31 December 2020


(com a colaboração do correspondente do PdC em Pequim)
Edit (10:05) - Podia experimentar-se o método búlgaro... 
 
Edit (01/01/2021) - ... e continua, e continua...

30 December 2020

Penny Rimbaud (c/ Kate Shortt/cello & Liam Noble/piano) - "For These Who Die As Cattle" (the war poems of Wilfred Owen)

O pornográfico silêncio 
na mensagem aos novos escravos
Lina & Raül Refree - "Destino"
Garganta funda (Anna-Maria Hefele - Polyphonic overtone singing)
"t i m e l e s s n e s s #01"

28 December 2020

... e, depois do FIF, do FIB, do FIG, do FIP, e do FIN (Foco Infeccioso da Nazaré)... o FIFP (Foco Infeccioso do Filho do Panthera)!
MÚSICA 2020 - INTERNACIONAL (VII)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)

Fiona Apple – Fetch The Bolt Cutters

 

 
 
 
 

Bob Dylan – Rough And Rowdy Ways 

 

 
 
 

Stick In The Wheel – Hold Fast

 * a ordem é razoavelmente arbitrária...

"Gosto imenso de juntar palavras, mas apenas quando isso me é fácil, quando esse processo parece desenvolver-se por si mesmo. Nunca apago nada e praticamente nunca escrevo. Uma canção tem de estar completa na minha cabeça antes de eu a escrever. E só a escrevo se, de alguma forma, me servir, se me aperceber que, para me sentir melhor, não posso evitar escrevê-la. Se não tenho coisa alguma a transbordar, nada tenho para dar. Preciso de manter a antena sintonizada e, quando me dou conta de que já estou ‘cheia’, então, sento-me e escrevo. Se não tenho vontade de escrever canções, nunca me forço a fazê-lo”, conta Fiona Apple numa videomontagem do YouTube na qual conversa com Quentin Tarantino. E, quando este lhe diz que começou a analisar as canções dela e se apercebeu de que as melhores são aquelas que recorrem a imagens violentas (“Metafóricas, sim, mas, simultaneamente, autênticas. Naquele instante, pensavas mesmo em matá-lo!”), Fiona recorda como a mãe lhe descrevia as suas birras infantis: “Quando, por algum motivo, me irritava, ouviam-se sempre três sons: batia furiosamente com os pés no chão, fechava as portas com estrondo e corria a martelar o piano. Pela sua natureza percussiva, o piano atraía-me muito, tal como muita gente que toca bateria como forma de libertar a raiva”. Tudo isso está intensamente presente em Fetch the Bolt Cutters e, muito em particular, nas três canções desse álbum — "I Want You To Love Me", "Shameika" e "Fetch the Bolt Cutters" — que, em outubro passado, interpretou num vídeo para o New Yorker Festival (online): as mãos como aranhas sobre o teclado, a voz, à beira do sufoco, que gorgoleja à maneira do John Cale do tempo em que lhe corria lava nas veias, o quase rap alucinado e vertiginoso de "Shameika" cuspido sobre um microfone em risco de ser avidamente devorado. Aí apenas com a implacável e austera cumplicidade "live" do contrabaixista Sebastian Steinberg, da baterista Amy Aileen Wood, e do guitarrista/teclista Davíd Garza, mas despida da formidável atmosfera waitsiana de primitivismo sonoro presente no disco, cozinhada nas nada canónicas "jam sessions" (baldes, pedaços de metal, mesas, paredes, utensílios de cozinha, ossadas de cães, arquejos, gritos, latidos) da casa-estúdio de Venice Beach, na Califórnia, lugar de encarceramento voluntário onde Fiona, desde há muito, se exilara. A intolerável existência do (ainda) inquilino da Casa Branca já lhe inspirara o "loop" de agitprop "Tiny Hands" (“We don’t want your tiny hands, anywhere near our underpants”) e o nojo perante a nomeação de Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal de Justiça (“Good mornin’, good mornin’, you raped me in the same bed your daughter was born in”) fá-la-ia transbordar no labiríntico desenho rítmico do coral "For Her". Penúltima canção a ser escrita, "Fetch the Bolt Cutters" deveria ser o sinal para “o culminar de tudo o que tinha sido a minha vida até aí, o momento em que diria: ‘É a altura de enfrentar o mundo e sair daqui para fora.’ E, justamente no instante em que estava disposta a usar o alicate para me desencarcerar, aconteceu o 'lockdown'”. Fiona continuou em casa, mas o álbum seria publicado a 17 de Abril... (daqui)

