23 October 2009

UMA AVENTURA NA EDUCAÇÃO - TEMA & VARIAÇÕES




Hipótese A



Aliviadíssima com o presentinho que a oposição lhe oferecerá ao suspender a avaliação dos professores no parlamento, Isabelinha ensaia o perfil de anti-Lurdes, faz charminho à classe docente e inventa o eduquês light. Dá para sobreviver até 2011 se, durante o próximo ano, o barco não for ao fundo. Depois, logo se vê.


Hipótese B:



Apesar do charminho, o professoriado, animado com as "vitórias", toma o freio nos dentes e Isabelinha tacteia na escuridão. Se todo o resto à volta não se encapelar demasiado, dialoga, dialoga, dialoga, empata, empata, empata, até o Governo já não poder ser demitido. Depois, logo se vê.


Hipótese C:



O professoriado, lado a lado com os operários, camponeses, soldados, marinheiros e Cavaco, enceta a luta armada. Os "apparatchiks" do ME - o verdadeiro e eterno poder - exigem músculo e fazem-lhe a folha. Há uma grande tempestade debaixo dos céus e a situação é excelente para a revolução. Isabelinha inicia, finalmente, a leitura de Huis Clos, murmura "o inferno são os outros" e inaugura o seu período de existencialismo dilacerado. Vê-se muito mal.

(2009)

5 comments:

Anonymous said...

É uma análise "à Pacheco Pereira" ... tudo é política e só política.

João Lisboa said...

É verdade. E tudo tão a sério, tão a sério...

Anonymous said...

Sendo que a Educação prepara os jovens para a vida adulta, preocupa-me que esteja entregue a uma adulta que escreve livros juvenis.

Ana said...

Parece-me mais verosímil o segundo cenário, o do labirinto misterioso...

Professor said...

Isto está tão mau que é muito difícil fazer prognósticos. Receio sinceramente que a mais verosímil seja "Uma Aventura na Casa Assombrada" Conheço os "labirintos" do ME já desde o tempo das Direcções Gerais do Ensino - um simples contínuo (se ainda souberem o que é) tinha poder para resolver um problema agindo apenas sobre a papelada, colocando um processo numa outra pilha de documentação. Se isto era assim no tempo em que a hierarquia era um valor (contestável) imaginem agora!
Como diz um grande amigo: "Valha-nos a pilinha do menino jesus!"