Vermeer's women play music, and the music is sexual. (...) Another woman sits at a virginal; a prostitution scene hangs on the wall behind her.
In his painting The Music Lesson, a man stands by while a woman plays the virginal. The tension between them is understated, yet electric. Their stillness and apparent coldness intensifies the sexual drama. The room they stand in is a deep pool of light and shade, where an ultramarine chair and blue-tinged shadows fill the atmosphere with ambiguity.
27 June 2013
Foi muito tranquilizador ouvir o coiso da UGT declarar que (vade retro!) não queremos por cá turbulências como as do Brasil e o Roberto Arménio Carlos a jurar que óbalhamedeus!... não tem nada a ver com tentativas de bloqueio da ponte
VINTAGE (CL)
Lou Reed & Elvis Costello - "Perfect Day"
Just a perfect day Drink sangria in the park And then later
When it gets dark, we go home
Just a perfect day Feed animals in the zoo Then later a movie, too,
And then home
Oh, it's such a perfect day I'm glad I spend it with you Oh, such a perfect day You just keep me hanging on You just keep me hanging on
Just a perfect day Problems all left alone Weekenders on our own It's such fun
Just a perfect day You made me forget myself I thought I was Someone else, someone good
Da BD ao teatro, televisão, rádio e cinema
(Truffaut pegaria em Fahrenheit 451, a que Rachel Bloom – certamente um lapsus linguae– chamou “Fahrenheit 69”),
foram inúmeros os encontros imediatos da obra de Ray Bradbury com a cultura
popular. Que, em matéria de música, tanto passariam pelo autoexplicativo The
Cult Of Ray, de Frank Black, como por "Rocket Man", de Elton John e Bernie
Taupin, e, agora, The Machineries Of Joy, dos British Sea Power, inspirado
pela colecção de contos homónima de 1964. Yan Scott Wilkinson, compositor e
guitarrista do grupo, não espera que lhe perguntem para, espontaneamente,
confessar que “por muito que tente fugir-lhe, estou sempre a regressar a Ray
Bradbury”. No anterior Valhalla Dancehall (2011), em "Georgie Ray", juntara-o com o paladino da “common decency”, George Orwell, (“Before this day is cemented, in
memory of Ray, can we all do something, instead of pray, and it was good how
Georgie warned us, it was good what Georgie said, ‘It's kind of unbelievable
how we're not all dead’") e se, neste último álbum, a referência ao
escritor é apenas obliqua, há que saber identificá-la nos detalhes.
Por
exemplo, no video da canção título, que, instantaneamente, se deixa associar à
sequência de abertura de Donnie Darko – cujo argumento Bradbury não assinou
mas poderia muito bem tê-lo feito – e, por aí mesmo também, via-"The Killing
Moon", aos Echo & The Bunnymen, distantes antepassados desta colectividade
de Rough Traders de longo curso (dez anos de discografia), nada avessa a corais
búlgaros, dívidas estéticas aos Velvet Underground, mini-sinfonismos à la Vaughan Williams, e, em palco, "cumbrian wrestlers", cenografias
silvestres e ursos (pardos ou polares, na modalidade Ursine
Ultra-máscara-com-humano-dentro). Tudo coisas que nunca farão deles os próximos
U2 mas que, devidamente lidas – “We are magnificent machineries of joy, and
then some, you are a vision of extraordinary contortion, an athletic form of
warm distortion” – nos deveriam fazer levantar do sofá.
"A Matemática é daquelas disciplinas em que tem que se estudar todos os dias. E nós não estamos propriamente em idade de estudar", diz a Ana Rosa, aluna de Matemática do 12º ano sobre cujo exame de ontem a professora Alexandrina Fernandes opinou que "mesmo para quem se manteve fiel ao estudo diário, o exame de ontem obrigou a pensar". Pode ser que, lá para os 40 anos, quando já estiver em idade de estudar, a Ana Rosa esteja também imunizada em relação a essa intolerável violência que é pensar.(citações retiradas do "Público" de hoje)
25 June 2013
"Os representantes do movimento operário, essa defesa do 'operário honesto', nunca gostaram dos fora-da-lei; em geral, condenaram-nos explicitamente. Nada de soluções individuais e nada de pôr em causa a necessidade de trabalhar! A aversão a essa atitude, que apenas pede estábulos mais limpos e gamelas mais cheias e que se prolonga hoje na cidadania indignada e nas petições respeitosas dos ecologistas de Estado - insistindo sempre no 'respeito das leis' e na 'não-violência' - fez cair alguns no romantismo da ilegalidade que não é senão o complemento dialéctico do legalismo"(do prefácio de Anselm Jappe paraO Instinto de Morte: Autobiografia De Um Fora-Da-Lei - Jacques Mesrine)
Depois da praga do "sair da zona de conforto", segue-se a do "pensar fora da caixa"? Ainda não repararam que, ao repetir, em rebanho, até ao vómito, "pensar fora da caixa", nunca sairão de dentro da caixa?
