"A Zona Franca da Madeira tem uma sala de 50 metros quadrados que abriga
as empresas-fantasma de vários jogadores que actuam no campeonato
espanhol, incluindo Xabi Alonso (Real Madrid), Javier Mascherano e
Adriano Correia (Barcelona). O objectivo é apenas um – fugir aos
impostos de forma legal. Neste pequeno ninho de corrupção fiscal
generalizou-se a prática de negócios jurídicos artificiais, em que
deliberadamente se violam as cláusulas antiabuso previstas no n.o 2 do
artigo 38.o da Lei Geral Tributária. Rafa Benitez, treinador do Chelsea,
é um pirata e terrorista fiscal que passou pelo bordel tributário da
Madeira mais de um milhão de euros sem pagar um cêntimo de impostos.
A indústria offshore alimenta-se do futebol. Os fundos de investimento em jogadores constituem um buraco negro fiscal que permite que dirigentes desportivos e agentes FIFA ocultem a identidade e recebam rendimentos livres de impostos nas Ilhas Virgens Britânicas ou em Caimão. No futebol a justiça não funciona. Mesmo depois de o Ministério Público ter acusado o director regional dos Assuntos Fiscais no âmbito de um processo que alegadamente envolve crimes de fraude fiscal praticados por dirigentes do Nacional da Madeira, os contribuintes são os únicos condenados a pagar impostos. Os contratos paralelos banalizaram-se e já ninguém questiona a legalidade ou a moralidade que permite uma poupança fiscal, mesmo que a receita dos impostos não pagos deixe de financiar escolas, hospitais, estradas e os próprios contribuintes. (...)
O futebol é uma fraude. E enquanto não criminalizarmos os infractores,
vamos continuar a ser admoestados pelo cartão amarelo da austeridade até
que um dia nos expulsem dos nossos empregos, das nossas casas, da nossa
família e do nosso país. Nessa altura, vamos voltar a jogar na rua com uma bola de trapos". (artigo integral aqui)
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