27 December 2020

(feat. Kate Stables & Bostgehio)

... e, por Zeus, podem parar
de dizer "vácina"?...

Edit (28/12/2020) - E não é que o adjuntivo/poeta/diseur/porta-chaves corrigiu?... Agora, só falta o soba da Ordem dos Médicos e mais umas dúzias de outros

26 December 2020

MÚSICA 2020 - INTERNACIONAL (VI)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)

The Rheinghans Sisters – Receiver

  

It’s Immaterial – House For Sale

 

  
 
 
 
 
 
 
The Magnetic Fields – Quickies

 * a ordem é razoavelmente arbitrária...

25 December 2020

Uma prendinha no dia do nascimento do filho do Panthera * (não esquecendo outros belos miminhos anteriores):
 
* (mas, sobretudo, no aniversário dos que  verdadeiramente importam)

23 December 2020

Não há nada a fazer, está-lhes na massa do sangue - mas o que tinha mesmo pinta era engalfinharem-se todos com a franco-facha a assistir

Muito difícil a decisão do voto nestas presidenciais: como escolher entre o polivalente artista de variedades, os gémeos desavindos, Ana Ventura e André Gomes, os dois literais zeros à esquerda, Ferreira e Matias, o representante da etnia Maia, e o autêntico proleta do país dos batráquios?...


A mui cobiçada e poliamorosa catraia
Palhacitos Eleitorais (XLIV)
 
Poupadinho e muito frugal porque ouviu dizer que isso rende mais votos
 
"Fui eu que fiz: é só isto e tem de chegar para todos!"

Edit 1 (16:34) - E dá em directo nas televisões?... E há antevisão da ementa?... E comentários depois da sobremesa?...

Edit 2 (17:44) - ... e vamos lá ver se não irá ser como a Deborah...
GEOMETRIA VARIÁVEL


“Will Oldham (Bonnie ‘Prince’ Billy), é o fantasma, a escuridão, a morte, a perda, as memórias. Kate Stables (This Is The Kit) é a luz, a benignidade, o calor. A soma dos dois é Cabane”, sintetiza o belga Thomas Jean Henri, quando fala acerca do seu álbum Grande Est La Maison. Mas, nesse esforço de síntese, deixa de fora vários outros elementos essenciais dessa “experiência colectiva de geometria variável” tão simples de imaginar que custa a acreditar nunca ninguém ter pensado nela antes: os arranjos de Sean O’Hagan (o futurista de antiquário que já distribuiu cores pelas paletas dos Microdisney, Stereolab e High Llamas) para quarteto de cordas, vibrafone, piano eléctrico Wurlitzer, a episódica "drum machine" de Andy Ramsay (Stereolab), as cinco vozes das Bostgehio e a colaboração nos textos de Caroline Gabard e Sam Genders. (...). (daqui; segue para aqui)

"Sangokaku" feat. Bonnie Prince Billy & Kate Stables (ver aqui)
Penny Rimbaud - "Masters of War" 
(B. Dylan)
Prendinha de Natal para a "chocada" Bonifácio, defensora intransigente da cristandade: um álbum (ou um DVD), à escolha, de Woody Guthrie

