24 July 2019


Não, o que é absolutamente inacreditável é existirem professores que insistem em tratar os alunos (pré-universitários) como débeis mentais, incapazes de pensar fora das grelhazinhas dos "programas" e dos textos (e resumos de textos) pré-mastigados e com kit de respostas prontas a usar

9 comments:

  1. Afinal já não é só o Canto Nono que incomoda. Também os Cantos que são lidos sem rodinhas podem ferir os alunos. A poesia deveria libertar as nossas mentes e não aprisionar em análises curriculares. A poesia é para comer, mas sem glúten.

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  2. Exactamente.

    Mas, sem glúten, porquê?

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    1. Para não inchar as barrigas dos celíacos mentais.

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  3. Uma tristeza. E tentar explicar aos indignados colegas que as boas aulas de literatura acontecem quando, do lado do professor, há o encontro apaixonado com os textos e a vontade de trazer outros textos para a sala de aula e diálogos de filmes e quadros e músicas... tanta coisa onde se vislumbra a felicidade, a beleza e a miséria dos "passeios da vida" humana (andei a ler Kerouac...). E nada disto é possível quando, do outro lado, os alunos imploram por paráfrases das estâncias do "Programa", estando já prevenidos com o novo calhamaço da "Preparação para o Exame".
    Repito: uma tristeza.

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  4. Tretas. O mundo quer-se aviário. É para lá que caminhamos com a bandeira do PCP/BE.

    JP

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  5. "O mundo quer-se aviário"

    Podia, ao menos, ter limpado as penas e deixado um ovo.

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  6. I say, foda-se, eu, que só queria a realização de cinema e fui parar às "letras", só não tenho a cachimónia baralhada provavelmente por ser uma leitora compulsiva desde tenra idade e, above all, adorar o vernáculo, em todallas línguas :D

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  7. Ler Os Maias foi um prazer. Ler Os Lusíadas foi como ler um livro sobre direito fiscal, sentado numa cadeira de pregos num quarto a cheirar fortemente a amoníaco, e a ouvir em ciclo infinito uma cassete do Portugal Mix. É bem feito que tenha perdido um olho.

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  8. "Ler um livro sobre direito fiscal, sentado numa cadeira de pregos num quarto a cheirar fortemente a amoníaco, e a ouvir em ciclo infinito uma cassete do Portugal Mix" é uma experiência que não deve ser apressadamente desvalorizada.

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