11 December 2008

QUARTO COMUNICADO DO C.A.L.A.
(Comité de Apoio a Laurinda Alves)



Laurinda Alves em discurso directo sobre a vida interior, "onde tudo verdadeiramente acontece":

Agência Ecclesia - Qual a importância da interioridade na sua vida?
Laurinda Alves - A vida interior é onde tudo verdadeiramente acontece. Não imagino que alguém seja capaz de atravessar os tempos e percorrer o caminho de uma vida inteira sem se interrogar a um nível mais profundo, sem se deixar interpelar pelos acontecimentos, sem reflectir e procurar no seu íntimo qual o sentido da sua vida. Saber de onde vimos, para onde vamos e o que estamos aqui a fazer é essencial e esta busca constante tem que de ser feita com essa interioridade.

(...)

AE - Interioridade é sinónimo de espiritualidade?
LA - Nem sempre. A interioridade pode levantar questões estritamente éticas, por exemplo. Há muitas pessoas que acreditam que 'é pela ética que vamos', como diz o filósofo alemão contemporâneo Hans Kung. Acredito que esta linha, porventura mais racional, nem sempre seja atravessada de espiritualidade embora eu própria não conceba a minha vida interior sem espiritualidade. A minha espiritualidade é a minha interioridade.

(...)

AE - É possível cuidar de compromissos laborais, da execução de projectos pessoais e sociais e aprofundar a dimensão espiritual na vida?
LA - Absolutamente. Tenho essa experiência e, por isso, digo-o sem hesitações. Admito, no entanto, que apesar de ser possível nem sempre é fácil e, por isso, é importante cultivar uma atitude 'transversal' que cruze todas estas dimensões. Ou seja: se a espiritualidade inspirar os projectos pessoais, profissionais e sociais, estes projectos acabam por aprofundar também o sentido espiritual e ampliar a interioridade. Está tudo ligado e se tudo for construído de forma positiva e consciente, a vida toma uma dimensão mais profunda e os nossos horizontes ficam mais amplos e em harmonia.

(pensamento integral de Laurinda Alves sobre a vida interior aqui)

(2008)

10 comments:

  1. Acabei de dar um modesto contributo a este movimento lá no blog.

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  2. não há dúvida que é no interior que tudo verdadeiramente acontece. fisiologicamente falando, claro.

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  3. A propósito da interioridade, há uma deliciosa história zen que fala de três rapazes que vivem num mosteiro e decidem fazer um pacto de silêncio; e permanecer o maior tempo possível sem verbalizar um som, uma palavra. A certa altura, ao fim de dois ou três dias, as velas do quarto onde permanecem em meditação e silêncio começam a apagar-se. Um dele, que observa o extinguir da chama, não resiste mais e anuncia: as velas estão a apagar-se! O segundo diz de imediato: por que é que falaste? E, logo de seguida, diz o terceiro: o único que não falou fui eu!

    E que diria disto a nossa Laurinda? que as velas são símbolos da pressa do mundo, que o silêncio representa a essência caledoscópia do ser, e que os três rapazes são o corpo da inocência (lá está) interior?...

    Disse o Don Dellilo num livro qualquer que o problema da crise religiosa ou de fé dos nossos dias não é que as pessoas passarem a não acreditar em nada; é elas passam a acreditar em tudo...
    Um guru (ou, neste caso, gurua) por metro quadrado.

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  4. "Acabei de dar um modesto contributo a este movimento lá no blog"

    Todos não somos demais.

    "não há dúvida que é no interior que tudo verdadeiramente acontece. fisiologicamente falando, claro"

    Mas o corpo é apenas um avatar do espírito, como bem sabes...

    "as velas são símbolos da pressa do mundo, que o silêncio representa a essência caledoscópia do ser, e que os três rapazes são o corpo da inocência (lá está) interior"

    É reconfortante perceber que a mensagem da nossa candidata gera tais ondas de Sabedoria.

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  5. esta saga da laurindinha é hilariante!
    (versão alternativa - esta çaga da laorindinha hé ilariante!)
    :))

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  6. numacredito!!! temos um novo sucesso de fuck christmas para 2008
    LOL

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  7. o c.a.l.a. ainda não tem logotipo?

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  8. A minha vida passa-se toda no interior... do país.

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  9. Claro que é dentro que tudo acontece. Já não se usa o salto de leão.

    Vou inscrever-me para votar.

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  10. hans kung é referência para laurinda alvez pela sua tirada, de espessura intelectual indubitável:

    - "é pela ética que vamos" -

    e emtermos de pensadores contemporâneos está muito bem referenciada.

    já em matéria cinematográfica não posso deixar de aconselhar a laurinda alves a série "com jeito vai", onde de forma aparentemente «leve», todas as atribulações de uma família nos tempos modernos pôem a nú o peso de existir.

    grill marcuse

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