13 November 2011

ÀS VEZES, HÁ COMENTÁRIOS TÃO BONS
OU MELHORES DO QUE OS POSTS




"O Alvarinho foi escolhido para ministro por duas razões, seguindo um reflexo irresistível do provincianismo local: i) vem de um país desenvolvido, ii) os seus méritos técnicos permitiram-lhe fazer carreira nesse el dorado místico, que é o conjunto probabilístico Universo-excluíndo Portugal; no seu caso específico, o Canadá. Ambas as razões apontam para o amor e respeito por tudo o que é extranacional – tão pacóvios, quanto seculares em nós – como origem dessa opção.

Não é necessário esperar pelo fim de uma frase, para se sentir a brisa temperada a couve-galega e sopas-de-cavalo-cansado, evolando-se do patuá ministerial. Há uma subtil declinação beirã, se dúvidas restassem. Sim, o Álvaro é um parolo, como demonstram as suas parolas declarações sobre assuntos triviais. A própria lógica, subjacente ao tema dos feriados, faria corar um pastor barrosão na sua simplicidade, o que dá boa medida do parolismo praticado pelo Álvaro. Surpreendentemente – ou não, tratando-se claramente de um parolo enrustido – o Álvaro não aprendeu, nesse distante planeta Krípton da civilização superior canadiana, os rudimentos da boa prática académica e da honestidade intelectual.


























É que há muita coisa que uma universidade canadiana pode modelar, ou transformar, no bicho-Homem, mas o bronco lusitano tem carapaça de titânio. Parolamente, o Álvaro não saberá utilizar a internet, senão facilmente descobriria comparações entre níveis de produtividade e feriados para vários países do mundo anglo-germanicamente desenvolvido. Muitas vezes, ilustradas com profusão pornográfica de representações gráficas. A leviandade domingueira com que o Álvaro tenta fazer passar cidadãos por aldeões medievais, é a mesma que assistiu à sua desautorização de um grupo de estudo afecto ao governo onde se integra, quando – no espaço de tempo que leva uma castanha a cair de um banco corrido – catalogou uma decisão do “seu” grupo como absurda. Mas é bom técnico e veio de fora. Para quem é, bacalhau basta".

(2011)

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