no meu 12º ano (numa escola,em Lx, que foi transformada em parque de estacionamento) tive em mãos a escolha de um tema para trabalho de longo fôlego: escolho os índios norte-americanos. Recolhi informação em todas as bibliotecas para as quais o tempo mo permitiu. Terminado o trabalho, entreguei o conjunto e um sentimento de revolta que nunca mais desapareceu. Tinha 17 anos. Tenho 17 anos, há questões assim: crescemos tudo o que havia para crescer...
sem dúvida, aconteceu-me o mesmo, e já o meu pai fazia as suas prelecções, mas aquilo de ler, ver as imagens, pesquisar, investigar tão a fundo quanto pude, trouxe-me tudo à tona: deixei de desejar aquele par de calças (podia não o ter, mas livros sempre tive/tivemos,os filhos) para desejar coisas como espaço, liberdade, autonomia, independência, voz, you name it.
_________ (isto é, já tinha herdado esses piores instintos de um homem que começou por vir da escola para pastorear e, antes da revolução, saber (já sabia) - com a invasão da sede da PIDE, que estava nas listas negras - não poder visitar o pai na aldeia natal, com a cabeça a prémio)
_________ (e eis-me aqui, numa vila onde esteve com o MFA, perto de uma nova família - a da minha mãe - onde tudo me está vedado "por falar", sei-o de fonte segura, estou 'queimada', um município PS que, como já referi inúmeras vezes, é PSD de gema, mas para mim não passou nunca de mais do mesmo, que o que interessa são "os filhos da terra", a saber: os que se rebaixam, lambem botas e cus, etc.)
p.s. - a minha família materna tem aqui, que eu saiba (atesta-o a existência da casa grande), no mínimo, uma permanência desde o séc. XVII...
p.p.s. - sabem bem de quem descendo, os meus "inimigos" (nem sequer aprenderam que os meus inimigos sou eu que me permito tê-los e, de facto, não os tenho, tudo o que sinto é uma pobreza de mentalidades: o 'interior desertificado' tem donos, sempre teve, o que dá um jeitão ao poder central, por sua vez vendido sabe-se bem a quem)
(first things first: o meu pai, o gajo do MFA, o militar, o mau da fita, que tinha licença para posse de arma pessoal, jamais lhe tocou (a tal, que os meus irmãos destruiram, desmantelando-a por ecopontos longe uns dos outros), foi sempre o primeiro nas provas de tiro...
... e depois, as reservas, como zoos, que os tornaram alcoólicos, vendedores da banha da cobra, etc., farrapos de uma cultura soberba, muitas, na verdade.
no meu 12º ano (numa escola,em Lx, que foi transformada em parque de estacionamento) tive em mãos a escolha de um tema para trabalho de longo fôlego: escolho os índios norte-americanos. Recolhi informação em todas as bibliotecas para as quais o tempo mo permitiu. Terminado o trabalho, entreguei o conjunto e um sentimento de revolta que nunca mais desapareceu. Tinha 17 anos. Tenho 17 anos, há questões assim: crescemos tudo o que havia para crescer...
ReplyDeleteO "they don't belong" puxa-me para a superfície os piores instintos.
ReplyDeletesem dúvida, aconteceu-me o mesmo, e já o meu pai fazia as suas prelecções, mas aquilo de ler, ver as imagens, pesquisar, investigar tão a fundo quanto pude, trouxe-me tudo à tona: deixei de desejar aquele par de calças (podia não o ter, mas livros sempre tive/tivemos,os filhos) para desejar coisas como espaço, liberdade, autonomia, independência, voz, you name it.
ReplyDelete_________
(isto é, já tinha herdado esses piores instintos de um homem que começou por vir da escola para pastorear e, antes da revolução, saber (já sabia) - com a invasão da sede da PIDE, que estava nas listas negras - não poder visitar o pai na aldeia natal, com a cabeça a prémio)
_________
(e eis-me aqui, numa vila onde esteve com o MFA, perto de uma nova família - a da minha mãe - onde tudo me está vedado "por falar", sei-o de fonte segura, estou 'queimada', um município PS que, como já referi inúmeras vezes, é PSD de gema, mas para mim não passou nunca de mais do mesmo, que o que interessa são "os filhos da terra", a saber: os que se rebaixam, lambem botas e cus, etc.)
"um município PS que, como já referi inúmeras vezes, é PSD de gema"
ReplyDeleteTudo social-democracia da boa.
p.s. - a minha família materna tem aqui, que eu saiba (atesta-o a existência da casa grande), no mínimo, uma permanência desde o séc. XVII...
ReplyDeletep.p.s. - sabem bem de quem descendo, os meus "inimigos" (nem sequer aprenderam que os meus inimigos sou eu que me permito tê-los e, de facto, não os tenho, tudo o que sinto é uma pobreza de mentalidades: o 'interior desertificado' tem donos, sempre teve, o que dá um jeitão ao poder central, por sua vez vendido sabe-se bem a quem)
(mas, tivera eu acabado de chegar, "sem raízes" - que, de facto, não sinto -lutaria de igual modo :)
ReplyDelete(first things first: o meu pai, o gajo do MFA, o militar, o mau da fita, que tinha licença para posse de arma pessoal, jamais lhe tocou (a tal, que os meus irmãos destruiram, desmantelando-a por ecopontos longe uns dos outros), foi sempre o primeiro nas provas de tiro...
ReplyDeletehttps://en.wikipedia.org/wiki/Bury_My_Heart_at_Wounded_Knee
ReplyDelete(ele também gostava, sim, era disso: escrever, só soubemos após a sua morte :(
ReplyDelete____________
(e escrevia muito bem)
100 milhões de Índios Norte-Americanos assassinados pelo regime da Inglaterra, naquele que foi o maior genocídio da História da Humanidade.
ReplyDelete... e depois, as reservas, como zoos, que os tornaram alcoólicos, vendedores da banha da cobra, etc., farrapos de uma cultura soberba, muitas, na verdade.
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