08 July 2016

"Sem grande rigor terminológico, chamemos jornalismo editorial a um género de discurso e a uma forma de configuração do espaço público mediático que se caracterizam pelo triunfo de um modo de entretenimento, quase exclusivamente assegurado pela classe político-mediática dos intelectuais politólogos e dos políticos anfíbios. É uma classe que compreende tanto os politólogos que ocupam as cátedras instituídas pelos media, como alguns politólogos de vocação e ciência que, uma vez cooptados, já não se distinguem dos seus pares elevados às cátedras profanas por competência na escrita subalterna, no crochet televisivo, no chatting radiofónico, ou nos três ao mesmo tempo. (...) São uma elite que encarna com entusiasmo aquilo a que alguns, equivocados, chamam 'opinião pública', e outros, com excesso de ambição e alguma ingenuidade, chamam 'dinamismo da sociedade civil'. (...) O jornalismo editorial, curto e conformista, é maioritariamente auto-referencial, o que significa que o seu eco-sistema é o espaço autónomo que ele próprio vai criando. É um sistema de vozes em conversa permanente umas com as outras" (AG)

6 comments:

Anonymous said...

"É um sistema de vozes em conversa permanente umas com as outras"

Tanta arrozoado para dizer numa expressão: putedo mediático.

(O AG padece do mal do Passos Coelho. Tem que ser mais Paulo Portas. Curto e grosso)

João Lisboa said...

"Arrozoado" de coelho?

Anonymous said...

Não. Pica no chão.

alexandra g. said...

O AG, pelo qual não morri de amores durante anos, é, de há uns anos a esta parte, seguramente das vozes mais independentes, sem suculências redundantes de permeio, da imprensa au PT (pesem todas as referências que nos textos dele me escapam, mas não sinto um pingo de vergonha, antes de prazer: ele é um 'académico', eu sou uma 'recepcionista', cidadãos, ambos).

João Lisboa said...

"Suculências redundantes" é quase de "académica". :-)))

alexandra g. said...

Se estivesses aqui, agora, "saltava-te para cima" :)))

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Tks :D