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Gomo - Nosy
Nada contra a pop descartável. Capítulos inteiros (e não dos menos ilustres) da história da música popular se escreveram (e deixaram descendência) à custa de "one-hit wonders", melodias-agrafo de meia dúzia de compassos e profundidades literárias do género “awopbopaloobopalopbamboom”. Nem todos os dias e a todas as horas estamos no mood apropriado para cortar as veias enquanto escutamos Leonard Cohen ou para nos entregarmos à decifração dos mil-folhas sonoros dos Animal Collective. Mas convém que a pop-chiclete, acima de tudo, fuja do pecado capital de, à segunda faixa de um álbum, se tornar monótona, repetitiva e aborrecida. Gomo (aliás, Paulo Gouveia), aprecia dizer coisas absurdas como “para mim não faz sentido nenhum cantar em português, apesar de agora estar novamente na moda” e, enquanto versão frívola e saltitante de um David Fonseca-dos-pobres, incorre, de forma contumaz, no ilícito de homicídio voluntário por tédio agravado. Embora pareça que a intenção fosse exactamente a oposta.
(2009)
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