americano: literatura, cinema, política, música, O Sonho. Não foi, certamente, um acaso Martin Scorsese ter aceite realizar "The Last Waltz", o filme sobre o seu concerto de despedida: a música da Band era constituída da mesma matéria que as ficções de Scorsese. Desde as suas origens, no final dos anos 50 — quatro canadianos e um americano (Levon Helm) reunidos, sob a designação de The Hawks, para acompanhar um rock'n'roller do Arkansas (Ronnie Hawkins) megalómano e fora de prazo —, com currículo prévio em ilustríssimas obscuridades (The Robots, Little Caesar & The Consuls, Thumper & The Trombones, Paul London & The Capters, The Rockin' Revols ou The Jungle Bush Beaters), de Gene Vincent a Chuck Berry, Howlin' Wolf ou Fats Domino, de Memphis a New Orleans, corriam-lhes no sangue "os blues, o jazz, a música religiosa, o country & western e uma multidão de verdadeiros heróis do rock'n'roll que tinham absorvido, tocando, de alto a baixo, por toda a coluna vertebral do continente pelo qual se haviam apaixonado" (G. Marcus).



Não seria impossível que The Hawks tivessem permanecido como apenas mais uma banda igual aos Jungle Bush Beaters se, Mary Martin, a secretária de Albert Grossman (manager de Bob Dylan), não lhe tivesse sugerido o nome de Robbie Robertson para acompanhar Dylan nos concertos de Forest Hills e do Hollywood Bowl que se seguiram à publicação de Highway 61 Revisited. Robertson foi instantaneamente aprovado e, a 1 de Outubro desse ano, no Carnegie Hall, era já a futura Band na sua totalidade que dava os primeiros passos na digressão maior que, sobretudo em Inglaterra, provocaria todo o absurdo escândalo estético-político perante o "novo Dylan" eléctrico que o recente "No Direction Home" (Scorsese, de novo...) fulgurantemente documenta. Bob Dylan manter-se-ia por perto: nas lendárias Basement Tapes (o "bootleg" primordial que, apenas quase uma década mais tarde, seria oficializado), e em Music From Big Pink (1968), o assombroso álbum de estreia do grupo, gravado no abrigo rural de Woodstock onde se tinham refugiado. 



Como escreveu Marcus "o som é uma mistura de antigas canções folk, jazz de New Orleans, blues do pós-guerra, gospel branco, os Monotones e Motown; (...) a riqueza de Big Pink reside na capacidade da Band interiorizar infinitas combinações da música popular americana sem imitar nenhuma delas. A Band não se refere às suas fontes mais do que nós nos referimos a George Washington quando vamos votar. Mas a relação está lá. (...) Era uma sonoridade nova mas reconhecíamo-nos nela". O grande fresco prosseguiria com The Band (1969), Stage Fright (1970), perderia o pé em Cahoots (1971) e encerrar-se-ia em Rock Of Ages (1972), Moondog Matinee (1973) e Northern Lights, Southern Cross (1975), com diversas e pouco relevantes reencarnações posteriores. Pode, agora, seguir-se-lhe a trajectória completa em A Musical History, sumptuoso livro/cofre de cinco CD + um DVD, repleto de informação biográfica, preciosíssimos inéditos (nomeadamente, do início com Ronnie Hawkins), raridades várias e magníficas fotografias. Aquilo a que é obrigatório chamar "obra de referência". (2005)
Digam lá: é demagogia? é?...
(... é capaz de ser...)
Space sounds



22 October 2014

ARTE & POLÍTICA 



A polémica teve início no número de Maio da “Uncut”. Na edição anterior, a revista havia publicado quatro páginas sobre Pete Seeger (morto a 27 de Janeiro deste ano) e, na secção de cartas dos leitores, um tal Jon Groocock insurgia-se contra a glorificação de um “activo comunista numa altura em que a democracia ocidental travava uma luta intensa contra o socialismo totalitário global”. E acrescentava que a música apenas poderá ser subversiva “se não estiver amarrada a nenhuma ideologia”. O tiro de partida estava dado: desde então até ao mais recente número da “Uncut”, todos os meses, a discussão tem conhecido novos capítulos, com Ewan MacColl (1915-1989, "folksinger", poeta, dramaturgo, "songwriter", actor, marido de Peggy Seeger, irmã de Pete, e pai de Kirsty MacColl) a ser também chamado à conversa e denunciado como maoísta, e, na outra trincheira, os defensores da tese de que a arte, militante ou não, deverá ser avaliada pela sua relevância enquanto criação artística e não de acordo com o seu posicionamento político.

