05 May 2019


5 comments:

  1. Teria graça - imagine-se que o PSD ganha as eleições e vai negociar com os professores a reposição dos anos congelados; o "se houver condições económicas" permite tudo, parece-me... - perceber que, a dada altura, para limitar subidas de despesa, se irá tocar na questão das cotas e - coisa terrível! - na avaliação dos professores. Nesse momento, voltaremos a constatar a triste realidade: os professores não aceitam um modelo que identifique os melhores e, consequentemente, impeça a progressão de alguns. Teremos, portanto, isto: querem a eliminação das cotas para muito bons e excelentes (e vão todos no mesmo saco) ou fingem discutir e ninguém aceita um modelo diferenciador, terminando todas as discussões num "pois" seguido de silêncio.
    Parte de um diálogo em que participei em tempos numa escola:

    Colega 1 - Sermos avaliados por colegas é inadmissível! [fala-se da observação de aulas]
    Eu - Nesse caso, teremos de aceitar a observação por alguém de fora, cientificamente preparado... Professor universitário?
    Colega 1 - Nem pensar. Vivem nos seus gabinetes, sabem lá o que é dar aulas!
    Colega 2 - Então é justo ser um colega, mas de outra escola.
    Colega 1 - Mas esse não conhece a nossa realidade, e a realidade concreta de cada escola é essencial na relação pedagógica!
    Eu - ...

    Quando se chega à avaliação da "relação pedagógica", eu desisto e vou beber um café.

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  2. Já há bastante tempo fiz uma proposta:

    versão 1: http://lishbuna.blogspot.com/2008/11/uma-modesta-proposta-para-prevenir-que.html

    versão 2 (ligeiramente modificada): https://lishbuna.blogspot.com/2013/11/custava-te-muito-dizer-preto-no-branco.html

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  3. Eu lembro-me da proposta... Era giro pôr isso na sala de professores! :-)

    A propósito:

    "Ponto de ordem à mesa!

    1. Não sou professora;
    2. Estou-me nas tintas para o Mário Nogueira, mas não me custa dar-lhe razão: mais vale uma pequena e incerta vitória do que uma derrota em toda a linha;
    3. Acho que há professores péssimos (basta olhar para os programas ou ver, por exemplo, o número de professoras de português que desmaiam com o Peixoto e com o Valter...);
    4. Acho que, como todas as outras classes profissionais, os professores têm direito a defender os seus interesses profissionais e não são obrigados a querer mudar o mundo, nomeadamente o mundo dos paizinhos e mãezinhas que sonham com uma escola aberta 24 horas por dia, incluindo fins-de-semana, feriados e dias santos;
    5. Ninguém até hoje teve tomates para enfrentar a besta: dá pelo nome de Escolas Superiores de Educação;
    6. Era isto."
    (Ana Cristina Leonardo, Facebook)

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  4. "mais vale uma pequena e incerta vitória do que uma derrota em toda a linha"

    Não consigo é ver onde está a "vitória", mesmo que "incerta" e pequena".

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  5. Presumo que seja a vitória de inscrever o princípio na lei. Depois, do princípio à realidade concreta da remuneração, vai mais uma legislatura. E, volto ao ponto (e aí se verá o alcance da vitória), gostava de saber como vão atuar as condições que o PSD impõe e o sindicalista aceita.

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