STREET ART, GRAFFITI & ETC (CXI)
Lisboa, Portugal, 2013
"(...) A troika ir-se-á embora fisicamente em Junho de 2014. Haverá festas, champanhe, foguetes e o governo usará essa saída da troika como um dos escassos trunfos eleitorais que tem para 2015. Mas, fora da propaganda, nem a troika se vai embora, nem os objectivos do memorando foram conseguidos. Aliás, a enfâse no pós-troika significa isso mesmo: a constatação do falhanço do memorando, de que nenhum objectivo nem do défice, nem da dívida, foi cumprido, contrastando com o zelo “para além da troika” na austeridade dos trabalhadores e pensionistas, e nas leis laborais, no desmantelamento do estado e parcialmente nas privatizações. (...)
"Em vez de ter periodicamente o espectáculo da submissão, com o espavento
da chegada ao aeroporto, das idas aos partidos, à Assembleia, ao
Presidente e às instituições, uma outra troika invisível nos
inspecionará na mesma de um ou vários gabinetes em Bruxelas e Frankfurt.
Para isso, exige-se um governo de ocupação e partidos
colaboracionistas, que aceitem o mesmo tipo de supervisão alheia sobre o
parlamento português, sobre a liberdade dos partidos e das eleições.
Este é que é o problema do pós-troika e é eminentemente um problema
político e de soberania". (aqui)
IDEIAS MUITO CLARAS
"Fiquei excelentemente impressionado, somos camaradas, ambos de esquerda, tem um pensamento muito claro sobre o que se está a passar"(Mário Soares sobre Dilma Rousseff, "Público", 11 Junho 2013)
"Ela[Dilma Rousseff]não tinha ideia nenhuma do que se ia passar. Eu também não"(Mário Soares sobre Dilma Rousseff, "Público", 23 Junho 2013)
Oh, were you not told
Do you not know
Everything around you is being sold
Do you not care?
Were you not there?
Everybody else was going spare
What's yours and mine
Does this escape you all the time?
Sometimes I wish
Protesting was sexy on a Saturday night
So would you ever, would you ever
Go down, down, down, down
Fight, fight, point and stand
Point and stand and fight
Over here
Over there
Over here
Every-fucking-where
I just don't know
Who's in control
Please, no, don't say
It could go either way
It's militant
Not military
See we welcome everybody
We're not even scary
I'm a big fan
Of the local library
I just read a book
But that's another story
Yours and mine
They get mixed up all of the time
I wish sometimes
Protesting was sexy on a Saturday night
So would you ever, would you ever
Go down, down, down, down
Fight, fight, point and stand
Point and stand and fight
Over here
Over there
Over here
Every-fucking-where
I'll never be
I'll never see
I'll never be
What you want me to be
I just don't know
Who's in control
Please, no, don't say
It could go either way
Aos 10 anos, ser convidado para o alpendre da casa de Albert Einstein, em Princeton, e – com ele ao violino e o infante dando uso às cordas vocais – ambos se entreterem a multiplicar a massa pela velocidade da luz ao quadrado, obtendo a suave energia musical de "Stille Nacht", não é coisa que deva ter acontecido a muita gente. Mas também não existirão muitas criaturas que, 60 anos após tal episódio, possuam um cartão de visita semelhante aquele onde se lê: “O Sr. Van Dyke Parks pede perdão pelo seu comportamento na noite de (inserir a data) e lamenta sinceramente qualquer prejuízo ou embaraço que possa ter causado”. O que até nem é, de todo, impossível quando reparamos que o afável cavalheiro com pinta de académico reformado não se ensaia nada para, numa entrevista, declarar: “Gosto da música de tipos brancos mortos. Gosto de música clássica. Gosto de música popular. Gosto de todos os géneros de música boa. No avião para cá, ouvi as valsas de Chopin todas. Para mim, bem melhor do que um fellatio. O que é dizer muito”.