Londres, Russell Square (clicar para ampliar) 

É verdade que Pete Seeger, que apenas militou no Partido Comunista norte-americano entre 1942 e 1950, tendia para a excessiva promiscuidade entre arte e política (durante o pacto germano-soviético, as canções dos seus Almanac Singers opunham-se à entrada dos EUA na guerra; quando, em 1941, Hitler atacou a União Soviética, o reportório, subitamente, virou antifascista e pró-guerra) e que MacColl entoou louvores a Estaline e Mao. E não é menos verdade que, fossem Pinochet ou Franco os incensados, outro galo cantaria. Porém, evitando retomar vetustas querelas sobre Leni Riefenstahl vs Eisenstein, as questões verdadeiramente essenciais foram, há cerca de um ano, abordadas na exposição “Art Turning Left”, da Tate Liverpool: a busca da igualdade pode transformar a criação artística? Devemos conhecer os criadores? Pode a arte exprimir uma voz colectiva? Será a arte capaz de se tornar parte da própria vida? Agradeçamos, pois, à fotógrafa Grace Gelder ter-nos, pelo menos, respondido à última interrogação: como contou ao “Guardian” de 4 de Outubro, "Isobel", de Björk, mudou-lhe literalmente, a existência. Ao ouvi-la cantar “My name is Isobel, married to myself”, compreendeu como a sua alma gémea sempre fora a que a olhava do espelho. E, em Março passado, perante 50 convidados, casou-se consigo mesma.
O estudo dos grandes símios
no seu habitat natural
 (novos contributos)
The Continuing Story Of Bungalow Pete



Deep in the jungle where the mighty tiger lies
Bill and his elephants were taken by surprise
So Captain Marvel zapped him right between the eyes
All the children sing:

Hey Bungalow Bill,
What did you kill,
Bungalow Bill?

20 October 2014

O Mestre já me viu isto?... Esforça-se um Santo Homem para desarrincar umas metáforas pneumológicas catitas e logo o Mefistófeles se encarniça... 


 
STREET ART, GRAFFITI & ETC (CXLIII)

Londres, UK (Banksy)

O que é, de facto, quase poético (má poesia, poesia absurda, mas poesia) é a ingénua naturalidade da "questão óbvia de descendência e expectativa razoável" e o surpreendente salto que proporciona como trampolim para... "o socialismo"
Será, então, exactamente o que parece
Andam por aí uns javardolas a sujar os oceanos

18 October 2014

Sabina - "Mystery River"


Provavelmente, os verdadeiros europeístas:
 "uma aliança de tolos e idiotas"


"Lamento, mas não acredito em nada do que estes senhores dizem. E quando não se acredita neste logro institucionalizado, a nossa cabeça passa a pensar com meridiana clareza. Já não acredito há muito tempo e não acreditando, engano-me muito pouco. Pode parecer soberba, mas é puro bom senso, ou, quando muito, alguma atenção aos homens, aos actos e às palavras. Nunca me esqueço que o criador deste governo e deste Primeiro-ministro se chama Miguel Relvas, com a ajuda prestimosa de José Sócrates. Nunca embarquei nas medidas 'provisórias' e disse sempre que seriam definitivas até ao Tribunal Constitucional lhes por um travão. Nunca acreditei nas 'reformas estruturais' que nunca passaram de despedimentos e cortes. Nunca aceitei chamar 'poupanças, nem 'cortes nas despesas' aquilo que eram apenas cortes cegos, muitos dos quais de vão pagar muito caro, em novas despesas, como se vê na justiça, na educação, nos serviços públicos. Nunca aceitei chamar 'ajustamento' ao empobrecimento e destruição da classe média, e no enclausuramento dos pobres numa redoma de assistência e caridade.


