15 January 2021

"Parece que 2 a 4 semanas sem aulas presenciais com os professores, que têm sido obrigadas a seguir um modelo bem tradicional (as interacções em sala de aula, actividades colaborativas entre alunos e outras 'diferenciações' estão fortemente desaconselhadas), destruiriam as aprendizagens de forma 'irremediável' e conduziriam a uma 'geração deslassada' (a tentativa de Manuel Carvalho fazer de Vicente Jorge Silva e cunhar uma expressão para a posteridade). Ou seja, aquilo não terá sido conseguido por anos e anos de políticas disparatadas, em zigues e zagues, com uma acumulação de burocracias para atrapalhar o trabalho dos professores e políticas cada vez mais ridículas de avaliação dessas aprendizagens. Realmente, a presença física dos professores é mesmo 'impactante' para os alunos, ao contrário de uns 30 anos a dizerem que os alunos podem construir o seu conhecimento, em auto-descoberta, com os docentes ali apenas a 'facilitar' (o que poderia ser feito à distância, certo?). Ou que as tecnologias tornariam quase irrelevante o papel do humano na Educação. Os professores foram sendo crismados de 'inúteis', 'egoístas', 'corporativos', 'velhos', 'arcaicos' e tudo o que ocorreu a uma clique de burgessos, nem sempre exteriores ao sector da Educação, só que alguns de forma mais envernizada, mas não menos insidiosa. Afinal são 'essenciais'. (...) (daqui)

7 comments:

  1. Segundo António Costa, as escolas devem permanecer abertas, para "não se destruir uma geracão, prejudicada em dois anos lectivos" (sic). Genocídio, guerra, ensino à distância. Broche aos papás oblige. Deixemos-nos de hipocrisia: - o problema são os pais estarem compreensivelmente saturados de terem os fedelhos em casa. Mas fica-lhes mal. Melhor afivelar uma preocupacão hiperbólica, afirmar que os petizes ficam irremediavelmente traumatizados, víctimas de stress pós-traumático, como precoces veteranos da guerra do ultramar.
    Na escola da minha mãe já vão em 10 casos, aulinhas por turnos e duas professoras hospitalizadas, ligadas a ventiladores. Que eu saiba, os professores não têm por obrigacão contratual darem a vida pela Pátria-Mãe, quais militares de carreira. E quem consegue manter distanciamento social numa sala de aula com criancas pequeninas, horas a fio diariamente?

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  2. No ano passado, em rigor, perderam uma semana de aulas no 2º período (logo a seguir, eram as férias da páscoa) e cerca de 1 mês e meio do 3º período (que, desde sempre, é quase só para cumprir calendário - no final do 2º, a maioria das decisões e aprendizagens que importam estão feitas). E, para além disso, Tiagos & Marcelos foram unânimes na louvor prestado aos professorrs pelo excelentíssimo trabalho que, nas aulas à distância e pela telescola, tinham feito.

    Manter aulas presenciais apenas para os sub-12 até desmontaria em boa parte o argumento de "os pais estarem compreensivelmente saturados de terem os fedelhos em casa".

    Mas, não, os "fedelhos" são "fedelhos" até aos 30s como bem demonstraram (não é só cá) a Elisabeth https://lishbuna.blogspot.com/2021/01/blog-post_24.html e o Jake https://lishbuna.blogspot.com/2021/01/a-corrente-karambista-fricole-do.html. E muitos até acham, verdadeiramente, que "os petizes ficam irremediavelmente traumatizados, víctimas de stress pós-traumático, como precoces veteranos da guerra do ultramar". E os papás são demasiados eleitores para quem vive pelo voto e morre pelo voto.

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    1. A sua última frase diz tudo. É uma decisão exclusivamente política, mal disfarçada por básica hipocrisia.

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  3. Ensino tradicional é que está a dar com o Prof à frente de 30 alunos, com distanciamento mínimo garantido. E os transportes públicos, nice and cozy.
    Abaixo as tecnologias, o ensino diversificado, o digital, a treta das plataformas!!!!
    Viva o virtual Ministro da Educação!!!

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  4. "Abaixo as tecnologias, o ensino diversificado, o digital, a treta das plataformas!!!!"

    Os quais, com Covid ou sem Covid, mais tarde ou mais cedo, são inevitáveis.

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  5. Segundo a inteligência nacional parecem irrelevantes neste momento.

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  6. Nesta matéria, "inteligência nacional" é um oxímoro.

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