08 September 2009

"NOVAS OPORTUNIDADES" AO VIVO



"Em Português o formando teria que escrever a história da sua vida e a razão por que se inscreveu no curso, sendo o texto corrigido aula a aula pela respectiva formadora; Matemática consistia em efectuar cálculos básicos e apresentar, por exemplo, a receita de um bolo e duplicá‐la; para Informática apercebi‐me que seria a apresentação do trabalho escrito e, posteriormente, quem quisesse apresentá‐lo‐ia em “powerpoint”; em Cidadania, os formandos apresentavam os diferentes resíduos e diziam em que contentor os deveriam colocar. A nível de Português ainda foi pedida a leitura de um livro e seu comentário, sendo a selecção ao critério do formando o que deu origem a autores “light”, nada de autores portugueses de renome; a acrescer a este comentário teriam também de fazer a apresentação crítica a um filme e a uma reportagem. Todos estes elementos seriam entregues num dossier, cuja capa ficaria ao critério de cada formando"

(2009)

9 comments:

Anonymous said...
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margarete said...

é bastante redutora e leviana essa conclusão tirada da observação de 1 dossier

tenho tido contacto com o planeamento da disciplina 'Cidadania' e posso afiançar que é bastante mais do que essa senhora quer fazer parecer

já vi dossiers e são também mais do que a senhora relata

o testemunho dela parece-me algo como a experiência do que possa ser falar com 2 ou 3 alunos, de 15/16 anos, distintos que tenham completado o 9º ano (com diferentes níves de aproveitamento, claro), pode-nos sempre calhar alguém que jure nunca ter ouvido falar de Hitler (como já me aconteceu) e para quem cuja personalidade mundial seja o Brad Pitt mas também nos podemos deparar com quem dignifique o seu nível de educação

isto é o mesmo que querer pautar a qualidade de uma classe profissional por observação de uma situação
quantas vezes sou "obrigada" a aprovar um aluno-estagiário só porque obedece à pauta no que respeita o alcance de uma nota positiva, mas nem por isso entendo que seja digno de ter "licença para matar"... :(
nem vou cometer a injustiça e a leviandade de considerar toda a classe profissional e o ensino pelo mesmo padrão
por mais tabelas de sucesso que se construam, haverá sempre o maus, os medíocres e os bons e eu tenho visto de tudo a esse nível cá na minha área

claro, pode-se sp pegar nos alunos de 15/16 anos e nos alunos das novas oportunidades e fazer uma prova para comparação de conhecimentos, mas acredito que os resultados, em média, não fossem muito diferentes, embora o alcance das mesmas pudesse ser por via de conhecimento "organizado" de formas diferentes, não sei...

não posso nem estou aqui a vestir a camisola das NO mas não tenho dúvidas da idiotice do texto

margarete said...

lapsus! era "licença para falar" :P

João Lisboa said...

Margarete, vais-me desculpar, mas és bem capaz de estar a incorrer no mesmo erro que aqui apontas: generalizar a partir da tua experiência. Até estou pronto para admitir que possam existir casos, no processo NO, em que a "certificação de competências" não seja exactamente a fraude que, generalizadamente, é. Mas, se coloquei aqui este exemplo, é porque ele era absolutamente coincidente com aquilo que, de muitas fontes, tenho ouvido. E que - se fores procurar ao label "novas oportunidades", podes descobri-lo - é, assim mesmo, descaradamente, justificado pelos próprios "teóricos"/responsáveis da coisa.

E nem seria necessário ficarmo-nos pelas NO. O que se passa em matéria de mestrados e doutoramentos em tantas universidades "sérias" dava para milhões de mangas e outros tantos sustos...

margarete said...

estás desculpado :P

quanto à formação em geral, parece-me que hoje em dia as pessoas "letradas" se encontram num dos 2 extremos, já nem sei se encontro o nível "medíocre" sequer (talvez em mim...), olho e parece-me que só vejo "bons" e "maus" (muito maus)(o exemplo que dás dos mestrados e doutoramentos, por ex)

não fiz aqui a apologia das NO, critiquei o artigo de ser leviano ao concluir acerca das NO com base na observação de 1 dossier e contrapus com tb. 1 experiência (pelo menos vi mais dossiers, tungas!)- aquela que tenho tido a oportunidade de observar, não achando que justificaria a qld das NO mas porque acho que ao opinar com 1 exemplo (como se lê no artigo) corremos o risco de sermos intelectualmente desonestos


a minha opinião sobre as NO... olha.. não sei que te diga
sei de dificuldades com que se depara quem está lá
mandam embora quem não quer estudar e pensa que vai lá buscar um diploma por mera circunstância presencial
compreendo que um diploma cujo programa curricular considera a experiência de vida do formando não seja coincidente com o programa de um percurso escolar comum e que isso não seja impeditivo de equivaler competências
enfim, não sei se é a solução de educação/formação para quem não teve oportunidade na sua juventude e acredito que haja por aí filosofias bem melhores do que a aplicada neste programa
olha, além das experiência de conviver com pessoas que leccionam a cidadania, tb tenho pessoas conhecidas que estão a fazer ou fizeram a certificação e considero mesmo que adquiriram novas competências além da certificação e acreditação das suas experiências e vida

João Lisboa said...

E contudo...

http://lishbuna.blogspot.com/2009/07/como-diz-o-outro-esta-gente-e-um-nojo.html

margarete said...

"e contudo" o que, pá?
critiquei um artigo que acho idiota
no comentário seguinte acrescentei os meus "olha, não sei" acerca das NO

João Lisboa said...

Contudo, como se lê nesse post, aparentemente, as NO não servem praticamente para nada.

Peace & love.

margarete said...

b'dia