Nunca deixei de olhar para os meus concidadãos e ver aquilo que as estatísticas revelam, mas revelam mal: a vida estuporada, até ao fim dos seus dias, de muitos e muitos, em nome de experiências, ilusões e incompetências, para chegar aos dias de hoje e terem que ver servidos, no seu imaginário prato, mais do mesmo. Sem uma reforma do estado digna desse nome, sem uma melhoria de nada, sem nenhuma transformação estrutural. Apenas mais engano e propaganda, sem convicção sem ânimo. Quando cada vez mais leio os propagandistas do regime, os maiores e os menores, a culparem o país e os portugueses, essa turba de amantes do 'estado' que não querem reformas, que não se deixam governar, que são medíocres e … piegas, eu percebo muito bem que para eles soa já ao fim. Eles são bons, o país não os merece. E é verdade, o país não os merece. Merece muito melhor" (JPP)
Conspiração & intriga de vão de escada, dentro...

("Expresso")

... e fora do quartel-general

17 October 2014

16 October 2014

"I joined Brian Eno and some others for an early morning (for us) look at the Malevich show at the Tate Modern. Achim Borchardt-Hume, who curated the show, walked us around. As we walked up the steps to the show, Mala Gaonkar, a Tate trustee who helped set this tour up, told me a story about contemporary Russia. She said that a web group is currently in charge of creating and spreading chaotic misinformation. Good examples of what they do are the various stories circulated in the Russian media regarding the downed Malaysian airliner. One story that was 'placed' in the news was that the plane was filled with corpses. (I presume this story was meant to imply that the plane was crashed on purpose—an effort by the West to discredit Russia.) The organization spreading these fictions isn’t content to come up with just one such story—the modus is to spread lots of different ones, so that a chaotic situation can be established. It’s not propaganda or self serving 'news' in the usual sense—it doesn’t support a position in an obvious way—but rather, establishes the existence of a crazy universe. A place where you really don’t know what’s going to happen from one minute to the next" (David Byrne)

Malevich - "Quadrado Preto" (1918)
 
Deveremos levar a sério as previsões do Rabobank? Ou, considerando a matéria em apreço, é esse, de facto, o olhar mais apropriado?
Não, eleitoralista não é, é pior do que isso
Eu não digo?... e a puta da raiz da coisa é sempre a mesma
"Could cancer be our cells’ way of running in 'safe mode', like a damaged computer operating system trying to preserve itself, when faced with an external threat? That’s the conclusion reached by cosmologist Paul Davies at Arizona State University in Tempe (A.S.U.) and his colleagues, who have devised a controversial new theory for cancer’s origins, based on its evolutionary roots. If correct, their model suggests that a number of alternative therapies, including treatment with oxygen and infection with viral or bacterial agents, could be particularly effective" (daqui)
2014 - PRÉMIO "TEMOS DE SER 
UNS PARA OS OUTROS"


15 October 2014

OUTRA HISTÓRIA SECRETA

  
“Não tenho a capacidade, nem sequer o desejo, de escrever uma argumentação desenvolvida, coerente, passo a passo, sobre o que quer que seja. Gosto de escrever sem obedecer a uma direcção. Gosto de bater à porta da frente e, enquanto esta se abre, aparecer também pela das traseiras” dizia Greil Marcus, em 2012, numa conversa com Simon Reynolds para a “Los Angeles Review Of Books”. Na última frase do recém-publicado The History Of Rock’n’Roll In Ten Songs lê-se “Esta foi apenas uma versão da história, mas há uma infinidade de outras que igualmente a contam”. Logo na primeira página (e nas quatro e meia que se seguem), Marcus inventaria uma vasta lista dos nomes que todas as enciclopédias invariavelmente acolhem (esses mesmos em que estão a pensar) quando se trata de alinhar, das origens à actualidade, a cronologia do rock’n’roll. E, daí em diante, tal como em Lipstick Traces (1989), a propósito do punk, se dedicara a investigar a “história secreta do século XX” (da Irmandade do Livre Espírito medieval à Internacional Situacionista), ocupa-se daquilo que só pode ser designado como a história secreta do rock’n’roll. Corrijo: a sua história secreta do rock’n’roll. 