Pura verdade. Quero dizer, Van Dyke Parks gosta, de facto, do mais amplo leque de músicas. E isso nota-se bastante: desde aqueles com quem colaborou (U2, Frank Black, Laurie Anderson, Harry Nilsson, Phil Ochs, Ry Cooder, Tim Buckley, Randy Newman, Frank Zappa, e a lendária partilha da autoria de Smile, com Brian Wilson) à sua própria obra de que o tríptico inicial – Song Cycle, 1967, Discover America, 1972, Clang Of The Yankee Reaper, 1975 – foi reeditado o ano passado, o que sobressai é o perfil de um compositor versátil e avidamente omnívoro, tão à vontade com a tradição popular norte-americana (branca e negra), como com o modernismo orquestral dos Bernstein, Ives, Gershwin, ou do seu professor, Aaron Copland, que lhe explicou que “música americana é toda a que é escrita na América”.
Songs Cycled, o seu último álbum (apenas o sétimo, seguindo-se a Orange Crate Art, de 1995, assinado a meias com Brian Wilson), demonstra-o exuberantemente mais uma vez: como um pintor paisagista que, primeiro, se aplicasse a representar detalhadamente cada nervura de cada folha e, um por um, os grãos de pólen de cada estame, e só depois se preocupasse com questões de perspectiva, luz ou escala, Parks – operando num universo paralelo onde o rock’n’roll nunca existiu e Busby Berkeley é presidente dos EUA – pula agilmente de uma versão para "steel band" de "Aquarium" (do Carnaval dos Animais, de Saint-Saëns) para um gospel e, daí, em gincana pelo meio de quartetos de cordas, banjos, acordeões e bissectrizes improváveis entre a Argentina e o Havai, fiel à sua convicção de que “a canção é a ferramenta política mais poderosa disponível”, dispara sobre "Wall Street" pós 9/11 (“There is nothing but ash in the air, confetti all covered in blood”) devidamente antecipada por "Money Is King" e "Black Gold" (alusão à maré negra do petroleiro Prestige, em 2003, primeira intervenção em defesa da lusa pátria da residente de Fátima, segundo Paulo Portas). É assaz previsível que, como os anteriores, irá passar despercebido. Nada de grave: “Quando Kennedy foi morto apercebi-me de que a fama pode ser muito incómoda. E o tempo deu-me razão”.
"A orquestra são os sons da cidade. Não tens um microfone, não tens um instrumento, não tens nada. É uma orquestra no sentido em que é um conjunto de 100 pessoas que se juntam, de várias áreas, de várias origens, de vários estilos, de vários backgrounds, para participar e experimentar tocar sinos e barcos. É uma orquestra improvisada assim como eu vou estar a dirigir e portanto serei maestro desta orquestra. Mas eu não sou maestro nem isto é uma orquestra. (...)
Tu vais ouvir os barcos e os sinos a tocarem uma coisa escrita, composta para soarem entre eles, composta para fazerem uma peça musical coerente. Mas depois a própria cidade vai retirar essa coerência. Ao minuto três, vai parecer que estás a ouvir barcos a apitar no Marquês de Pombal e que as igrejas estão no meio do rio, por causa dos efeitos. Nós damos a afinação, a ideia, a tonalidade, a textura. A cidade dá a cadência, o ritmo, o swing. (...) Esta partitura é uma utopia em si mesma, com vida própria, porque por mais que te esforces não vais conseguir controlar a composição e a partitura. A utopia vira 'epifonia', uma epifania de som". (aqui + aqui)
... e, pelo meio deste perfumado labirinto de links (em particular, através deste que conduz aqui), se descobre o local onde o injustamente esquecido Relvas poderá resolver o seu probleminha: a Kristal University, de Tirana, na Albânia
... mas... mas... então... agora... já não é "abrir um grave precedente" (e roubar um dia de estudo aos pobres infantes que irão ficar irreversivelmente traumatizados)?!!!...
