16 April 2011

O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (LXII)

Pedro Arroja






















Espécie de Wilhelm Reich luso (mas ao contrário), o insigne professor Arroja já havia bastamente explicado quanta falta sente de homens. Homens. Homens mesmo. Homens a sério. Não há como contradizê-lo.

Mas, para que não restem dúvidas, ele insiste: "Vai ser preciso homem". E porquê? Porque "na relação entre um homem e uma mulher, é ela normalmente que inventaria todas as soluções ou caminhos possíveis a cada problema que confronta o casal, mas depois tipicamente remete a decisão final para ele. Se a decisão sai mal, a responsabilidade é dele, e ela até vai dizer: 'Se tivesses feito da outra maneira como eu te disse ...'. Uma mulher traz ao casal muitos valores importantes, mas certamente que não o da capacidade de decisão e o da responsabilidade para assumir o ónus das decisões. Este é um valor tipicamente masculino". Que "encontra o paradigma na cultura católica na figura do Papa e subsidiariamente na dos cardeais - a elite da Igreja".






















Sem dúvida. A elite da igreja também já demonstrou sobejamente quanto aprecia os homens. Coloca-lhes algumas restrições etárias, é certo, mas é inegável que alinha com o arrojado pensamento. Porém - e é aqui que o anti-Reich que vive dentro do grande mestre filósofo se manifesta e a luz do seu discurso mais intensamente refulge -, "Existe, de facto, uma relação entre virilidade e sexo, mas é inversa, e pode enunciar-se assim: em geral, um homem é tanto mais viril quanto menos sexo tiver. Porque a função do sexo, e de uma mulher, é precisamente a de retirar a virilidade ao homem. Nunca um homem se parece tanto com uma mulher como depois de ter sexo com ela. Aqueles homens que ambicionam - e às vezes se gabam - de ter sexo a toda a hora são profundamente efeminados, porque além de ambicionarem uma capacidade que é exclusivamente feminina - a de ter sexo a toda a hora - são homens sem virilidade nenhuma".

Satori instantâneo!!!... "Vai ser preciso homem" porque essas práticas abixanadas de "ter sexo" com uma mulher não são dignas de homens. Homens. Homens mesmo. Homens a sério.

(à suivre)

(2011)

9 comments:

  1. «essa pequena minoria que aprecia a liberdade de decidir o seu destino e o dos outros».
    Ganda macho, sim senhor!
    Mas haverá, porventura, alguma mulher - que se preze - que viva dois dias com este estafermo sem lhe ir às trombas? As elites têm muito a aprender, quero dizer, estes machos...

    ReplyDelete
  2. "haverá, porventura, alguma mulher - que se preze - que viva dois dias com este estafermo sem lhe ir às trombas?"

    Porque não se dedicam, de alma e coração, à filosofia. Se o fizessem, o grande mestre Arroja não seria tão incompreendido.

    ReplyDelete
  3. Eheheheh! Há mas é tipos que f...m muito bem com a cabeça. Só é pena que não seja com a cabeça mais (orgon)ómica, como dizia o Reich.

    ReplyDelete
  4. "como dizia o Reich"

    É por isso que o prof. Arroja é o anti-Reich. QED.

    ReplyDelete
  5. Exactamente. QED. "Arrojado" numa tal filosofia nem o Freud para lhe tirar a couraça.

    ReplyDelete
  6. "Existe, de facto, uma relação entre virilidade e sexo, mas é inversa, e pode enunciar-se assim: em geral, um homem é tanto mais viril quanto menos sexo tiver."

    Os pulos de viril alegria que os nerds estão neste momento a dar em frente ao ecrã do computador, numa das raras pausas entre jogos online e consulta de sites porno...

    ReplyDelete
  7. "e consulta de sites porno"

    Alto aí!... a "cláusula Clinton" também, nestes casos, não pode ser aplicada. Tal como o prof Arroja estipula, é mesmo com as mãozinhas só a tocar no teclado. E mesmo apenas "consultar" tem que se lhe diga.

    ReplyDelete
  8. Ele vai ter que ir procurá-los noutro sítio, porque em Portugal já não há.

    ReplyDelete