23 June 2018

É tão, tão, tão bom...


"Apesar da ‘nobre indiferença muçulmana pelo autoclismo, o esgoto, a árvore frondosa e a ânsia de ar das ruas novas’ de que falava Aquilino dando razão a Boris, e da falta de pergaminhos que já em 1758 era notada pelo prior Sebastião de Sousa, Olhão mantém um lastro de glória. Industriais, pescadores e vates contrabandistas continuam a partilhar o desrespeito pela lei e o culto do Senhor dos Aflitos, numa vila pródiga em dândis e espanholas, estrangeiros e aventureiros, sardinhas e anarquistas, operários e fedor. Tresanda, resume Raul Brandão. Não exagera o simbolista. Ao peixe que apodrece sob o calor africano junta-se a matéria fecal que escorre a céu aberto, húmus pestilento que Captain Zorra nunca conseguiu olvidar, memória primeva que nos conduz, um pouco abruptamente, é certo, a Marilyn Monroe, actriz que nunca veio a Olhão" (Ana Cristina Leonardo - O Centro do Mundo: Retrato Imaginário do Russo Apátrida Boris I de Andorra e Mano-Rei de Olhão, Agente dos Ingleses e Oficial da Wehrmacht, Preso e Condenado aos Gulags da Sibéria)

8 comments:

Anonymous said...

Aqui já temos dada.
Está melhor

Amor resgatado

João Lisboa said...

???

Anonymous said...



O escrito da Ana Cristina Leonardo é dada.

É bom.

Amor resgatado

João Lisboa said...

Ai é? Ela vai adorar saber a novidade.

Anonymous said...

Dê-lhe os meus cumprimentos

Amor Resgatado

PS Não leve o vinho. Não é preciso.

João Lisboa said...

Dada e patafísico. Quiçá também construtivista-neo-expressionista.

Ana Cristina Leonardo said...

???????????????????????????????????????
Obrigada, João!
A história do arroz-doce não está esquecida... :)

João Lisboa said...

Salvé, Leopardo!