"Transmission" em Control - real. Anton Corbijn (2007)

Daí que não possa constituir motivo de escândalo o facto de, das dez canções, seis se situarem entre o final dos anos 50 e o início de 60, que uma das outras quatro – "Transmission", dos Joy Division – seja encarada sob a perspectiva da interpretação dos actores que, em Control, de Anton Corbijn, encarnam a banda de Ian Curtis, ou que, muito rapidamente, tenhamos de nos habituar à ideia de estar perante uma tapeçaria de Bayeux contemporânea enrolada em forma de fita de Möbius. Afinal, nada de novo: desde o inicial Mystery Train, de 1975 (subintitulado, não esquecer, “Images of America in Rock 'n' Roll Music”), que aprendemos a não estranhar quando, como agora acontece, no “Instrumental Break” dedicado a Robert Johnson, este acabe literalmente contracenando com Louis Armstrong, Bing Crosby, os NWA e Barack Obama. Recordando a justificação que dava aos amigos para a sua obsessão por "Money", na versão dos Beatles (“é a representação metafórica das forças tecnológicas descontroladas da sociedade moderna”), Marcus conta como, ao mesmo tempo, se ria desse pretensiosismo mas acrescenta “E, contudo, porque não? Fazia todo o sentido”.
PA - THE - TIC
(ou não há pior milionário que um milionário católico)


... parece que pedir desculpa pegou de estaca...
Woman Takes LSD in 1956: “I’ve Never Seen Such Infinite Beauty in All My Life,” “I Wish I Could Talk in Technicolor”

Já estávamos mortos de saudades do Kangamba... mas ei-lo, por obra e graça do Espírito Santo!

14 October 2014

Mais um grande momento da História pátria: aquele em que o Tó filosofa sobre a insignificância do sapiens perante a horrorosa natureza pseudo-mãe e o Crato de Schrödinger, mesmo moribundo, garante que ainda pode vir a estar vivo
Leonard Cohen & Was (Not Was) - "Elvis's Rolls Royce"

Calma aí!... diz o porta-voz da Vaticano S.A.... "o sexo não será só procriação e a relação entre um homem e uma mulher não será só para ter filhos" mas, pianinho!... E se o homem e a mulher não quiserem mesmo ter filhos? E se for entre dois homens? E entre duas mulheres? E entre um homem e três mulheres (ou vice versa)? É para a chafurdice? Era o que faltava!!!...
Diz que é a vaga de fundo que o vai alçar a PM

12 October 2014

VINTAGE (CCXXIII)

Vincent Delerm - "Le Baiser Modiano"


C´est le soir où près du métro
Nous avons croisé Modiano
Le soir où tu ne voulais pas croire
Que c´était lui sur le trottoir
Le soir où j´avais dit : "Tu vois
La fille juste en face du tabac
Tu vois le type derrière, de dos
En imper gris, c´est Modiano!"

C´est le soir où nous avons pris
Des mojitos jusqu´à minuit
Le soir où tu as répété
"Peut-être il habite le quartier?"
Le soir où nous sommes revenus
En dévisageant toute la rue
En cherchant derrière les carreaux
L´ombre chinoise de Modiano

C´est le soir où je repensais
A la veille du bac de français
"En vous appuyant sur le champ
Lexical de l´enfermement
Vous soulignerez la terreur
Dans le regard du narrateur"
Dans les pages cornées d´un folio
Voyage de noces de Modiano

Et le baiser qui a suivi
Sous les réverbères, sous la pluie
Devant les grilles du square Carpeaux
Et le baiser qui a suivi
Sous les réverbères, sous la pluie
Devant les grilles du square Carpeaux
Je l´appelle Patrick Modiano

(a pedido de, pelo menos, uma família)
Cromos da Wild West Coast 
of Europe
(O 4º ANO A SEGUIR AO) ANO DO TIGRE (CIX)

Maggie, gata americana da Rua de Santa Quitéria (que, segundo parece, era irmã da "bearded woman")
"Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa 
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão 
que se lhe vê na cara 
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele; 
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, 
dei-lhe tudo quanto tinha 
Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira 
onde trago mais dinheiro"