13 February 2014

Os cravos gigantes serão criados com a pele cristalizada de 40 toneladas de tomate (oferta da "Guloso") - cujas sobras reverterão para um mega-gaspacho na ponte 25 de Abril, confeccionado pro bono pelo Frater Sobral - e servirão para enquadrar, nas escadarias da Assembleia da República, a declamação por José Luís Peixoto (patrocinado pela República Democrática Popular da Coreia) do poema "Abril,  ó cucamandro, morrestes-mes!", enquanto, sobre o parlamento, adejará uma imensa gaivota-que-voa-que-voa montada a partir de 40 000 pensos higiénicos Evax Fina & Segura com asas

("Público")

10 comments:

  1. Isto quer significar, entre outras coisas, que ao 'pobres, mas honrados' do regime anterior sobreveio o 'corruptos mas endividados'.

    A transição para a democracia deveria ter ocorrido num quadro de negociação com o regime anterior que permitisse a continuidade em alguns aspectos basilares e introduzisse a ruptura em outros.

    O vírus comunista estava já há muito alastrado e corroía a meter "o pauzinho na engrenagem" ou "eu vou ser como a toupeira, que esburaca, esburaca"

    O regime anterior por seu lado fechou-se demasiado, teve medo, não conseguiu fazer a ponte com certos sectores oposicionistas e concertar um plano para a transição democratica.

    Estamos agora afundados num bloco central de interesses que governa por controle remoto a nossa 'democracia'representativa'.

    Desta situação tiram partido os marxistas-leninistas de várias matizes que acabam por ´facturar´o descontentamento através de uma postura sistemática de crítica e obstrução sempre apoiada na demagogia e na doutrina totalitarista.

    E sobretudo fomentando e argamassando ao nível do (in)conciente colectivo uma mentalidade de contestação e insatisfação permanentes, sustentada no lema das "conquistas de Abril", "dos direitos", "da igualdade", etc.

    Governar nestas condições é uma tarefa extremamente difícil.

    Passos Coelho para o bem e para o mal assumiu-a.

    Tivemos provavelmente a sorte neste período histórico de aliar na Presidência, no Parlamento e no Executivo, de uma maioria de direita que, embora não nos preencha e nos sintamos identificados com ela, tem feito os possiveis por levar o barco para outro porto.

    Para finalizar : Que mais querem? Que mais querem quando não temos líder que corporize as ambições de um Portugal que desejamos, nem um Partido que dê voz à nossa inquietação?

    Siga o lamento.

    ReplyDelete
  2. Não é bem arqueologia.

    É mais síntese da matéria dada e à espera de Godot.

    ReplyDelete
  3. isto é um retrato tão bom, tão bom desta república, deverei dizer?, do tomate.
    :)

    ReplyDelete
  4. "Abril, ó cucamandro, morrestes-mes!

    Estavas inspirado!

    ReplyDelete
  5. ... a obra dele inspira-me...

    ReplyDelete
  6. dizia o almirante cândido dos reis antes de o suicidarem:

    «quando há revolução em portugal, metade aceita, metade borra-se»

    foi o que aconteceu ao centro-direita

    passa o tempo
    «a ver a bunda passar cantando trovas de amor»

    ReplyDelete
  7. E já vai tarde. Os deputados deviam ter publicidade nos fatos como os jogadores de futebol (ou outros atletas), é justo que seja a classe (dominante) da qual eles defendem os interesses que pague o seu custo.

    ReplyDelete
  8. Eu também adoro arqueologia.E
    principalmente quando é explicada por "anonymous".São tão giros...

    ReplyDelete