A brasileira Carla Dauden é directora de fotografia e vive nos EUA. Farta dos que dizem que vão ao Mundial de futebol sem saber o que se passa no Brasil, decidiu mostrar no YouTube quanto custa a organização da Copa e o cenário do país que a vai receber, em 2014.
Sala formal, ou sala de visitas. Lareira com recuperador calorífero. O tecto encontra-se já todo apainelado em madeira
Sofás tipicamente roxos. No cimo do televisor, 3 pedras com poderes mentais de tipo New Age.
Espadas cruzadas, em tipo toledano. A cadela, de tipo grand dinamarquesa, é toda trabalhinho atelier Joana Vasconcelos
Casa de banho principal, de tipo Natasha (nome fictício).
Jacuzzi/hidromassajador encastrado com acesso através de escadaria em três degraus ascendentes.
Demonstrators wear "Free Pussy Riot" balaclavas as they protest at the security fence surrounding the G8 Summit at Lough Erne in Enniskillen, Northern Ireland June 17, 2013
"Sala de convívio" onde decorre o treino de agitadoras e espias profissionais
Grande Mestre, dissipai as trevas que se apoderaram da nossa mente: quais as "lutas heróicas dos trabalhadores" que não foram conduzidas por pérfidos "agitadores profissionais" e incubadas em "salas de convívio" (onde, Deus me perdoe!... sabe-se lá o que mais por ali se pratica)?... Houve alguma?
"Uma das características dos dias de hoje é o surto, irremediável e provavelmente duradouro, de reaccionarismo social, cultural e político. Não é ideologia, não é política, foi vontade de ficar no lado dos mais fortes, dos que pareciam estar a vencer, dos que estiveram na moda. A crise acicatou estas divisões. Era o lado confortável há dois anos, hoje é o lado do desespero, logo da agressividade.
Hoje, que os dias dourados da engenharia utópica do 'ajustamento' já estão longe, o que sobra é uma acção por surtos, caótica, dolosa, confusa, que não ousa mostrar a cara, que se enreda em mentiras e explicações. Desamparado dos seus mentores governativos, todos na defensiva, o discurso reacionário outrora impante, torna-se reactivo, feroz, grupal, 'de classe'. Eles percebem que os seus melhores dias já estão no passado e que tudo vai soçobrar. Com laivos autoritários, contra a lei, acima da lei, contribuem para o acelerar da dissolução dos laços sociais, para o discurso de guerra civil, para um finis patria que tanto pode ser um 'bing' como um 'bang'. É uma espécie de PREC ao contrário. Quem já viu um, percebe demasiado bem o outro.
Hoje, um discurso da moderação tornou-se inaceitável porque a intolerância reaccionária domina. A intolerância classifica por necessidade e por arrogância. O que era ponderado ontem, hoje parece excessivo, radical. Mas não é. É o mesmo, num outro deserto".(daqui; ler também aqui)
Regressando ao que é, realmente, importante, a Edviges - acreditando na transcrição - acha que "o poema só por si é subjectivo" (coisa peculiar num poema) e "a forma como as questões estão formuladas poderá levar a várias interpretações [não sabendo nós] se essas interpretações estarão ou não de acordo com os critérios de correcção" E é de opinião que "tem quatro questões [custava-lhe muito dizer "perguntas"?] e duas delas podiam ser mais objectivas". Imaginem que, aos pobres infantes, lhes era pedido para comentar coisas tão transcendentes como:
"O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.
Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos"
... quais haveriam de ser os "critérios de correcção"?
British Sea Power and the London Bulgarian Choir - "Waving Flags"
You are astronomical, fans of alcohol So welcome in Are rising in the east and setting in the west All waving flags We’re all waving flags now Waving flags but don’t be scared 'Cause you, you're only here for a while And it’s all a joke Oh, it’s all a joke Oh Are here of legal drinking age, on minimum wage Well, welcome in From across the Vistula, you’ve come so very far All waving flags We’re all waving flags now...
Beer is not death, beer is not life It just tastes good especially tonight So welcome in We are barbarians Oh, welcome in Across the Carpathians Oh, welcome in We are from Slavia Oh, welcome in Across the stadion Oh, we can’t fail Not with Czech Ecstasy No, we won’t fail Not with Czech Ecstasy So welcome in