15 September 2012

É MUITO TRISTE SER PAROLO (PARTE VI

"(...) De gala como se estivesse na sua sala, passeia, gesticula. Diz que “estes últimos 11 anos” de vida em que tem cantado “Portugal, o fado” lhe fizeram sentir “que a música é universal”. Anuncia que vai “mostrar porquê”. E canta o fado anterior todo em “brasileiro”: “Aqui adôrrrmici pêsádámêntchi…” A galeria onde a repórter está sentada treme com a reacção: “BRAVO!”

Segue-se uma guitarrada (destaque para José Manuel Neto na guitarra portuguesa) e Mariza convida toda a gente a cantar o fado seguinte, “Rosa Branca”. Será o mais longo momento-Xuxa da noite, com a diva a instruir o teatro por camadas, desde a galeria à plateia, franzindo a testa a uns e encorajando outros. “Como estão os meus amigos do terceiro andar?” Levanta a cabeça cá para cima. “Façam um pouquinho de barulho para a gente ouvir cá em baixo!” A galeria obedece. “E os do segundo andar?…” “E os do primeiro andar?…” “E os do rés-do-chão?…” É quase o teatro dos amiguinhos da Xuxa. Mariza fala de uma prima nordestina, imita-lhe o sotaque. “Por isso eu acho que Portugal e Brasil não têm distância. Isso não existe. Vamos cantar todos juntos.” E abana o traseiro justo de cetim, pede palmas. “DIVA!”, grita a galeria. A repórter começa a receber sms de amigos brasileiros na plateia a pedir socorro (...) Despede-se outra vez: “Despeço-me mais uma vez agradecendo ao nosso grande banco português Caixa Geral de Depósitos.”". (Alexandra Lucas Coelho, aqui; o texto integral é de leitura obrigatória)

6 comments:

  1. Vou deixar de vir ao Provas de Contacto. É demasiado deprimente.

    (joke!)

    :-)

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  2. Ó gente da minha teeeeeerrrraaaa!...

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  3. Eu também não dispenso o meu fadinho diário, é condição de lusa camané forma de vida.

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  4. Sois uns parolos, só vos digo

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  5. Oh pá, eu adorei quando ela escreve "E ainda comete um último fado..." <3

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