20 December 2020

Se o mastronço é "part of the divine plan" (este?...), os argumentos a favor do ateismo reforçam-se desmedidamente; por outro lado, há cada vez menos dúvidas de que o Natal pode prejudicar gravemente a sua saúde (II)
VINTAGE (DXLVII)

Frances Carroll & Her Coquettes 
(feat. drummer Viola Smith)

Por inspiração do Grande Manipanço Cósmico, a Vaticano S.A. (de Austin, Texas) estabeleceu um acordo comercial com a Pfizer e a Moderna mas com a AstraZeneca é mais difícil porque há por ali mãozinha do mafarrico (ou a triste história de quem é incapaz de tomar decisões que não sejam previamente aprovadas pelo feiticeiro da tribo)
 

19 December 2020

Os extra-terrestres do general Eshed, tão poderosos que conseguiram que o Trampas guardasse um segredo, parecem estar a ter competição oriunda de Proxima Centauri - custa a crer que a malucagem conspiracionista do QAnon e descompensados afins não ache maneira de juntar tudo isto (mais os pirilaus) num belo ramalhete de fervente denúncia do "marxismo cultural" ou em anúncio da chegada iminente de reforços na luta contra o "marxismo cultural" ou o raio que lhes chocalhar no crânio na altura

Lady Maisery (Hannah James, Hazel Askew & Rowan Rheingans) - "Bagpiper's"/"Sheila's 70"

O "Ur-Fascismo" (II)

"1. A primeira característica de um Ur-Fascismo é o culto da tradição. O tradicionalismo é mais velho do que o fascismo. Não foi apenas típico do pensamento contra-revolucionário católico após a Revolução Francesa, mas nasceu na época helenística tardia como uma reaçcão ao racionalismo grego clássico. Na bacia do Mediterrâneo, os povos de religiôes diferentes (todas aceites com indulgência pelo Panteão romano) começaram a sonhar uma revelação recebida na aurora da história humana. (...) Estava confiada aos hieróglifos egípcios, às runas dos celtas, aos textos sagrados, ainda desconhecidos, das religiões asiáticas. Esta nova cultura deveria ser sincretista. "Sincretismo" não é só, como indicam os dicionários, a combinação de formas diferentes de crenças ou práticas. Uma combinação destas tem de tolerar as contradições. Todas as mensagens originais contêm um germe de sabedoria e, quando parecem dizer coisas diferentes ou incompatíveis, é só porque todas aludem, alegoricamente, a qualquer verdade primitiva. Como consequência, não pode haver avanço do saber. A verdade já foi anunciada de uma vez por todas, e nós só podemos continuar a interpretar a sua obscura mensagem. Basta olhar para o sumário de todo e qualquer movimento fascista para achar os principais pensadores tradicionalistas" (Umberto Eco, Como Reconhecer o Fascismo/Da Diferença Entre Migrações e Emigrações, 1997)
MÚSICA 2020 - INTERNACIONAL (IV)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)

Elvis Costello – Clockface

 

Modern Nature – Annual

 

Wire – Mind Hive

 

Brigid Mae Power - Head Above The Water 

 

Bill Callahan – Gold Record

 * a ordem é razoavelmente arbitrária...

O Natal pode prejudicar gravemente a sua saúde (I)
 
(... mas...)
 
Ren & Stimpy - I Hate Christmas!
Fiona Apple - Extraordinary Machine 
(Jon Brion Version - álbum integral)
MÚSICA 2020 - INTERNACIONAL (III)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)


  
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

 * a ordem é razoavelmente arbitrária...

13 December 2020

12 December 2020

Fiona Apple - "I Want You To Love Me"/"Shameika"/"Fetch The Bolt Cutters"
  (daqui)
(com a colaboração do correspondente do PdC em Pequim)
VINTAGE (DXLIV)

Hector Zazou/Vários - Sahara Blue
 
(daqui)

11 December 2020

PS - Lamento só agora poder enviar a carta mas tem havido uma grande falta de papel timbrado no Ministério
The Rheingans Sisters - "Lo Segoner"